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O olhar de um poeta do mundo [Isabel Furini]



O olhar de um poeta do mundo 

Nosso entrevistado é o escritor e poeta Daufen Bach. Em 2007, Daufen Bach foi nomeado Cônsul dos “Poetas del Mundo”. Ele já participou da Antologia Internacional Planeta em Versos, publicado pela Editora Letras em Cores e teve alguns de seus poemas publicados em revistas nacionais e internacionais. É editor da revista virtual Biografia. Seus textos podem ser lidos no blogue:  http://eraparasercancao.blogspot.com 

Daufen, você é escritor, poeta, jornalista, gestor educacional. Em qual dessas atividades você se sente mais criativo?

Isabel, na verdade eu não sei dizer. Vim de uma família muito humilde e nessas quatro décadas, além do que citaste, também fui roceiro, peão, servente pedreiro, carregador de caminhão no CEASA em Curitiba. Já fui professor na rede estadual em Mato Grosso,  editor, diagramador e designer em um jornal impresso e em mídias on line … Enfim, foram muitas atividades desenvolvidas e todas elas sempre demandaram, dentro de suas características, exercícios de criatividade e gostei de todas, mas sempre tive uma aptidão maior por esse universo literato e artístico em geral. Amo a literatura e a poesia e sempre exigi das minhas letras, um esforço maior e uma qualidade maior, então, por isso, creio que devo ser mais criativo quando me visto de escritor e poeta…

Fale um pouco das influências poéticas que você recebeu. Como foi formando o seu estilo ao longo do tempo.

Dei-me conta de que escrevia aos 12 anos, pois já havia cadernos recheados de textos e memórias infantis. Durante a adolescência e juventude, embora eu gostasse muito de ler, não houve uma influência direta de autores ou escolas literárias em minhas composições. Lia os clássicos, os pensadores, os contemporâneos, a literatura dita “marginal” da década de 70, a literatura fantástica, ficção, gibis… Enfim, tinha os olhos ávidos pelas páginas de livros, mas não me atinha a modelos, lia o que gostava de ler e escrevia o que gostava de escrever…

Como sempre fui um romântico incorrigível e um boêmio frustrado, risos,  meus primeiros escritos enovelavam-se numa aura de romantismo que, por muitas vezes, chegavam derramar pieguices. Mas a maturidade trouxe um quê de reflexão e mergulhei, em obras de autores como Gullar, Fernando Pessoa, Leminsk, Borges, Guimarães Rosa, Jorge amado, Vinícius de Moraes, Dicke, Helena Kolody,  Manoel de Barros, nos autores da literatura clássica, entre outros, e aprendi não apenas escrever, mas perceber a poesia incrustada nas coisas que nos rodeiam, a valorizar essa poesia e a senti-la como se sente as coisas simples da vida.

Hoje, acho, não tenho estilo ou me perdi entre estilos e não quis me encontrar. Dos escritos ainda inéditos (20 livros), posso diferenciá-los em “categorias” que, se forem lidas separadamente e sem conhecimento prévio de quem é o autor, os leitores não os relacionariam ao um único autor… São livros diferem muito a temática. Alguns evidenciam um  cunho filosófico e existencialista, outros possuem uma forte temática social, há também os livros autobiográficos, e tem aqueles que exploram a sensualidade e o erotismo… Por fim, há inúmeros   livros que gritam uma poesia extremamente romanesca.

O meu estilo deve estar, ainda, se formando… ( risos). 

Se você fosse abandonado em uma ilha deserta durante seis meses e tivesse a possibilidade de escolher seis autores, quem seriam os escolhidos? 

Já ouviu aquela expressão: “apertar sem abraçar”? Responder essa questão é sentir um pouco isso, pois são tantos! Manoel de Barros; Ricardo Guilherme Dicke; Guimarães Rosa; Fernando Pessoa; Jorge Luís Borges; Milan Kundera, e outros.




Isabel Furini é escritora e poeta. Seu poema Quixotesco fará parte da exposição de artes plásticas, poesia e arte digital, cuja abertura será em 14 de agosto, 19 horas, no Instituto Cervantes de Curitiba, rua Ubaldino do Amaral, 927, Alto da XV. A curadoria é de Carlos Zemek. O professor e ator de teatro e TV Gerson Delliano realizará a leitura dos poemas.