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Luciene Freitas - [Poeta Brasileira]

 Luciene Freitas, na Literatura, se divide entre a poesia e a prosa. Nesta aborda conto, crônica, romance, parábolas, pesquisa e aforismo.

Tem formação em Letras, com Pós Graduação em Língua Portuguesa. Além de outros cursos complementares na língua inglesa, no Brasil e na Universidade do Sul da Flórida. 

Presente em antologias, livros, revistas, jornais, blogs e sites do Brasil, Portugal, Argentina e Itália. No quadro de sócios da União Brasileira de Escritores – UBE/PE; 

Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão / PE.

Academia de Letras e Artes do Nordeste / ALANE; 

Academia Vitoriense de Letras Artes e Ciência – Vitória / PE; 

Grupo Literário Celina de Holanda. 

Membro, correspondente, da Academia Irajaense de Letras e Artes – AILA - Irajá / RJ. 

Academia Momento Lítero Cultural - Porto Velho / RO.

Accademia Il Convivio/Sicilia/Italia. 



Publicações

Explosão, poesias relacionados com a natureza e a vida. O mergulho interior. Primeiro passo de coragem para a libertação. Scortecci Editora/SP. 1995. 



A Dança da Vida, parábolas e contos. A ficção revelada em histórias que trazem verdades profundas. Scortecci Editora/SP. 1996 e 1997.







Mil Flores, poesias que registram as faces e fazes do amor, o dilema da compreensão da efemeridade da vida. Scortecci Editora/SP. 1999.









O Sorriso e o Olhar, parábolas, contos e crônicas. Além de histórias que deixam vasto campo para meditação, deixa transparecer a veia cômica. CEPE;
Meu Caminho é uma coletânea de mensagens para diversas situações. Os textos desvendam o segredo do bem viver. CEPE



Uma Guerreira no Tempo, pesquisa. O resgate de uma época – 1903-1950. Onde a vida e a obra da escritora Martha de Hollanda, retornam as manchetes. Primeira eleitora pernambucana, com um único livro publicado: Delírio do Nada. Atualizado e transcrito na íntegra, além de poemas, depoimentos e cartas de pessoas igualmente ilustres da época. Gráfica Dom Bosco, 2003.







Viagem dos Saltimbancos Escritores Pelos Recantos do Nordeste, cordel. Na brincadeira descreve a viagem feita a Paulo Afonso e Xingó com os membros da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro.  



Mergulho Profundo são 264 pensamentos, filosóficos, de momentos vários. Em alguns uma brincadeira da mente fértil, noutros verdadeiros gritos da alma.











Brincando Só – poemas - I vol. Série No Rítmo da Rima. Uma viagem por um mundo colorido por crianças, onde a poesia faz a história.



Brincando de Faz de Conta – poemas – II vol. Série No Rítmo da Rima. Com nove poesias faz a linha do primeiro.










O Espelho do Tempo – romance de cunho psicológico. 60 páginas de pura emoção. Facform, 2006.










Sob a Ótica das Meninas, 42 contos de um tempo determinado. A astúcia, a inocência, a determinação se misturam levando o leitor de volta a uma infância antiga, confundindo os sentimentos. CEPE, 2007.
Que não me roubem os Sonhos, uma viagem, em versos, pelas partículas dos sonhos. Terceiro livro de poemas, Facform, 2008.



Profundidade Azul, 64 histórias extraordinárias, contos curtos de pura ficção. 2010.










Brincando com Flores – poesias - III vol. Série No Rítmo da Rima. 2011.








Liberdade Amordaçada – romance – A história de uma geração, imprensada, que transgride em busca da liberdade. 2012.












Premiações

Mil Flores - encenado no Teatro do Sesc, em outubro e novembro de 2004.
O diretor Rodrigo Dourado divide o palco. Analogias da tristeza e da alegria integradas às estações do ano. 

Uma Guerreira no Tempo -  Menção Honrosa, Prêmio Antônio de Brito Alves, da Academia Pernambucana de Letras, em 2005. Transcrito para o Braille pelo Setor Braille da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco em 2012.

Brincando Só - editado em Braille, em 2008, pelo Setor Braille da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. 

