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Entrevista com a escritora Cassiane Schmidt [Paulo Bornhofen]




Cassiane Schmidt é escritora, natural de Trombudo Central, morou durante nove anos em Gaspar-SC. Em 2012 retornou a sua cidade natal. Autora do Romance “Tempo de Recomeçar”, também participou de diversas antologias. A paixão pelos livros nasceu desde pequena, recebia incentivo direto de sua mãe para a leitura, quando pequena teve acesso aos clássicos da literatura infantil. Surge deste contexto o encontro marcado, sagrado com as Letras. Além das ciências, da arte e da filosofia, a sua grande paixão é a literatura.






ENTREVISTA
Por: Paulo Bornhofen

Você está de volta a Trombudo Central, sua cidade natal. Como está sendo esse regresso?
O regresso foi marcado por um misto de emoções, alegria por estar próxima da minha família, saudade dos amigos que deixei pra traz (vale mencionar que a SEB me faz muita falta) enfim, houve os ganhos e as perdas naturais às situações de mudanças que inevitavelmente passamos pela vida. Após dez anos fora da minha querida cidade, estou feliz e iniciando uma nova e decisiva fase profissional e pessoal.

Nos fale um pouco sobre a cidade e como foi sua infância.
Minha cidade possui cerca de 7.000 habitantes. É um lugar muito bom para viver. Quando digo bom, refiro-me a qualidade de vida, a tranquilidade em relação à violência tão comum nos grandes centros. Paulo, meu caro amigo, eu vou tentar ser breve ao tratar do assunto “minha infância”... Costumo dizer que a infância foi a primavera da minha vida. Na pequena Trombudo Central eu vivi, quando criança, os melhores momentos da minha vida. Um tempo marcado por aventuras, brincadeiras genuínas e inesquecíveis momentos. Sofro de um saudosismo crônico dessa fase da minha vida, sinto como se algo de mim tivesse ficado perdido naqueles tempos encantados!

Você teve uma forte relação com as entidades de escritores em Blumenau. Como é essa realidade em Trombudo Central e no Alto Vale?
Em Trombudo Central não há nada voltado para esse fim, nenhuma entidade de escritores, embora, cabe destacar que temos escritores da cidade, um exemplo é nosso querido Carlos Henrique Schroeder, nascido aqui na terrinha. Mas, voltando a sua pergunta, não há uma entidade voltada especialmente para celebrar à escrita! Creio que essa é uma realidade dos munícipios vizinhos, também.

Você mantém o blog Encanto das Letras (http://cassianeschmidt.blogspot.com.br/) onde você compartilha sua produção poética com o mundo. Como está sua relação com o blog? Você aderiu em definitivo ao FaceBook e deixou os outros canais, ou está apenas dando um tempo?
Meu blog está “descansando” um pouquinho. Devido as grandes mudanças pelas quais passei nos últimos tempos, minha produção literária tem estado na gaveta, mas, permanece em meus projetos. Hoje desenvolvo muito a escrita, mas uma escrita voltada para área da educação. Pretendo retomar meus poemas, crônicas e tenho voltado a alimentar o projeto de escrever um novo romance.
O FaceBook, definitivamente não é bem aproveitado, percebo que pouquíssimas pessoas se interessam quando publica-se um poema, um texto, acabou se tornando um álbum de fotografias eletrônico e um lugar de exposições pessoais desnecessárias.

Como você cria suas poesias? Lembro que uma vez você comentou que sua poesia não representa, necessariamente, o momento que você está vivendo. Como é isso?
A poesia é algo sagrado para mim, por isso, não “pratico esse esporte”, quando não estou com a alma transbordando de verdade sobre aquilo que quero dizer. Paulo, eu retifico o que lhe disse acerca do meu processo criativo, hoje, confesso, descobri – a vida me ensinou- que meus poemas estavam sempre intimamente ligados ao momento que estava vivendo, embora eu quisesse embotar esse sentimento ou não me dava conta que o processo da escrita estava intimamente ligado a minha temperatura emocional.
A poesia nasce sobre a pele dos meus sentimentos, das minhas emoções mais intensas e mais sutis, também! Depois, como num processo inexplicável e difícil, surgem as palavras para vestir meus sentimentos, e, eis, que surgi o poema!

