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AO MESTRE, COM TODO O DESPREZO [Geraldo Trombin]



AO MESTRE,
COM TODO O
DESPREZO 

Em casa, os meus pais foram os meus grandes mestres! Na escola, muitos outros ajudaram a colocar os meus pés nas trilhas do seguir em frente.

Reconheço o meu orgulho por ter recebido um ensino exemplar na formação do meu conhecimento e da minha conduta.

Lembro-me do meu encantamento pelas primeiras letras, do fascínio pelo be-á-ba que, a cada aprendizado, trazia-me um novo significado à vida.

Lembro-me do faz de conta, porém aprendi que o que realmente valia, no final das contas, era saber somar, subtrair, dividir e multiplicar. Somar as forças e alegrias, dividir as conquistas e o alimento de cada dia, multiplicar o amor e a esperança, sem subtrair ou excluir qualquer pessoa dos planos da felicidade.

Lembro-me com certo saudosismo do gesto singelo (tanto quanto era a nossa infância) ao agradecer o carinho e a dedicação dos nossos queridos e amáveis professores, ofertando-lhes como presente frutas, bolachinhas, pedaços de bolo, flores e, até  mesmo, aqueles ingênuos poeminhas num pedaço descuidado de papel.

Agora, não! O presente é bem diferente: é entregue na forma nua e crua do desrespeito, do desentendimento, do enfrentamento, da desvalorização, da violência. Sem embalagem especial ou qualquer tipo de laço.

Sala de aula, atualmente, é pior que o cavalo de Troia que, pelo menos no início, enganou e encantou aos olhos. Sala de aula virou ringue, de onde não se sabe se vai sair vivo.

Se hoje o presente sucumbe ao olhar ignorante da geração de alunos "dedo em riste" e aos passos desinteressados dos governantes, imagine só o que nos aguarda no futuro. Que lição levaremos para casa, para o amanhã?

Prezo muito os nossos mestres, com muito carinho. Desprezo tudo o que estão fazendo com eles, o túnel onde foram colocados por interesses escusos. E sem qualquer luz lá no fim, mesmo porque não há a mínima vontade política em iluminá-los. Mas, para mim, são iluminados por natureza!


Geraldo Trombin é publicitário, colunista dos blogs ContemporArtes e BDE (Bar do Escritor), e colaborador do jornal “O Liberal”, de Americana/SP. Lançou em 1981 “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 “Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados”. Tem classificações em inúmeros concursos literários realizados em várias partes do país e também em Portugal, além de trabalhos publicados em jornal e diversas antologias.

5 comentários

edweinels disse...

Um texto com a beleza e a consciencia que somente os mestres das letras possuem. Parabens, Geraldo, pelo texto: belo, corajoso e verdadeiro.

Cinthia Kriemler disse...

Maravilhoso e verdadeiro! É exatamente assim. Parabéns pelo testemunho desse tempo de incompreensões e pela descrição da labuta desses heróis das salas de aula.

geraldo trombin disse...

Obrigado, Ed e Cinthia... Vamos colocando nossa visão no papel... :)

Cris Dakinis disse...

Tempo de incompreensões mesmo! Mas todo professor sonha em mudar essa realidade...
Adorei, amigo! :)

geraldo trombin disse...

Brigadinho, amiga! beijos