Profundidade Azul - Prêmio, Vânia Souto Carvalho, de Ficção, pela Academia Pernambucana de Letras, em 2009. Láurea Francisletras – Goiânia / Goiás. Abril de 2011. 

O Espelho do Tempo - Prêmio Dulce Chacon, Escritora Nordestina. Academia Pernambucana de Letras. 2010. Premio Poesia Prosa e Arti Figurative 2011. Segundo lugar. Livro estrangeiro, publicado.   Sicília/Itália.

Cântico ao Sol – poema. Prêmio Josepha Máximo. Segundo lugar. União Brasileira de Escritores. 12-08-2006.

Soneto do Desejo – Prêmio Literário Mar de Letras. Terceiro lugar. Sapere Editora / Rio de Janeiro / 2011.









A Marionete Que Vivia Encostada


No porão da casa velha, arrabalde da cidade, sentindo que a umidade lhe corroia, a pequena marionete molhava em lágrimas o seu rostinho de pano. O mofo tinha deixado sua cor desmerecer. Seus olhos arregalados, outrora vivos, desbotavam.

A bonequinha fora feita com a sobra de retalhos de outras bonecas de encomenda. Mãos habilidosas criaram o seu modelo, os tecidos coloridos lhe deram vida. Fiapos pretos formavam os seus cabelos, algumas pinceladas de tinta na face e lá estava ela com expressão.

Amarrada em cordões foi prisioneira de um teatro, dançava todas as noites, obedecia ao ritmo e a voz dos senhores. Naquele tempo sentia-se útil, via crianças felizes. Acostumou-se com a vidinha rotineira das praças e becos. Durante o dia, o desprezo no velho baú.

Passaram-se muitos anos até aquela noite de chuva. Dançou até os cordões arrebentarem-se e foi tirada de cena encharcada. Jogada com os trastes e esquecida na casa velha. Se a tivessem colocado ao sol poderia ter se restabelecido, mas foi ignorada pelos seus senhores.

Encostada no ombro sua cabeça pensava em suaves melodias, grandes salões, lindas bonecas de porcelana fina, refletindo nos olhos o brilho dos cristais dos lustres. Brinquedos de luxo, vestidos de seda. O palco era delas. Suas róseas faces encantavam com lindos sorrisos, não conheciam a tristeza dos velhos baús.

Suas lágrimas foram acompanhadas por soluços desesperados. Inesperadamente a tampa do baú se abre e uma linda menina, marionete da vida, em trapos desbotados, cabelos em desalinho, com olhos brilhantes e sorriso encantador, toma a bonequinha nos braços e a aperta no peito. Foi trocado um carinho nunca experimentado antes.

Luciene Freitas, no livro “O Sorriso e o Olhar”

 
 
A Visão


A juventude irradia largos sorrisos nas bocas vermelhas, coisas do frescor da idade. Ignorando um mundo a sua volta, casais se beijam com frenesi.

A música quente alucina. Um grande grupo se retorce, extravasa as tensões.

Bebida rola na garganta dos que acham no álcool a maneira mais fácil de se expressar.

Conversas variam a cada mesa, com a maturidade inerente, pontos de vista estão sendo discutidos.

Envoltos na penumbra alguns se maravilham com o cintilar das estrelas.

De repente, algo estranho no ar, um frio gostoso modifica a atmosfera. A música sibilante torna-se suave, surge uma névoa luminosa.

Aqueles jovens, dispersos em idéias, olham numa só direção, emudecem extasiados, seus corações pedem trégua. Cena estática.

A energia da visão magnetiza, ofusca, a vida se acanha diante da lindíssima figura que se torna matéria.

No meio da turba, sorve em goles lentos tudo o que ali está. Nada mais tem força para existir. Sua presença apaga as futilidades.

Afasta-se suavemente, no ritmo dos seus passos unifica a materialização da total beleza.




Cada Outono

Neva na alma,

um calafrio percorre o caminho

que vai da realidade ao sonho!

Estreita estrada entre o frio e o vento

invade as noites, com rios de lágrimas...

passa entre folhas e flores, num desafio;

varre o desejo são, de ser inteiro;

afasta a possibilidade de integração.

