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ONZE DE MARÇO – DOIS ANOS DA TRAGÉDIA NO JAPÃO [Edweine Loureiro]

ONZE DE MARÇO – DOIS ANOS DA TRAGÉDIA NO JAPÃO

Há duas semanas, completaram-se dois anos das tragédias no Japão. No momento do primeiro terremoto, por volta das três da tarde, estava em Higashi-Ginza (centro de Tóquio). Lembro dos momentos de tensão para todos, desde então: trens parados, notícias desencontradas, impossiblidade de comunicação – recordo que havia filas nas estações para as cabines telefônicas, pois até a comunicação pelos celulares ficou prejudicada. Naquela noite, tive que dormir num abrigo improvisado em um dos prédios locais, pois os trens pararam desde Ueno (a 30 minutos, de trem, até minha residência).

E, em meio ao pânico, no final da tarde, a notícia: o tsunami destruía cidades e povoados na região de Tohoku. 

Consegui retornar para casa no dia seguinte. Em casa, minha esposa aliviada – por meu regresso com segurança -, mas, ao mesmo tempo, tensa, pois a TV começava a trazer piores notícias: o perigo da radiação, entre elas. E, daí em diante, começariam as consequências nocivas para a população, o que se prolongaria ainda por alguns meses: diminuição ds estoques de comida nos supermercados, horas previstas para o corte de energia (de três a seis horas, duas vez ao dia, etc). Ou seja: o sempre tão planejado Japão estava agora sem saber o que fazer. Mas a verdade é que ninguém nunca sabe, seja onde for, o que fazer diante de uma tragédia.

No exterior, falsas notícias de que TODO o Japão estava sofrendo os efeitos da radiação – quando, na verdade, eram somente as regiões atingidas pelos terremotos -,  faziam com que os estrangeiros evitassem viagens e até investimentos no país. E a economia, já afetada desde 2009, passaria a enfrentar, desde então, uma crise ainda maior. Efeitos estes que sofremos até os dias de hoje.

Quanto à região de Tohoku, as medidas do Governo para reconstruir a região, e devolver a paz e a dignidade a seus habitantes, tem início ainda em 2011. Porém, passados dois anos, tal reconstrução ainda se arrasta, e muitas pessoas continuam desabrigadas, sem emprego e sem esperança. Notícias de suicídio e de alcoolismo, infelizmente, aumentaram entre seus habitantes, conforme divulgou a TV num especial sobre a tragédia.

Dois anos se passaram desde aquele 11 de março, mas as feridas no Japão ainda permanem profundas, difíceis de cicatrizar.

Edweine Loureiro
Saitama, Japão
Março de 2013.

Um comentário

edweinels disse...

Obrigado pelo lindo espaco que todos os amigos da Revista Biografia sempre me proporcionam. Beijos poeticos deste amigo no Japao.