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Aílame Magalhães Carneiro - [Poeta Brasileira]

Tenho o pseudônimo de *lua*, pois carrego em meu ser algumas peculiaridades deste satélite inspirador dos amantes e a simbologia das duas estrelinhas se remete a morte. Me chamo Aílame Magalhães Carneiro, nascida em 03/09/1977, brasileira, paulistana, minha maior riqueza tem 2 anos, meu filho Pedro. Sou formada em Ciências Biológicas desde 2005. Sou amante da vida, apreciando e sentindo a todo tempo o seu plano visível e sua porção invisível, sendo que desta última nutro grande interesse instintivo. Minha crença religiosa se baseia no Kardecismo, porém, para mim a espiritualidade é algo independente de qualquer crença, portanto, minha visão de mundo parte do princípio universal do amor, o qual, pode estar atrelado a vários nomes conceitos e concepções. Em 2009 fui diagnosticada com o Transtorno de bipolaridade, que por ausência de um estudo mais detalhado, considero o mesmo incerto. Outrossim, minha sensibilidade exacerbada e muitas vezes sem doutrina, sempre comandou minhas atitudes, minhas preferências, escolhas e ideias, portanto, é peça chave por de trás de tudo o que escrevo. Não me considero poeta ou escritora. Sou um ser que aprecia a filosofia da vida, que de tudo questiona, analisa e que de tudo sente com o intuito de esclarecer os pontos obscuros de sua existência. Assim, sorvo algumas conclusões e com o fino cuidado com ética e moral, escrevo minhas impressões de vida, com o intuito de transcrever o que meu coração sente e o que minha mente toma como uma possível verdade. No blog http://www.luaetransmutacao.blogspot.com/  consta meu acervo de textos diversos.
Marca no pescoço (conto)
Dias lentamente passam para você, se vê a mercê daquele sonho tão real, tão presente, tão físico e marcante. No trabalho tentas se concentrar, inútil. No almoço no jantar ou mesmo com os amigos, aquele olhar não te abandona os pensamentos. Dias passam lentos e noites são eternas. Queres e desejas sonhar novamente com aquele ser que o tomou indescritivelmente. Rolas na cama de um lado para o outro ... levantas e vai ao banheiro checar pela centésima vez no espelho as duas pequenas e imperceptíveis cicatrizes na jugular. Tens a prova de algo real que aconteceu. Mas o desejo do teu ... os pensamentos de sexo com uma mulher que não sabe quem, desnorteia por completo tua mente. Vais ao chuveiro ... a água morna desliza pelo teu delicioso corpo, fecha seus olhos, toca-se, leva os pensamentos naquele coito selvagem que tivera ... seus dedos em contato com o seu sexo te proporcionam um gozo intenso e forte ... Respira ofegante e por breves minutos sentes alivio, liberto. Passado uma semana, envolve-se com uma colega de trabalho que sempre achou interessante, terminam a noite numa linda suíte com um delicioso champagne, entrega-se àquela bela moça envolvente e nesse instante tem-lhe aversão instantânea, no momento em que sente a presença de um olhar penetrante e impulsivo, acompanhando todo o ritual sexual que ali proferia. Um olhar deveras ciumento e possessivo, fazendo-o abrir mão daquela jovem moça voluptuosa, o qual saiu frustrada e sedenta do seu amor e paixão. Já em seu leito na sétima noite mística, fecha lentamente seus olhos e ouve um suave sussurrar a lhe chamar ... Anjo ... Anjo ... Meu Anjo! A noite é gélida, úmida, um lugar estranho, nefasto, tétrico, longínquo, mas que te agrada profundamente. Vê a sua frente novamente o antigo castelo e atenta-se em minuciosos detalhes, mesmo que aparentemente abandonado, impõe todo o seu esplendor. As torres são altas, quase que tocam as nuvens que adornam a bela lua cheia. Tens plena consciência que estas num sonho e quase não acredita no que vive naquele momento. Tudo tão real, tão nítido ... o cheiro da relva, o uivo dos lobos, o frio que te envolve. Num instante de incerteza você se belisca e sentes