Num dormente ruflar de asas, “El Niño”

inquieto, sopra uma brisa que purifica o meio.



Camuflado entre as folhas, um coração

espreita a Divindade que comanda as Estações,

descobre que ela proíbe a tristeza.

Arrasta com furor os resquícios das etapas passadas,

descarta as incertezas

e renascido desponta para viver cada outono!



 
Saltitante


Saltitante me encaixo no poema, entre vírgulas, entre pontos
conto um conto, entre versos, ou mensagens me encontro.

Toco flauta na ficção, sou mistério – Pan feminina, pueril,
saltitante, sou história, sou a trova, sou poema infantil.

Entre as flores – sou a pétala, a corola ou o pistilo.
Faço ensaio ou novela, dou tom vário ao meu estilo.

Canto a flor, canto a dor, canto o canto sem espanto.
Desnudo-me em pensamento e nos sonhos me desmancho.

Numa crônica sou as águas e me escondo nas parábolas.
No haikai dou um toque ou nuance e apareço no romance.

Dou mil traços pelas linhas, passo a quadra no compasso.
Enfim o ponto final, em espiral. Literatura sem cansaço.



A Chuva e O Poeta


Nuvens choram, manhosamente, na tarde fria,
Singular cortina, de sombras, forma a neblina.
Insistentes gotas, ritmadas, escorrem em nostalgia
Formando espelhos d’água em poças cristalinas.

E na magia da queda de cada gota, que reluz,
O ventre da terra intumesce. A natureza arde.
O poeta é mariposa desvairada, volteando a luz.
Recita versos, enternecidos, colorindo a tarde.

Um piano em leves acordes compassados
Ressoa longe, o mavioso som de uma valsa.
Em melodia festiva os pingos cadenciados
Arrastam a tristeza. Só a chuva é que não passa!

O poeta diz – Não há trevas! Há luz na poesia.
Em versos de louvor canta a Natureza em festa,
Sob a cinzenta luz de artifício. Sem melancolia
Louva as estrelas, escondidas, atrás das arestas.

Serpenteando a terra corre a água em fino fio,
Em ondas reluzentes, enquanto interage o vento.
Os sapos, em estribilho, festejam a chegada do frio,
Enquanto o poeta faz versos de encantamento.

As folhas orvalhadas têm o brilho de estrelas
Realçam o verde, limpo, lavado pelos pingos.
Numa oração, em coro, os poetas bendizem vê-las
E desfiam, embevecidos, em rimas o cantar divino.




Alma Penada


Imenso vazio nunca preenchido pela vida e pela terra.
Agora viajante, veleja adiante, para procurar e encontrar.

Walt Whitman.
1819 – 1892.

Morava ali como sombra. Subia e descia as escadas da casa antiga deslizando, na qualidade de fantasma.

Saíra da vida como um traste que sobrevive às vontades dos outros e depois é descartado. A obediência a transformara num fantoche dentro do casarão.
Desencarnada, tinha todos os desejos presos à vida. Clamava por liberdade.
Achou fantástica a experiência de passar pelas paredes. Finalmente caminhava liberta.
 





AS TAÇAS


O suave néctar da infância
é bebido sem compromisso, em doces goles,
na taça frágil da inocência.

O açucarado vinho da juventude
é sorvido entre risos,
na taça de mil cores que torna tudo possível.

O amargo fel da velhice
é deglutido com dificuldade,
seguido da água ardente da doença,
na taça gelada do abandono.

No vendaval das incertezas
ou certezas cruéis,
vem o cálix misterioso da morte
apressar o mergulho para o mundo novo.


 Luciene Freitas
Todos os direitos reservados a autora .



3 comentários

Luciene Freitas disse...

Obrigadíssima daufen bach por incluir-me nessa lista de poetas. Luciene Freitas

Luciene Freitas disse...

Grata, muito grata pela página. É necessário ao escritor a divulgação do seu trabalho. Apareceram fotografias que eu não tinha.
Vou mandar as capas dos outros livros para uma eventual atualização. Abs. Luciene Freitas

Anônimo disse...

Passei por aqui Daufen para convidá-lo a fazer uma visita no meu facebook. Estou de olho na revista. Abs. Luciene Freitas