Conversando sobre Arte
entrevistada Marcia Zoé Ramos
Quem é Marcia Zoé Ramos?
Antes de qualquer palavra
sobre minha pessoa e trabalho, eu preciso agradecer sua generosidade para
comigo e a arte. Você é um doador e um altruísta no campo cultural caro Márcio,
propicia a todos em seu espaço virtual a reflexão pela arte e isso é uma tarefa
que requer dedicação, amor, entrega e acima de tudo fé para com o homem. Você
acredita no poder transformador pela arte e nos diz isso todos os dias,
obrigado. Sou mineira e toda minha formação acadêmica se deu no campo da arte.
Sou artista plástica por formação e especificamente aprofundei minha pesquisa
em desenho, fotografia e história da arte. Atualmente sou gestora de projetos
de arte e cultura.
Como se deu o encontro com
a arte?
Desde a infância convivo com
arte. Meu avô materno era um músico do interior de Minas, desses com grupos
populares que viajavam para se apresentar em bailes, clubes, cassinos e casas
noturnas. Ele era um apaixonado pela clarineta, sax e cavaquinho e costumava
dizer que quem tinha a música na vida tinha tudo, então nesse universo musical
fui crescendo e até hoje eu não consigo ouvir chorinhos sem deixar de
lembrar-me dele. Apesar de amar música, acho que a literatura contribuiu mais
com essa minha formatação porque sempre fui uma voraz leitora desde criança.
Entre 12 e 15 anos frequentei um
atelier/oficina onde pude experimentar várias habilidades e aos 17 iniciei meu
primeiro curso de arte com um professor e artista muito especial: Angelo Marzano.
Acho que foi ele o meu guia primeiro nesse universo. Angelo, Amilcar de Castro e outros artistas ministravam aulas nesse
pequeno atelier de uma galeria chamada Gesto Gráfico em BH. Ai veio a Escola
Guignard de forma mais definitiva onde pude conviver com artistas muito bons. Lá tive o privilégio de
ser aluna de Solange Botelho ( ex aluna de Guignard), Marco Túlio Resende,
George Helt, Maria do Carmo Secco (uma
maravilhosa artista e professora
do Parque Lage que passou uma temporada em Minas), Herculano Ferreira,
Carlos Wolney e José Márcio Barros, antropólogo dos mais respeitados hoje no
campo da diversidade cultural que me ensinou a pensar a arte para além das
fronteiras do fazer. Com ele eu começei minha reflexão sobre algo maior chamado
cultura e suas identidades, enfim, muita gente mais fui encontrando ao longo do
caminho. Outros cursos vieram, todos na área de arte e cultura, muita leitura,
muitas conferências, encontros, tudo contribuindo pra formatar minha
personalidade em arte. Quis citar esses nomes especificamente por sentir que
devo a eles grande parte de meu aprendizado. Desde o início convivi com os
grandes artistas de Minas e do Brasil, enquanto professores ou colegas da
escola. Felizmente essa convivência com a arte é intensa até hoje e permite que
antigas e novas referências se
harmonizem pela vida formatando esse caminho principal e os secundários como na
obra do grande Klee que ilustra essa conversa.
Como você descreve a
atuação do seu Escritório de Arte?
O escritório é somente
ponto de referência para um trabalho que considero integral e que se iniciou faz tempos. O escritório no
Rio surgiu de uma necessidade em organizar o atendimento às demandas que foram
surgindo em função de minha atuação com gestão cultural e projetos de arte e
cultura desde 2007 quando aqui me estabeleci. Antes disso, em BH mantive um
atelier com algumas características do
escritório mas com foco em edições. Trabalhei por longo período (1998 a 2006)
com projetos institucionais voltados para arte e cultura , com arte educação e
também fui gestora institucional de um Centro Cultural em BH.
O Escritório de Arte tem como objetivo ampliar
e contextualizar a ação da arte e a difusão de bens culturais e a proposta é
dar suporte e assessoria em arte e cultura, elaborar diagnóstico de portfólios,
estudar conceitos, acompanhar a produção do artista em atelier, elaborar
projetos e curadoria para espaços públicos ou privados, pesquisas, ensaios,
edições e produção. Algumas obras em acervo e séries especiais de alguns
artistas também estão disponíveis para comercialização. Trabalho com ótimas
parcerias na elaboração de alguns projetos e tenho o privilégio de estar em
contato com pessoas extremamente sérias no campo da produção.