dor. Entretido naquele momento ... assusta-se ... novamente houve aquela voz aveludada e conhecida chamando-o. Um leve sono te toma e pela fração de um segundo cerra os olhos e ao abrí-los vê-se novamente dentro do velho castelo. Os mesmos quadros antigos, castiçais, a magia ... o ambiente misterioso é realmente fascinante e cativante. Olhas a escada que leva aos outros aposentos e novamente o mesmo vulto de outrora ali presente. Sentes um calafrio lhe percorrer a espinha. Ela desce, lentamente, degrau a degrau e uma aura imponente se forma diante de ti. Curvas sinuosas, colo formosamente exposto em meio a um decote protuberante, vestido, colado, negro, cabelos lisos que bailam ao ar com sopro do vento, pernas torneadas, semblante firme, rosto enigmaticamente belo, pupilas dilatadas, olhando-o fixamente. Olhar de desejo misturado a uma doce tristeza. Você tenta balbuciar algo, mas não consegue pronunciar uma só palavra diante da sua algoz. Nesse instante de agonia ... sente delicadamente um dedo ser levado em sua boca, pedindo-lhe silêncio. E seguida se vê num dos aposentos do castelo. Não sabe como chegou ali, mas esta sentado numa linda cama de época. Num belo quarto adornado com as mais belas peças antigas e raras. O leito é convidativo e aconchegante ... lençóis exalando o mais delicioso perfume. A linda mulher aproxima-se e o desejo mútuo invade aquelas duas almas perdidas de paixão, você não percebe a nudez de teu próprio corpo, o beijo acontece de forma a tomar todo o momento ... longo e demorado, a língua dança na sua boca, mãos ávidas te buscam por todo o corpo. A boca não pára, desce ao pescoço, vai até sua orelha e se demora ali. Dize-lhe algo que não entende, não importa o corpo fala. A sua boca é convidada a explorar o corpo daquela mulher e faminta vai até os seios ... bicos entumecidos são acariciados por uma língua áspera ... a linda mulher geme, morde os lábios para conter um grito de prazer. O enrolar de dois corpos aumenta a temperatura da pele, a unhas passam por suas costas largas como se quisessem deixar rastros. Seus lábios descem a cintura e rodeiam o umbigo molhado de champagne, e finalmente a boca gulosa chega aode quer. A língua grossa e hábil começa a chupar e lamber carinhosamente mesclando com o vigor ... os movimentos da língua tornam-se ainda mais intensos e rápidos, a mulher se torce, respira ofegante, puxa um pedaço do lençol e morde em desespero, seu corpo entra em espasmos impiedosos e gritos ecoam no aposento ... mágico momento. A mulher revida todo aquele acontecimento, sobrepõe ao seu corpo, passeando, rastejando em cima de você, a transpiração e os fluidos corpóreos facilitavam o deslizar da carne, entre beijos, chupadas e inofensivas mordidas, explorava seu corpo minuciosamente ... e violentamente é tomada novamente por ti, sentindo seu membro pulsante querer rasgá-la, mas a penetração se dá devagar e deliciosa. A pélvis em movimentos frenéticos lhe arranca o grande êxtase e prazer, bambeando suas pernas e você transmitindo em seu semblante o prazer daquele gozo infinito e exatamente nesta hora a mulher não segura seu ímpeto, instinto e sede ... dentes afiados te furam a carne do pescoço e o sangue quente sacia aquele ser sedento. Você se afasta assustado, mas olha dentro dos olhos da mulher de boca rubra o vê um carinho inimaginável ... um querer perturbador e uma tristeza alojada a tempos ... sentindo um desejo de compartilhar aquela dor ... sem sucesso. E no ar você sente o cheiro de partida ... despedida de um sonho ... de uma noite arrebatadoramente mágica que transcende no infinito ... o silêncio toma conta ... nesse momento a mulher toca seus olhos fazendo-o adormecer e lhe entrega um leve beijo para não esquecer. E acordado em seu aposento, pergunta-se o que ocorreu ... verdade ... sonho ... “e vai ao banheiro checar pela centésima vez no espelho as duas pequenas e imperceptíveis cicatrizes ...”
