Indígenas
montam site e contam sua versão da história em materiais didáticos
Leonardo
Blecher
Portal
Índio Educa tem 200 artigos escritos por indígenas para ajudar professores e
estudantes
Ainda
nos primeiros anos da escola, quando as crianças têm seus contatos iniciais com
a história brasileira, uma das perguntas propostas por muitos professores é
“Quem descobriu o Brasil?”. A esta indagação, é comum que se espere que a
criançada em coro responda “Pedro Álvares Cabral”.
Ao
atribuir ao navegador português a descoberta do país, esta versão dos
acontecimentos desconsidera as estimadas 5 milhões de pessoas que aqui viviam
antes da chegada dos europeus. Para tentar minimizar este e muitos outros
desrespeitos à cultura indígena, a ONG Thydêwá resolveu criar uma plataforma
online para que os índios desenvolvam materiais didáticos que contem sua
história e atualidade.
No
site Índio Educa, é possível encontrar artigos a respeito de diferentes etnias
e tribos brasileiras, todos escritos por indígenas. Os assuntos são diversos, e
vão de aspectos históricos ao cotidiano. ”A época do índio sem voz está
terminando. Este projeto tem o objetivo de empoderar o indígena para dialogar.
Trabalhamos em cima dos preconceitos que existem, como pessoas que acham que
eles ainda vivem nus”, conta o presidente da Thydêwá, Sebastian Gerlic.
A
ideia surgiu em 2008, quando a Lei 11.645 tornou a temática “História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena” obrigatória no currículo oficial da rede de ensino.
Desde então, a ONG começou a reunir jovens indígenas interessados em produzir
material de apoio a professores e alunos, e o Índio Educa foi lançado em 2011.
“Percebemos
uma carência de material didático para dar subsídio a essas disciplinas. Então,
chamamos indígenas que estão em universidades para formar um grupo de trabalho.Hoje o site tem 200 matérias provenientes de 10 etnias diferentes”, explica
Gerlic.
O
conteúdo do site é todo em formato de Recurso Educacional Aberto, com licença
Creative Commons. Isso significa que o material pode ser utilizado e modificado
por outras pessoas, como professores que queiram montar um conteúdo didático
próprio.
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