Qual sua opinião sobre o
mercado de arte brasileiro?
Acho que é um mercado
emergente, em expansão, porém muito centralizado ainda. Mercado é oferta e
procura de bens e serviços e no caso estamos tratando de dimensão simbólica que
agrega valor cultural e se pensarmos na evolução que tivemos na última década
vamos ver que o crescimento foi expressivo. Editoras publicaram mais, artistas
brasileiros participaram mais de exposições e eventos aqui e no exterior, feiras e leilões importantes aconteceram.
Aliás, as feiras chegaram e se consolidaram, galerias brasileiras estão
presentes em importantes eventos internacionais, espaços culturais estão sendo
criados pela iniciativa privada, cursos novos são oferecidos, grandes
exposições chegaram e outras ainda por vir. Tudo isso contribui para o
crescimento do mercado e alimentam a cadeia produtiva na arte e cultura. Quando
falo arte eu penso em todas as vertentes : cinema, vídeos, teatro, música as
artes plásticas ou visuais como queiram chama-la, a dança. Tudo isso se
interliga no mundo contemporâneo Marcio. O próprio conceito de cultura mudou com
o passar do tempo e hoje temos que entende-la em 3 dimensões: simbólica, cidadã
e a econômica. Então penso que o mercado da arte para se consolidar precisa
assimilar todas essas questões e não podemos mais pensar isoladamente. Faz -se
pintura com vídeo, temos cenários desenhados por artistas para o teatro, temos
livros bons e conferencias importantes sendo gestadas, documentários sendo
feitos, pensadores vindo ao país para debater arte, escritórios de arquitetura
projetando museus, a cultura digital está em tudo, enfim, o mercado está
aquecido e em franca expansão. Contudo, vejo ausência de um discurso crítico
sobre todas essas questões e penso que as ações
poderiam ser melhores no sentido de que essa cadeia produtiva precise se
preparar mais, se organizar mais e acho que no plano institucional avançamos
pouco, investiu –se pouco. Temos muitas barreiras tributárias, muita
burocracia, poucos gestores preparados, pouca ação educacional, ausência de
capacitação na área e o Estado comete alguns equívocos principalmente sendo
omisso na maioria das vezes. Ainda se confunde arte com entretenimento ou algo
parecido com parques temáticos. Em muitos casos, essa política de espetáculos
custa caro e nem sempre obtém resultados positivos. O público não tem ainda
formação suficiente (em sua maioria) para julgar e diferenciar arte de
decorativismo ou se um evento é bom ou não e seu olhar crítico é quase nulo,
ai ela é entendida como algo que precisa de grandes
produções para acontecer, ou seja, cria-se uma necessidade de “espetáculo”
desnecessário e falso, muitas vezes supervalorizando banalidades. O mercado
vende banalidades e muitas vezes cria valor onde não existe. Temos uma economia
ainda frágil que influencia diretamente essa cadeia e precisamos superar
obstáculos o tempo todo. Falta direcionamento correto das ações e erroneamente
as questões pontuais é que ganham espaço em detrimento das políticas de longo
prazo.
Que comentário você faria sobre ética no
mercado de arte?
Ser ético nada mais é do
que agir direito, proceder bem sem prejudicar os outros, ter comprometimento,
assumir responsabilidades, ter generosidade e cooperação no trabalho em equipe,
trocar conhecimento, respeitar as
pessoas, ser tolerante, flexível, buscar quando necessário ter uma relação de confidencialidade e privacidade.
Sabemos que nunca é fácil mas é preciso
exercitar o tempo todo porque todo envolvimento é construção. Acho principalmente que devemos ser honestos
em qualquer situação, porque é uma virtude fundamental aos negócios e só se tem
credibilidade com a honestidade que, acima de tudo, exige uma relação franca.
