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ELA, MÉXICO; EU, BRASIL [Geraldo Trombin]



ELA, MÉXICO; 
EU, BRASIL 

Ela – mulher de vermelho – chegou assim de repente como um pop-up (saltando, virtualmente, com tudo à minha frente), decorando novamente os meus olhos já tão cerrados para o mundo com o alegre brilho das estrelas.

Com espírito leve igual algodão, arrancou os meus pés do chão como abalo sísmico deliciosamente gostoso de sentir. Que tremedeira, que frio na barriga! De lábios bem torneados e sorriso cativante – onde fiz o meu cativeiro – tirou o meu pensamento da densidade das horas feito balão colorido de gás que – escapando das mãos – vai subindo, subindo, elevando a cabeça e o olhar, transpassando todas as nuvens acinzentadas do dia em busca do mais límpido céu.

Eu, Brasil; ela, México. Devolveu aos meus ouvidos o sentido do canto dos pássaros e o riso largo e inocente da criança. Ocupou todos os meus neurônios com aqueles desejos tão únicos, tolos e inconsequentes da paixão. Provocou a minha dor de cotovelo ao deitar, rolar e se entregar prazerosamente a outros braços no calor do inverno: os braços calorosos da sua cama. Instigou o meu instinto mergulhador quando declarou ser uma concha, provocando em mim – pescador de ostra – o ávido desejo de descobrir a sua pérola.

Com cabelos soltos ou presos, olhando fixo ou de soslaio sob a franjinha do seu tempo; trajando verde-claro, amarelo ou mesmo o seu magenta facial, possui beleza rara que veste a noite azul com todas as cores do arco-íris.
Ela diz que a percebi por dentro, que enxerguei a sua alma. Mas, na verdade, foi ela quem resgatou a minha quando avistei a plenitude da sua calma.

Ela, México; Eu, Brasil! E lanço no ar alguns versos românticos de Lulu Santos – Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela –, emendo com o querer de Ana Carolina (que também é o meu) – Eu só quero saber em qual rua a minha vida vai encostar na tua! E concluo: Onde e quando, hein, Mocinha da Aura Bonita?

17.08.13 - Jornal O Liberal - Americana - SP

Geraldo Trombin, publicitário, é colunista do blog ContemporArtes e colaborador do jornal “O Liberal”, de Americana/SP.Lançou em 1981 “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 “Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados”.
Tem classificações em inúmeros concursos literários realizados em várias partes do país e também em Portugal, além de trabalhos publicados em jornal e diversas antologias.


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