*****
Insensatez (Conto)
Hoje parei para pensar neste nosso mundo, louco como só ele sabe ser. A loucura é algo necessário, nos dá liberdade, prazer, livre arbítrio, transforma e por que não nos transporta ao mais singelo entendimento de nós mesmos. Mas dentro desta loucura há insensatez, este traço que tanto intriga-me. Quantas vezes:
1 – Deixamos de ver ou pensar em um ente querido e em uma determinada data comemorativa, realizamos uma visista surpresa com belo ramalhete nas mãos e com aquele sorriso, num caso específico, acompanhado de um abraço apertado, tão apertado por ignorarmos a idade e nossa mãe.
2 – Pais que são temerosos pelo primeiro amor de suas filhas, maldizendo todos os seres do sexo masculino, sendo que na sua tenra idade abusou fisico-emocional de todas moças que pode.
3 - Compramos utensílios pessoais (ex: celular) e os atualizamos na velocidade da luz e ao mesmo tempo nos gabamos por fazer coleta seletiva em casa.
4 – O mundo defende a vida como fator primordial de qualquer nação, mas em nossa constituição está a Lei do Aborto em caso de estupro *vida acima de tudo, salvo exceções.
5 – Somos tidos como pessoas muito simpáticas e deveras solícitas em nosso trabalho, amizades, mas no ambiente familiar somos severamente violentos a não cumprimentar, seja com um sorriso o pai, mãe, irmãos, filhos.
6 - Fazemos dieta sempre com refrigerante ligth ou 0 cal, porém acompanhado daquela bela lasanha *para equilíbrio
7 – Quando ajudamos outrem fazemos questão de alguma forma comentar e com o tom mais altruísta possível “nossa coitado, que bom pude ajudar ele com isso ou aquilo”.
8 – Adoramos fazer amizades, gostamos das pessoas, porém o intuito de uma futura aproximação é pelo o que a pessoa tem e não o que é. Afinal as abordagens de hoje em dia são: O que vc faz? Trabalha onde? É seu carro? Qual sua formação? ........................ Como chama?
9 – Sonhamos um mundo com pessoas honestas, bondosas e delicadas, mas na educação de nossos filhos o máximo que conseguimos com muito esforço é transmitir a Lei de Gérson “tire sempre vantagem filho, não deixem que o passem para trás, vivemos numa selva, ganha o mais forte”.
10 – Trabalhamos com afinco, muitas vezes sem o mínimo prazer, apenas contando com a entrada do salário na sua conta corrente ou na conta corrente de algum estabelecimento que vc já adquiriu algum bem e assim todos os meses e anos são iguais e num determinado momento se pergunta "pq estou comprando anti-depressivos, se tudo que preciso eu compro?"
É ... entre tantos outros exemplos que fazem parte de nossa vida ... me preocupa ... quantas vezes fui insensata e quantas mais vou ser justicando que somos todos loucos ou infelizmente insensatos.