Vejo muito individualismo ainda no mercado e isso não é saudável, não faz
crescer. Outros dois fatores hoje fundamentais para quem trabalha com arte é o
profissionalismo e a competência técnica porque relações não podem ser de
proteção, paternalismo, amadorismo quando se pretende trabalhar no mercado de
arte ou qualquer outra coisa. Pode parecer frio mas acho que existe ainda muito
conflito, muita postura incorreta tanto do artista quanto do gestor e é preciso
corrigir essas falhas quando se pretende de fato obter respeito e solidez no
fazer.
O que você pensa sobre os
novos nomes da arte contemporânea brasileira?
Temos artistas com uma
produção extremamente significativa, gente empenhada na pesquisa, que entende a
arte como processo contínuo, mas também temos muito modismo, muita apropriação
sem sentido, muita repetição sem ao menos citar referências. Ocorre que o mundo
nos últimos 50 anos passou por um turbilhão de transformações e a arte faz
parte disso, o próprio conceito de contemporaneidade a todo momento é
questionado por historiadores de arte, filósofos, críticos e estudiosos que
classificam os períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente
buscando o entendimento dessa produção e ai eu me pergunto sempre se estamos
criando algo realmente novo desde a arte moderna. Os suportes são os mesmos com
poucas alterações devido à era da tecnologia. Não quer dizer que todos tenham
que usar esses recursos somente para parecer ser contemporâneo e dizer que
acompanham as inovações e linguagens novas, mas é preciso saber se apropriar
desses suportes e não se transformar em mero repetidor de movimentos. Acho que
a melhor produção é sempre aquela capaz de traduzir as indagações do presente,
a leitura tem sempre que ser atual, senão é perda de tempo. Grafitar as
cavernas e grafitar os viadutos é um bom exemplo. O primeiro ato simbólico do
homem continua a ser feito, a questão hoje é que no segundo caso os viadutos
usados como suporte estão sendo derrubados e os registros apagados, então uma
grande indagação é saber se a mensagem através da arte tem o mesmo valor e se a
mesma está conseguindo cumprir seu papel transformador. Nos últimos 20 anos
muitos artistas entenderam que produzir somente não bastava, precisavam pensar
e muitos conseguiram transpor esse pensar para suas produções com maestria e
cuidado, esmero mesmo. Talvez seja o caso dos novíssimos observarem essas
trajetórias, essas leituras que já foram feitas para ai sim formular
novas.
As Feiras de Arte dão
contribuição significativa para o desenvolvimento da arte? Como foi a
experiência com a ARTIGO 2013?
Do ponto de vista de
mercado sim, as feiras impulsionam a produção artística, porém o nível dessa
produção ainda precisa ser avaliado porque o desenvolvimento em si da arte requer mais que o ato de trocas em
mercado. Embora muitas feiras sejam realizadas de forma primorosa, com
atividades que vão além dos stand de vendas , não percamos de vista seu
objetivo primeiro, ou seja, o foco das
feiras é a produção de valor, a concorrência, a oferta e em alguns casos a
especulação mesmo. Acho que precisamos ter claro que Feira não é Bienal, feira
é negócio e é regida por leis de mercado, não devemos nos enganar. Até mesmo a
participação do Estado nesse tipo de atividade tem que ser dosado
cuidadosamente, tendo em vista que o mesmo não deve usar recursos públicos sem
as devidas contrapartidas e não deve ter num evento dessa natureza a ilusão de
que promove política cultural. Digo isso porque vejo muita confusão em entender
a presença do Estado nesse tipo de atividade e vejo em alguns casos que o mesmo
também não se posiciona claramente. Sobre a Artigo eu considero uma experiência
positiva e não me canso de dizer ao Alexandre Murucci que seu projeto é muito
bom. Embora tenha sido realizado com grandes dificuldades no que diz respeito
aos apoios e patrocínios, além do momento político efervescente das
manifestações de rua ocorridas no período da feira, a edição desse ano confirma
que existe espaço para ações dessa natureza com foco em artistas novos ou
consagrados mas com obras acessíveis ao pequeno colecionador. Temos que
trabalhar mundos possíveis e fugir de situações meramente de especulação que
supervalorizam objetos e nomes sem que os mesmos agregue sentidos. Arte na
minha opinião nunca poderá ser vendida como produto de supermercado. A arte já
se encontra nos supermercados com seus
rótulos e embalagens fabulosas, então o objeto arte não pode ser confundido e
uma feira boa será aquela capaz de colocá-lo
no devido stand, apresenta-lo com o devido cuidado para que o mesmo seja
visto como bem simbólico a ser adquirido.
