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O MÁGICO DE OZ [Isabela Lapa e Kellen Pavão]

O MÁGICO DE OZ 

Considerado um grande clássico infanto-juvenil em todo mundo, “O Mágico de Oz” é um conto de fadas moderno que nos traz a história da adorável Dorothy, uma garotinha que mora no Kansas com seus tios e seu cãozinho Totó.

Dorothy vivia em uma pequena e simples propriedade rodeada por uma imensa pradaria cinza.  Esse panorama cinzento representava também a vida da garotinha, que se sentia muito sozinha, salvo quando estava na companhia de Totó que despertava seus melhores sorrisos. Dorothy amava seu cachorrinho de tal forma que o pêlo  brilhante dele se destacava em meio a imensidão acinzentada em volta da pequena garotinha.

No entanto, tudo muda quando a propriedade onde ela mora é atingida por um ciclone, o que faz com que sua casa seja carregada pelo vento e suba girando pelo ar.  Depois de muito rodopiar a casa finalmente “aterrissa" e a garota consegue sair em segurança com seu cachorrinho nos braços. Dorothy vê a sua volta um mundo completamente diferente da propriedade onde mora no Kansas, cheio de cores vivas, plantas, coisas e seres fantásticos.


Ela conhece uma jovem feiticeira e descobre que sua casa caiu sobre uma bruxa má que escravizava os Munchkins (pessoas que ali viviam) o que torna sua chegada muito festejada.

Dorothy demonstra seu desejo de voltar pra sua casa e a bruxa boa recomenda que ela procure ao grande mágico Oz, para que ele a auxilie. Dorothy utiliza os sapatinhos da falecida bruxa para iniciar sua jornada, já que o calçado prateado tem poderes mágicos e seus sapatos estão gastos para uma caminhada (na versão do cinema Dorothy usa os famosos sapatinhos de rubi e não prateados).

Assim, Dorothy parte em busca da oportunidade de voltar ao encontro de sua tia seguindo por uma estrada de tijolos amarelos.  Ao longo do percurso a menina conhece um espantalho que sonha em ter um cérebro, fazendo com que ela sugira a ele partir rumo a Oz e realizar seu desejo.


Em seguida Dorothy encontra um homem todo feito de lata que estava enferrujado e consequentemente imóvel. Ela e o Espantalho o ajudam a se movimentar novamente e o Homem de Lata se mostra grato, confidenciando aos amigos sua história e sua tristeza por não ter um coração. Ele se junta aos novos amigos, protegendo Dorothy e Totó durante o percurso.

Por fim Dorothy, o Espantalho e o Homem de Lata deparam-se com um grande leão covarde, que ameaça Totó. Dorothy o enfrenta e o questiona por ter ameaçado seu cão, uma criatura bem menor. O Leão admite sua covardia e se mostra muito insatisfeito por não conseguir se firmar como rei da floresta. 



Dorothy convida o Leão para a viagem e segue com seus novos amigos pela floresta enfrentando perigos que surgem ao longo do caminho a Cidade das Esmeraldas. Chegando  às terras de Oz, os amigos aguardaram até finalmente serem recepcionados pelo mágico, recebendo a tarefa de matar a última bruxa má como condição para terem seus desejos atendidos. Depois de matar a bruxa os amigos retornam à Cidade das Esmeraldas mas acabam descobrindo que Oz é um falso mágico que ilude os moradores da Cidade das Esmeraldas, ainda que os trate com muita bondade. 

Para cumprir sua promessa, o mágico oferece aos amigos a possibilidade de atender seus pedidos, mas tudo não passa de ilusão. No entanto o Homem de Lata, o Leão e o Espantalho passam a acreditar que foram agraciados, e ficam felizes com a “mágica” de Oz sem perceber que já tinham tudo que procuravam. Apenas Dorothy não tem seu desejo atendido, e quando tenta voltar pra casa em um balão de Oz se atrasa e perde a viagem que a  levaria para o Kansas.  Dorothy encontra-se novamente com a bruxa boa, despede-se de seus amigos e utiliza os sapatos mágicos para voltar para casa, encontrando-se finalmente com sua família.

Publicada em 1901, a história de Dorothy apresenta características diferentes dos famosos contos de fadas “dos velhos tempos” (palavras do autor), que sempre traziam uma lição de moral vinculada a alguma tragédia ocorrida na história.

Le Frank Baum logo na introdução de “O Mágico de Oz" tenta deixar claro que pretende evitar o derramamento de sangue e os personagens estereotipados muito comuns nas histórias infantis. De fato, se comparado à outros contos famosos mais antigos, O Mágico de Oz apresenta uma temática diferente e tenta ser menos “macabro” quanto ao destino dos personagens.

No entanto, se tomarmos por base os padrões de hoje ainda encontraremos  acontecimentos considerados inadequados para determinadas crianças, com direito à decapitações e feitiços malignos, temas evitados em filmes infantis. A versão cinematográfica da história foi mais cautelosa e eliminou as cenas consideradas mais violentas do livro.


A quebra de clichês fica evidente logo no começo,  por não se tratar de uma história de amor entre um casal. O autor fugiu das tão comuns histórias de amor, príncipes e princesas, priorizando a amizade e destacando a bondade da garotinha que sempre agia em prol do bem de todos.  Também mostra  a importância da família e do lar.

Ao encontrar-se com a bruxa boa, Dorothy se surpreende por ser algo desconhecido para ela.  A bruxa  bondosa revela que existiam duas bruxas boas e duas más, e essa equidade entre o bom e mau  pode ser  uma tentativa do autor de mostrar que tudo pode ter um lado bom ou um lado ruim. Um dos pontos mais interessantes do livro é a descoberta de charlatanismo de Oz, que enganava a todos da cidade das Esmeraldas com seus falsos poderes. Dorothy o interroga e o acusa de ser uma má pessoa, entretanto  Oz diz a ela que não é um homem mau mas sim um mágico ruim.

Contudo, destaco a curiosa forma com que Oz governa, aproveitando-se do medo e ignorância do povo para firmar-se como líder, mas ainda assim agindo com bondade.  Esta passagem reforça a dicotomia “bom e o mau” que é abordada no transcorrer a história.

Mesmo depois de tantos anos da publicação do livro e do lançamento do filme, “O Mágico de Oz” segue encantando gerações com seus exemplos de bondade, amizade, amor e lealdade. É uma linda história! Indico o livro e o filme!

Citações:


"Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem […]"

"Agora eu sei que tenho um coração, porque ele está doendo."

"Ela parou de se preocupar e resolveu esperar calmamente para ver o que o futuro lhe reservava."

"Se eu não tivesse coração, não seria um covarde." - disse o Leão pensativo. Página 52

"Mas já tive cérebro e um coração também. E tendo experimentado os dois, prefiro o coração." -

"A maior perda que tive, foi a perda do meu coração. Enquanto eu amava, era o homem mais feliz da terra; mas ninguém pode amar sem coração."

"Mas sua maior tristeza, era não poder encontrar alguém para amar em troca, já que todos os homens eram idiotas e feios demais para formar um par com uma princesa tão bela e inteligente."

"Não há ser vivo que não tenha medo quando enfrenta o perigo. A verdadeira coragem é enfrentar o perigo quando se tem medo."

"Há coisas piores na vida do que ser um espantalho."


Isabela Lapa e Kellen Pavão – Administradoras do blog Universo dos Leitores, que fala de livros e de tudo que estiver relacionado a estes pequenos pedaços de papel que nos transferem do mundo real para o universo dos sonhos, das palavras e da felicidade!

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