*****
Ensaio sobre a morte (Conto)
Muitos são os segredos que envolvem a morte. A humanidade procura desvendá-la ou pelo menos aceitá-la através de suas crenças. Penso eu que, resumidamente são três os maiores medos: 1) a dor e a forma como se morre 2) medo do desconhecido (caso vida após morte) 3) Dificuldade de desprendimento da terra (lugar conhecido, pessoas e objeto). Particularmente e deixando minhas crenças de lado, os três itens rondam meu imaginário, mas o primeiro corre-me ao pensamento com mais força, pelo qual faço uma leitura de infantilidade mesclada ao extinto de sobrevivência natural. Baseado no tal exposto, faço algumas considerações que podem não ser relevantes, mas apenas tentativas pessoais de compreensão desse grande mistério. O medo da morte, parece ser único, o mais expressivo sentimento de terror, porém penso que este medo esteve presente quando:
  •  saímos do útero de nossa mãe
  • em bebê, notamos pela primeira vez a ausência de nossa mãe com um chorou agonizante
  • a separação de nossa mãe por um tempo maior de todas as nossas vidas, como o primeiro dia de aula
  • em um supermercado nos perdemos de nossos pais
  • ao perdemos o nosso primeiro amor
  • quando do desejo da reciprocidade de nosso amor e não o temos
  • barreiras de comportamento: falar em público (tímidos), fazer uma provaü (valendo uma alta recompensa)
  • responsabilidades ou problemas adquiridos, mas sem a mínima noção deü como suportá-los
  • problemas emocionais que nos deixam apavorados ao saber que vamos acordarü no dia seguinte
  • o outro que parece ser tão melhor e mais importante que nós
  • perda de um ente querido
  • nascimento de um filho
  • magoar quem mais amamos e não conseguir agir diferente
Entre diversos exemplos enxergo um traço existente entre todos; o momento após cada evento descrito embalado à mãos frias, transpiração contínua, palpitação, adrenalina, angústia, nervosismo, boca seca e o medo que nos transporta ao desconhecido, deveras assustador. Porém, a cada segundo que passa tudo torna-se passado e aquele presente vai se desenhando de forma singular e experimentamos a mais fantástica sensação de nossas vidas, emoções novas, habilidade descobertas, a vida sendo explorada, um outro eu dentro de nós, prazer, auto suficiência, grandeza, caminhos abertos, horizonte, amor e por que não acreditar que a vida é uma bela poesia e que tudo o que vivemos até agora são passagens, os mesmos medos todos considerados o grande mistério até que seja vivido. É realmente a morte é só um nome dentre tantos dados aos nossos medos.
*O texto pode ser irrelevante, pois o medo irá sempre nos acompanhar.
*****
Gosto
  
Gosto do fogo
Transpiração
Paixão que mora na imaginação
Gosto do beijo
E do toque lascivos
Da dança dos corpos unidos
Gosto das palavras
Soadas levemente ao ouvido
Dizendo apenas: Que momento lindo
Gosto do olhar
Ternura, paixão, tesão
Sentir toda a excitação
Gosto do silêncio
Onde palavras não são suficientes
Para descrever paixões inconseqüentes
Gosto do barulho
Das perturbações externas
Dando-me ainda mais foco em tua alma terna
Gosto do intenso
Do profundo
A me perder no teu mundo
Gosto
E me custa
Entender
Por que prefiro espinhos?
Por que prefiro as feridas?
Por que prefiro as dores sentidas?
Se tenho a serenidade como objetivo
Equilíbrio de corpo e mente
Serenar simplesmente
Meu gostar
Tenho que doutrinar
Ou na luz e escuridão tentar me equilibrar.
 ****
A magia da noite
 O crepúsculo se anuncia
Noite nebulosa
Nuvens entrelaçam-se, fabulosas
A Lua ilumina
Recebida pelas nuvens vestidas de algodão
Que a roçam e carinho lhe dão
O silêncio
Mais adiante é quebrado
Dissolvendo-se no ar e pelo brado
Que bela melodia
Eco de arranjos góticos
Poesia e sentimentos nada lógicos
É o chamado do Lago
Para a Lua
Numa noite que começa a ficar nua
A Lua desliza pelo horizonte
Como que rasgando-o, talvez timidez
Ou até mesmo insegurança e rigidez
Estática, evita tocar o Lago
Pois sabe que tem uma superfície gélida demais
Podendo chocar o belo Lago de águas termais
A Lua ilumina o Lago por instantes infinitos
O lago reflete a face feminina majestosa
Deixando a Lua por demais vaidosa
Porém a face negra lunar
Não consegue conter no tempo
Uma lágrima que passeia por todo o seu corpo
Cai no corpo d´agua
Unindo-se aos fluídos de desilusão do Lago
Nasce então uma frondosa Ninfa azul-índigo
Que levita em seu balé sobre água
Toda sensualidade
Que aquele momento inspira por fatalidade
Testemunha
A pura magia da noite, e se esconde
Ao ver o grande Sol vindo por trás do monte.