Cerca de 20% dos valores
vendidos na última SPArte, segundo
informações não oficiais, foram pelas galerias estrangeiras, você poderia comentar esse dado?
Não tenho essa informação
mas se realmente ocorreu significa que essas galerias internacionais
descobriram um vácuo no mercado brasileiro e souberam capitalizar muito
bem. Esse fenômeno é global e temos hoje
países árabes e asiáticos se transformando em polos artísticos grandiosos. 20%
é um número expressivo e demonstra que ainda temos muito a caminhar no que diz
respeito à profissionalização. Soube que algumas galerias estrangeiras em
função do sucesso obtido, se preparam para abrir filiais aqui. Esse fator pode
impulsionar o mercado nacional no sentido de buscar cada vez mais a capacitação
e outras competências necessárias para se manter no mercado mas há que se ter
os cuidados devidos e algumas ressalvas porque as grandes galerias são
administradas por ferozes investidores. A aposta é alta e sempre arriscada,
nesse sentido artistas e produtores devem estar atentos.
As Bienais ainda são
fundamentais na divulgação da Arte?
Sim, uma Bienal de Arte tem a função de
estimular o pensamento, interrogar, porque é um espaço produtor de narrativas e
também tem o papel de dar legitimidade à produção artística e divulga-la,
apontar caminhos. Numa Bienal ocorre uma leitura de mundo formatada a partir de
metáforas e isso é maravilhoso.
Considero alguns trabalhos curatoriais excelentes para se entender
alguns aspectos da arte. Como tudo, também é passível de equívocos e acho
natural que provoque o debate.
Por que os museus
nacionais não compram obras novas para seu acervo? Existe política pública para
o desenvolvimento da Arte?
Políticas de aquisições
dependem de verbas destinadas a esta finalidade Marcio. Cada espaço tem sua
política de acervo e acho que seria saldável torna-la pública. Acho inclusive
que deveria ser obrigatoriedade esse
tipo de publicação. Os novos museus atualmente estabelecem diretrizes que priorizam o
apoio às coleções privadas bem
como adotam uma política de caráter social, interdisciplinar, o museu como espaço
de formação permanente e não mais de contemplação e essa função sócio educativa
agora é uma obrigatoriedade, então acho que atualmente tudo isso é levado em
consideração nesse processo de aquisição. Desconheço os critérios de formação
de um acervo para novos museus mas
acredito que como lugar de memória existem pontos de partida para essas
coleções e acho que deveriam ser transparentes sempre ao gerir recursos
públicos. Quanto às políticas
sim, no papel existe formatado tudo
e elas estão sendo discutidas
desde 2003. No caso dos museus existe inclusive um plano setorial bem
elaborado. Esses documentos oficiais culminaram com a criação de SNC que é um
conjunto de diretrizes para a área da cultura. Acho que o mais importante na
criação do Sistema é que quando ele estiver totalmente implantado não teremos o
absurdo de descontinuidade em programas caso o governo mude. No caso da arte,
um programa foi criado em 2009 juntamente com a Fundação Bienal destinados a
incentivar a participação de artistas visuais em eventos e feiras, mas os
valores são ainda muito pequenos. Ocorre que para implementação dessas
políticas os gestores dependem de aprovação de orçamento e esta não é uma
prioridade governamental, infelizmente. O que se destina à pasta da cultura é
menos de 1% do Orçamento da União e nem sempre esse percentual é bem
distribuído e aplicado. Temos crise na Biblioteca Nacional, temos um absurdo
abandono na questão do Patrimônio Histórico, existe um longo caminho ainda a
trilhar no campo do Patrimônio Imaterial,
atuação tímida no que diz respeito ao uso de novas tecnologias, enfim ,
tudo isso precisa de dinheiro. Não se faz cultura sem dinheiro, essa é a
verdade e consequentemente a arte segue duramente afetada nesse caminho. Pouco
investimento, gestões pouco técnicas, lentidão em regulamentar leis, planos de
formação ainda sem consistência e sem continuidade resultam no que temos hoje.
