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“Carta a D. – História de um amor” [Cecília Garcia]

“Carta a D. – História de um amor” – Imperdível para quem se apaixonou por “Amour”


A história de um Austrian Jew sem um centavo, apenas com um olhar incrivelmente diferenciado para o mundo, a política e a ordem das coisas, que deixa seus olhos caírem exatamente em uma belíssima jovem, com a qual, diziam, ele nunca teria nenhuma chance. Parece roteiro de comédia romântica barata de Hollywood (daquelas estreladas pela Katherine Heigl), mas é a história real e pungente de André Gorz e sua Dorine.

O filósofo e jornalista austríaco foi mundialmente reconhecido por sua obra de linha marxista-existencialista, que confia na autonomia do homem e, mais tarde, pelo apoio à Ecologia Política, sua última obra é uma carta à esposa, que o apoiou durante toda sua vida, incessantemente, enquanto ele conseguia se estabelecer como intelectual.

Além do relato romântico e nada piegas de uma história de amor de 60 anos (sim, 58 anos de casados…), ele reconhece o valor que ela teve na construção da sua obra e como, em muitos momentos, na própria construção de sua reputação, subjugou-a sem perceber ou querer. Um ato de amor e gratidão dedicado à mulher de 82 anos que sofria com os últimos momentos da vida. Incapaz de viver um segundo sequer em um mundo em que ela não vivesse, ambos cometeram um surpreendente suicídio conjunto em 2007, que tocou a todos que acompanhavam suas histórias como uma onda de amor dolorida. Então era possível, sim, morrer por amor?

Para aqueles que caíram de amores pelo filme de Michael Haneke, fica uma recomendação com um quê de obrigatoriedade. Além de ser uma leitura curta, tocante e profunda, a edição da CosacNaify é primorosamente organizada em forma de envelope e com uma linda foto do casal dentro, dançando. Vale, mais ainda, um espaço na sua estante.

Fonte :

Cecilia Garcia é formada em Linguística pela Unicamp e pós-graduada em Jornalismo pela PUC-Campinas. Atualmente estuda Letras na Unicamp e tem convicção de que é através do debate que a cultura se expande e que a tolerância é a palavra-chave para repensar o mundo contemporâneo. Apaixonada por Literatura Inglesa, tem diálogos imaginários com Jane Austen – mas não é esquizofrênica, até que se prove o contrário.

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