Universo
de consumo individual
Entre o desejo, o sonho e a ilusão me deparo com a
insígnia mutável do que sou. É o meu lugar no mundo, o que estou fazendo para o
mecanismo andar, ir em frente, sem titubear ou se esparramar pelo chão, ainda
que mantenha uma aparência intacta – para o mundo é importante que se faça
assim: de atos, trejeitos e afetos nem sempre verdadeiros.
Às vezes não entendo todas as discussões acaloradas que
se desenrolam em vários lugares do mundo, constantemente relatados em pautas
imensas que passaríamos o dia inteiro para ler, entender e ruminar o assunto
por mais algumas horas para entendermos melhor dos variados aspectos que se
encadeiam num mesmo assunto. E a tecnologia está aí para isso: nos ajudar!, mas
também causar um alvoroço interior porque queremos saber de tudo, ter ideia
para todas as coisas e opinar em todos os assuntos correntes. Mas como?
Perguntamos, indignados. Se mal temos tempo para trabalhar e organizar nosso
mundo particular?
Queremos, ansiamos, e é assim que vamos construindo
nossos sonhos: de fazer uma viagem por vários lugares do planeta, de cuidar
melhor da família, dar mais atenção aos amigos, ler a pilha de livros
organizada pela ordem do desejo, vasculhar as ruas, restaurantes, cinemas,
museus, enfim, ter tempo não só para conhecer mais o mundo externo, mas também
se dar ao luxo de extrapolar dentro do seu universo de consumo individual.
Mas, cá, lá, acolá ou ali estamos nós, precisando de um
lugar, de uma direção que dê o cálculo exato para darmos conta dos amontoados
intermináveis de nomes, notícias, eventos, sites que anotamos durante o dia ou
à noite porque nos interessamos pelo assunto, é então que começa a luta da
prioridade. Mas, como? Tudo é importante e interessante! Além do mais, há uma
vida que pulsa e independe de qualquer opção pessoal, porque existem as
surpresas da vida ou as peças, boas ou ruins, que ela nos prega. Não que
sejamos desajustados, banais ou desatentos - longe disso. É o ego, o olhar e o
detalhe da diferença que acontecem sem hora prevista.
* Pintura de Salvador Dalí, The Persistence of Memory,
1931
Patrícia
Dantas - Amante da arte de escrever e descobrir nas histórias a construção das
palavras.Possuo, desde 2010, uma página atualizada no Recanto das Letras:http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=68582
Participei
da Focus - Antologia Poética VII, pela Cogito Editora:http://www.cogitoeditora.com/patricia-dantas-focus-antologia-poetica-vii/
Meu Blog: Intimidades de uma Escritora http://intimidadesdeumaescritora.blogspot.com.br/Portal
BVEC (Biblioteca Virtual do Escritor Contemporâneo:http://www.portalbvec.net/Patricia_Dantas/
Um brinde ao encanto das
palavra
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