Por que me aprisionas?
Abro os olhos
Sinto o calor do dia
Aquecer todo meu corpo com a luz que irradia
Tua sombra aproxima-se
A primeira luz
Impede-me de absorvê-la, colocando-me capuz
Meu olhar entra em devaneios
Meus pensamentos são corrompidos
Por ouví-lo bem perto de meus ouvidos
Tiras o doce de minhas palavras
Sua violência me inspira
Em sua teia malévola me atira
Meus sonhos cada vez menos reais
Visualizo a carne, o pecado
Nunca antes imaginado
No lugar de ver e sentir os anjos
Imagens de luxúria
Perseguem-me com fúria
No desespero, não vejo saída
Meu dia passa a consumir-me por inteiro
Não tenho o controle de mim, olho o ponteiro
Meia-noite, a Lua Cheia
Me dá sinal
À noite você será o mal
Em meu leito
Esforço-me a não fechar os olhos, inútil
O cansaço me vence e toma conta de mim um sono volátil
O peso da sua escuridão
Sinto em meu corpo
Comprimindo-me o tempo todo
Minha respiração começa falhar
Puxo ar, não vem
Ofegante sinto-o também
Suas mãos atravessam meu corpo
Deslizando suavemente
E alternando com apertos contundentes
Minha boca a toma
Como tua
Mordendo-a, dominado-a, submetendo-a a sua
Braços presos
Movimentos limitados
Apenas você com teu corpo colado
Sinto tua boca sedenta
Viajar no meu corpo
Com paradas obrigatórias, levando ao torpor
A transpiração não sai pelos poros
O fogo do corpo evapora a água
Apenas o toque firme e áspero a toda hora
A minha mão leva ao teu sexo
Impondo-me a tua escravidão
E deixando o teu recado para quem sempre eu digo não
Sua perspicácia e rancor
Conhecem meu limite
Assim estraçalhando meu ponto franco até que eu grite
A minha repulsa
Começo a vê-la distanciar
Cada vez mais eu ficando sem ar
E assim você me invade
Com toda força e desejo
No ato sexual que agora também apeteço
O corpo entra em convulsão
Satisfação e desejo venéreo
Se fazendo passar por um momento etéreo
A luz bate em meu rosto
Sinto meu corpo pesado e dolorido
Para eu me lembrar do quanto você por mim é banido
Abraço minhas pernas flexionadas
Deito meu rosto
E perco meu olhar no nada
Até
Sentir o molhado do meu pranto
No corpo recém tomado pelo gozo
Jogo palavras no ar
Pois sei que onde está, irá pegar

“Até quando teu ódio e desejos irão me aprisionar?”
Anjos confusos (Conto)
 “Somos anjos oriundos de um paraíso o qual recebemos a grande missão de nos aperfeiçoarmos em meio ao caos de nós mesmos e o salutar desenvolvimento da compreensão do outro. Anjos caídos presentes em nossa mente imatura. Anjos celestiais que se manifestam em nossas atitudes de procurarmos desesperadamente o caminho de purificação além paraíso”. Às vezes noto que em nossa busca diária pelo bem, fazemos interpretações equivocadas quando pensamos-dizemos:
Ao dizer que sou extremamente sincero, não percebo que confundo sinceridade com profanação de palavras duras que de nada vai somar para o outro. Ser sincero é dizer algo quando se fazer realmente necessário, fazendo com que a ferida de tuas palavras seja aliviada com o bem que irá proporcionar.
