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CRIANÇAS REFUGIADAS [MARCELO VINICIUS]

CRIANÇAS REFUGIADAS 


POR MARCELO VINICIUS  
Artigo publicado no site Obvious  

O belo da infância e a tragédia da guerra – é essa beleza trágica que encontramos espelhada no rosto das crianças retratadas pelo fotógrafo Muhammed Muheisen da 'Associated Press'.

Tendo passado os últimos anos no Paquistão, ele captou as expressões de uma das maiores comunidades de refugiados do mundo, saída da violência do Afeganistão, com um foco especial: o olhar de meninos e meninas. 

Enquanto centenas de fotógrafos dedicados abastecem diariamente os bancos de imagens das agências de notícias com o que é assunto no mundo, apenas os fotojornalistas mais excepcionais conseguem rotineiramente criar registros que oferecem novas perspectivas sobre os eventos que definem nossa era.

Muhammed Muheisen, da Associated Press (AP), é um desses nomes. Suas imagens tornaram-se indispensáveis para quem deseja compreender os conflitos no Oriente Médio além do julgamento superficial.


Inspirado por um espírito de humanismo e pela consciência do poder da narrativa visual, seu trabalho surpreende e já é consagrado com inúmeras distinções, o que inclui dois Pulitzers e o prêmio da revista Time de Best Wire Photographer of 2013.



Por mais de três décadas, o Paquistão tem sido refúgio de uma das maiores populações de refugiados do mundo: centenas de milhares de afegãos fugiram de inúmeras guerras locais e se abrigaram no país.

O fotógrafo Muhammed Muheisen viajou para a periferia da cidade paquistanesa de Islamabad para fazer um ensaio que documenta a mais nova geração de crianças afegãs refugiadas. Todas elas foram retratadas enquanto brincavam.

Segundo a ONU, o país é a maior receptor de refugiados pelo mundo, principalmente dos afegãos. Desde 2002, quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, cerca de 3,8 milhões de pessoas deixaram o país.




As imagens selecionadas neste posts mostram sua predileção por fotografar crianças, sempre com uma abordagem delicada. De acordo com ele, foca nelas suas lentes por acreditar que se tratam das verdadeiras vítimas de qualquer conflito. “Não é uma foto de criança, é a mensagem de uma criança sendo enviada para outra parte do mundo”, disse o fotógrafo Muhammed Muheisen. 

Mesmo dedicado à cobertura do que é notícia, indelével para qualquer repórter, Muheinsen encontra tempo para clicar a rotina das ruas, procurando momentos reveladores principalmente quando a cidade desperta. Ele levanta cedo para pegar a luz da manhã escorrendo pelas favelas empoeiradas na periferia da cidade ou para clicar o início das aulas em uma escola local. “Eu amo a tranquilidade dessa hora”, conta, acrescentando que procura cenas que carreguem uma mensagem de vida ou alegria.

Muheisen descobriu que a fotografia cotidiana em zonas de conflito realmente pode criar uma mudança: “Não é apenas o meu projeto, mas a minha paixão”.


Em 2013, cobriu com sua equipe de fotógrafos a incerteza nas ruas da África do Sul diante do estado de saúde delicado de Nelson Mandela. Ele continuou, entretanto, produzindo imagens encantadoras da vida diária em torno de Islamabad, onde já se encontra há três anos.

As imagens abaixo, captadas nos arredores da capital, Islamabad, são apenas um pequeno olhar sobre as condições em que vivem estes afegãos. Todos preferíamos que estas fotos não existissem, mas não adianta fingir que não vemos:
















Marcelo Vinicius é um fotógrafo e escritor de olhar inquieto e apaixonado pelo novo. É amante da arte, seja fotografia, cinema ou literatura. Participou de jornais regionais, escreve para o portal Obvious e é colunista do site Homo Literatus. É graduando em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Participou do projeto de extensão sobre cinema e produção de subjetividade (Sala de Cinema); do grupo de pesquisa em Psicologia Social; é integrante do grupo de estudo em Filosofia da Arte de Arthur Danto e do grupo de estudo em Filosofia Contemporânea na UEFS. Além disso, é certificado pelo curso de Fotografia do CUCA – Cento Universitário de Cultura e Arte e afiliado ao Sindicato dos Fotógrafos Profissionais de Feira de Santana (SINDFOFS). Foi responsável também por coordenar projetos acadêmicos e cine-debates sobre os clássicos escritores Kafka e Dostoiévski, ainda co-coordenou projetos sobre os cineastas Bergman e Hitchcock..

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