É possível para o artista
viver de arte no Brasil?
Acho possível sim, embora
o número de artistas visuais que viva de suas próprias criações ainda seja
pequeno, creio que num futuro próximo tenhamos mais em função da evolução
cultural , educacional e econômica da população, mas nunca será um número
elevado. Esse caráter de sagrado, de “aura” é muito forte e poucos ainda tem condições
de adquirir uma obra de arte, então temos algo restrito e de certa forma
elitizado a ser adquirido. Hoje as áreas de música e cinema já conseguem
integrar a cadeia produtiva de forma direta em função da tecnologia e do seu
potencial multiplicador, e é onde a arte deixa de ser uma criação exclusiva
para um grupo, perdendo seu caráter sagrado e consequentemente atingindo a
sociedade como um todo. O incrível é que indiretamente muito do que se produz
no mundo tem relação com arte, da estampa de um tecido ao rótulo de um produto
alimentício ou modelo de um carro e nesse sentido eu creio que viver de arte
não seja uma “utopia”.
Que conselho ou sugestão
você daria a um jovem artista para ter sucesso em sua carreira?
Vamos trocar a palavra
sucesso por reconhecimento?Sucesso nas artes visuais e em outras artes é
somente um momento ínfimo quando as coisas acontecem ou alguém resolve nomear
os escolhidos, e a arte precisa ir além disso. A boa arte é aquela capaz de nos incomodar,
fazer questionar, pensar. Uma produção de arte enquanto “prática contemporânea”
(gosto demais dessa expressão que ouvi) a meu ver, só se consegue quando o
artista se torna um observador do mundo e isso só é possível fazendo uma
leitura desse mundo a partir de tudo que o cerca. Ser presente, estar presente,
ver o que está sendo dito, escrito, pesquisado, saber qual foi a última
descoberta da ciência, saber como as pessoas estão vivendo no nordeste, saber
como nossa floresta está sendo destruída, saber o que as nossas crianças estão aprendendo,
ler poesia, ler romances, ir ao cinema, ir à praia somente pra observar as
pessoas e seus movimentos, visitar mercados populares, estudar outras culturas,
tudo isso pode parecer bobagem mas é assim que entendo a arte hoje. Não adianta
se isolar do mundo e transformar tudo num embate filosófico, elitizar mais
ainda ou achar que arte é o culto ao belo simplesmente. É preciso tirar
filosofia de coisas banais, do dia a dia, das agonias e transformar esse ver o
mundo em algo novo. Os grandes artistas assim o fizeram e nós os admiramos por
isso. Meu conselho final são dois e não
são meus, mas de artistas pensadores da
arte que admiro muito: O primeiro é minha “prece” da grande Fayga
Ostrower: “Nem na arte existiria
criatividade se não pudéssemos encarar o fazer artístico como trabalho, como um
fazer intencional produtivo e necessário que amplia em nós a capacidade de
viver.” O segundo é de um querido intelectual
artista que tenho grande admiração, por conseguir transitar tão bem
nesse universo da arte e da cultura e saber transmitir com maestria seu
pensamento crítico que julgo necessário: Adriano de Aquino escreveu: “(...)A
construção de nós mesmos é uma tarefa intensa, até certo ponto ilusória e
sempre inacabada. Ela se revela, sobretudo, na aspiração pela completude que
repousa no pacto imperecível com o nosso tempo e para além dele. Esse nosso
fazer é inerente ao processo criativo que por natureza é alheio às certezas que
coabitam o mundo das coisas e das finalidades. Ele acontece na sequência infindável da experiência que,
como um moto continuo, jamais se
completa.”
Como você pode ver, os
pensamentos se complementam e formam um belo conselho.
Obrigado pelo convite. Meu
carinho.
Blog: ArtArte
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário
Postar um comentário