“ Tempo de recomeçar” é seu primeiro romance, aliás, uma história maravilhosa. Como foi o processo de criação deste livro?
Obrigada pela “historia maravilhosa”.
Foi uma das minhas maiores incursões no universo literário! Foi a coisa mais incrível que já fiz! A história foi nascendo em minha imaginação, os personagens iam se apresentado, ganhando vida e verdade, alguns deles nasceram no percurso do livro, sem terem sido por mim previamente planejados... Eu convivia com meus personagens 24 horas por dia, era como se eles fossem reais.  Chorei muito quando me despedia de alguns deles no decurso da trama.
Eu escrevia média de 4 a 5 horas por dia, levei aproximadamente 2 anos para deixá-lo pronto, entre algumas pequenas pausas, passei pelo estágio da gaveta, meu livro ficou adormecido em rascunho por cerca de 6 meses, eu sentia medo de apresentar “Tempo de Recomeçar” para meus leitores. Mas, ao final, tive coragem e me sinto satisfeita com o resultado.

Você está lecionando, como você encontrou a relação dos jovens com os livros?
Para mim esta sendo um prazer imensurável poder estar colocando em prática meus conhecimentos literários com os alunos. O livro fez sucesso entre eles, tive um retorno muito positivo! Além disso, procuro comtemplar as aulas de Língua Portuguesa com toda a experiência que tivemos nas oficinas literárias no SESC. Estou trabalhando no sentido de contagiar meus alunos pela magia da leitura e da escrita, fugindo do caráter puramente gramatical que as aulas de língua portuguesa muitas vezes assume.

Por um período, você tinha uma coluna semanal em um jornal. Como é esse compromisso de escrever toda a semana?
Era muito bom. Escrever todas as semanas, me tornou mais disciplinada na tarefa da escrita! Geralmente eu escrevia crônica ou artigos de opinião! Pretendo retomar essa pratica, estou tentando conquistar espaço nos jornais aqui da região!

Como você escolhia os temas para o jornal?
Geralmente eram temas que estavam em pauta, notícias vinculadas pela mídia, com grande repercussão. Muitas vezes temas do dia a dia, crônicas relacionadas ao comportamento humano. Também me pautava muito nos acontecimentos da cidade (Gaspar) para escrever.

Você preparava um estoque de textos, ou prepara cada texto para aquela semana?
Eu tinha o hábito de escrever toda segunda-feira, meus textos eram publicados na sexta-feira e eu tinha que enviá-los até quarta. Não preparava estoque de textos. Minha escrita fluía de acordo com o momento, por isso, não conseguia estocar matéria.

Última Canção
(Cassiane Schmidt)

Me deixe
Vá embora!
Me deixe a sós com a solidão
Hoje não me interessam seus discos, seu ritmo, seu tom
Hoje não!

Hoje quero casa vazia
Ouvir atrás das cortinas
Verdes segredos de solidão
Quero poesia na mesa
Ser a voz da canção

Me deixe
Vá embora!
Me deixe a sós com a solidão
Hoje não me interessam tuas rimas, tuas cismas, tuas mãos
Hoje não!

Hoje quero dançar no vazio dos teus passos
Arranhar meus frágeis desejos...
O chão nosso de cada dia
Levou todos os caminhos pro fim
Hoje acordei feito pesadelo
Tua pior companhia

E não me olhes assim com olhos de partir
Olhos de nunca mais
Hoje sou o cais que leva e não traz
Recolha seus braços e feche a porta ao sair
Não esqueça de levar as chaves
Pois amanhã quem sabe
Será cedo demais pra mim

Mas não me olhes assim, não insista
Hoje sou página virada
Sua última canção!


Paulo Roberto Bornhofen. SC. 48 anos, mora em Blumenau (terra de cultura alemã), mas é de São José, SC. Funcionário Público estadual, tem mestrado em desenvolvimento regional. Já escreveu alguns livros e participou de algumas antologias. Formado em gastronomia e fotografia. Escreve uma coluna de viagens no portal Blumenews (http://www.blumenews.com.br/site/colunas/paulo-bornhofen.html) e tem dois blogs:www.ninholiterario.com.br e www.viagemeprazer.com.br. “Quanto as redes sociais, usa apenas o  facebook (é muita rede!): https://www.facebook.com/bornhofen”.




3 comentários

Mateus Peyerl disse...

Amei a entrevista, sou aluno da Cassiane, já li o romance escrito por ela, é posso dizer, é maravilhoso. Bom trabalho ;)

jessica r reif disse...

cassiane schmidt e uma ecritora muito boa ja li o livro tempo de recomessar ele e muito bao.a Cassiane e minha professora substituta de artes.ela reamente e muito boa, leiam o livro tempo de recomessar.voçes vao gostar eu tenho sertesa.

jessica r reif disse...

A cassiane e minha professora de artes ela e a minha professora preferida.Ja li o romane "tempo de recomessar"e mito bao.eu simplesmente adoro a professora cassiane mas que qualquer outra que tenho ou que ja tive.