Sou perfeccionista em meu dia-a-dia. Mas seguro, não confundir com valorização demasiada do pormenores, ignorando o todo; exigir tal procedimento ao outro e muito pior, viver de forma mediana por se sentir escravo.
Tenho um coração muito bom, dou o que tenho. Há de se ter cuidados importantes com tal atitude, pois esquecer de si próprio sem realmente ser de boa causa, torna-se atitude insensata. “Não descobrir um santo para cobrir outro”. Vale aqui, estudar maneiras em que possa ajudar sem se descobrir.
Tenho ciúmes como prova de meu amor. O ciúmes faz e sempre fará parte de nossos sentimentos em favor de nosso crescimento, mas ao confundir com amor estará autorizando inconscientemente o seu poder sobre o outro.
Sou super protetora. Proteção é sempre essencial quando o protegido não tem condições físico-emocionais de se afastar de um perigo eminente. Porém, quando empregado erroneamente, irá tolher qualquer chance de um indivíduo desenvolver suas próprias defesas, o que levará a um sofrimento generoso.
Tenho personalidade forte. Deveras muito sensual (sic) e forte essa frase. Porém infelizmente só muito atraente para esse mundo em que vivemos material e virtual. Nossa personalidade deve ser moldada em serenidade, sabedoria, compreensão, paciência, generosidade, atitudes nada atraentes e magnéticas.
Adoro dar conselhos. É divino conseguir colocar em palavras uma saída para alguém necessitado. Mais divino são nossas atitudes e nossas benfeitorias por demais preciosas, não cabendo dizer mais nada.
Tenho grande pena deste ou daquele. Ninguém é digno de pena. Todos somos grandes o suficientes para agüentarmos nossas “cruzes” e assim obtermos o maior presente, o nosso desenvolvimento espiritual. Mas cada um tem seu ritmo e por não saber hoje o que fazer com sua cruz, amanhã pode além de saber orientar os desacreditados.
É cabível sempre refletirmos nossas intenções e convicções, pois a cada dia crescemos mais um pouco e nos é revelado um pouco mais de felicidade.
Festa no cemitério
 Término da vida
Passagem para a eternidade
Até o novo encontro do purgatório em tenra idade
Terra de carne, dos cinco sentidos
Do apego e gozo material
Em detrimento do espiritual
Desprendimento complexo
Da gula, luxúria, vícios, família, amigos e sentidos
Sobrando apenas os devaneios dos perdidos
Após negação da luz
Apenas a ansiedade de festa
A alegria que resta
 Almas de contornos disformes, esqueléticas, pálidas
Vestidas de Black tie, cantantes ao som de lamentos
Confundidos com chuva e ventos
Monumentos góticos de atmosfera de desespero
Que evoca os mais antigos desejos, tragédias, suicidas, malfazejos e pavores
Corvos esvoaçam dominando campos em meio ao iluminar de velas e flores
Manto negro da noite
Iluminado pela lua cheia
Anuncia a chegada dos convidados em cadeia
Pai, Mãe, filhos e amigos
Abraços e toques que transpassam a carne do sexto sentido
Dos saudosos o choro outrora contido
Saudade apaziguada por instantes
Juras, promessas, declarações
Pedidos de perdão e confissões
Festa sensitiva, saudosa, delicada
Festa misteriosa, inevitável
Festa implacável
O crepúsculo anuncia o findar do dia
Olhares solitários a procura da correspondência dos seus
Abraços a procura de um abraço apenas desejando adeus
Lágrimas escorrem para a terra
Continuamente úmida de lamento
A neblina encobre o sofrimento
Uma flor na lápide, uma oração
Festa findada do encontro
Da dor e saudade fincadas no coração
 Aílame Magalhães Carneiro
Todos os Direitos Autorais Reservados a Autora.

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