Diminuto – Minicontos para
qualquer hora
literatura + tecnologia =
tempo melhor usado
O Diminuto é um aplicativo
de leitura e escrita colaborativa de minicontos. São textos de, no máximo, 750
caracteres disponibilizados gratuitamente para quem baixar o app. A ferramenta
foi elaborada com base nas necessidades dos próprios fundadores, que incluiam o
desejo de ocupar o tempo livre com coisas mais produtivas que joguinhos ou
redes sociais e a vontade de ter uma plataforma de escrita com capacidade de
atingir leitores e de oferecer novas opções de leitura. É uma ferramenta de
passatempo cultural, que permite a leitura de contos curtos, capazes de se
encaixar perfeitamente nos intervalos de uma rotina acelerada e megaconectada.
Assim que tomei conhecimento
da iniciativa, corri para experimentar. Em poucos cliques já estava pulando de
um conto a outro no celular e logo descobri a possibilidade de enviar meus
prórpios textos.
O e-mail de boas vindas que
o novo usuário recebe é tão caloroso e pessoal que me senti muito à vontade
para escrever e “xeretar” um pouco mais sobre a história da inciativa bacana. A
Déborah Gouthier, uma das responsáveis pelo projeto, que tomou corpo com o
impulso do Fundo de Apoio à Cultura de Goiás, foi super gentil e o papo acabou
virando a entrevista que agora publico para vocês.
minicontos
MK – Achei interessante que
uma das motivações para desenvolvimento do Diminuto fosse a vontade de um uso
mais rico do tempo na interação constante com a tecnologia. Conte-nos um
pouquinho mais sobre o desenvolvimento da ideia que culminou na criação do
aplicativo.
Diminuto – Foi isso mesmo,
Maurem, a ideia que originou o Diminuto surgiu das nossas necessidades mesmo.
Eu, por exemplo, sou escritora. E nunca consegui uma plataforma ideal pra
divulgar meus textos. Não queria um blog, por exemplo, porque eu sempre
questionava como é que o leitor ia chegar até o blog. Por outro lado, tinha
também a nossa ânsia por um passatempo mais produtivo, sabe? Naquela hora da
fila do supermercado, na espera do médico, nós queríamos ter acesso a algo mais
valioso do que um joguinho ou as redes sociais. Depois de muito diálogo e
ideias mirabolantes, surgiu uma ideia que vingou e veio a ser o Diminuto, que é
hoje formado por mim, que sou também jornalista, a Isabella Gouthier (que é a
designer do projeto) e o Lucas Garcia (que é o engenheiro de computação,
responsável por todo o desenvolvimento).
MK – O aplicativo oferece
drops literários, mas fomenta o usuário a praticar a escrita também. Com isso,
não há o risco da ferramenta ser massivamente utilizada por escritores que
querem divulgar seus textos e ter poucos usuários mais interessados na leitura
em si?
Diminuto – Risco existe,
claro. Por ser um formato novo, uma ferramenta nova, ainda estamos testando os
resultados que isso vai gerar no público. Mas, pelo que estamos vendo até
agora, a maioria dos nossos usuários é de leitores – sem dúvidas. São pessoas
que querem ler, querem essa opção de preencher os espaços da rotina com
literatura diversificada e diferente.
MK – Na App Store ainda não
há resenhas publicadas, mas a avaliação no Google Play vai muito bem obrigada.
Como tem sido a reação dos usuários ao aplicativo em redes sociais ou através
de contato direto com a equipe?
Diminuto – A reação tem sido
surpreendentemente boa! É aquela coisa: você tem uma ideia, mas não tem muita
certeza de se aquilo é real ou maluquice da sua cabeça. Mas desde que lançamos
o app, há dois meses, o feedback tem sido maravilhoso. E vai além dos números,
que são crescentes. Há também o contato direto com o usuário, os e-mails super
carinhosos que recebemos e as respostas nas redes sociais. As pessoas se
encantam com a ideia e aos poucos vão se apaixonando, como a gente se
apaixonou.
MK – Os editais de apoio à
cultura tem sido um dos canais para viabilizar projetos na área de literatura
(falei um pouco sobre o FAC do Rio Grande do Sul, algum tempo atrás), mas
desvendar as exigências de cada edital pode ser um desafio e tanto. Fale um
pouco da ideia de submeter esse projeto em um edital de apoio à cultura?
Diminuto – Essa foi a
primeira edição deste edital, o Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Então nós
tínhamos algum receio, porque ainda não conhecíamos nenhum projeto de
tecnologia aprovado em editais de cultura no nosso Estado e não tinha uma linha
específica para isso, mas decidimos arriscar. Foi fundamental para começarmos a
acreditar na ideia com mais força e o próprio processo de elaborar o projeto
foi enriquecedor, para que passássemos a conhecer melhor o Diminuto como um
“negócio”, digamos assim.
MK – Quais são as
expectativas a equipe em termos de alcance de usuários, crescimento e novas
funcionalidades?
Diminuto – As nossas metas
são de continuar o crescimento contínuo e de fidelizar o usuário. Não adianta
ele baixar o app e não usar, não ler. Nosso foco principal é esse, que a pessoa
consuma literatura. Então, enquanto continuarmos produzindo isso, estaremos
cumprindo nosso objetivo. Quanto às novas funcionalidades, têm bastante coisa
prevista para melhorar a usabilidade, adaptar. Muitas delas são, inclusive,
sugeridas pelos próprios usuários. É sempre muito válido!
MK – A equipe tem outros
projetos nesse terreno que sobrepõe literatura e tecnologia? Se não, fale um
pouco de sua visão do assunto.
Diminuto – Nós temos
projetos relacionados ao Diminuto, que são uma evolução natural dele próprio.
Mas é tudo a médio/longo prazo, porque nosso foco agora é consolidar o que já
temos. Mas acho que é um caminho sem volta, depois que começa é difícil parar. Nós
amamos literatura. Hoje em dia as pessoas respiram tecnologia, elas anseiam por
renovação, por modernidade – então penso: porque não renovar essas ferramentas
que levam ao consumo literário? Sempre gosto de reforçar que o Diminuto não
veio pra concorrer com os livros. Ele veio para levar as pessoas até os livros,
para encorajar. E acho que a tecnologia deve ser assim, ela deve ser utilizada
para o bem, para ações que produzam bons resultados para todos nós.
para ler em pouco tempo, em
qualquer lugar
A minha experiência como
usuária tem sido muito boa (ao menos quando o 3G não me deixa na mão). É
divertido ir “zapeando” de um conto a outro, as vezes provocada pelo título, em
outras pela ilustração (conforme as tags escolhidas pelo autor para indexar o texto,
há ilustrações específicas) ou simplesmente usando a setinha para o próximo
conto depois de concluir a leitura de uma estória. Tive boas surpresas – sabe
aquela leitura que deixa um quê na gente, um solavanco ou uma sensação de
estranhamento!? Pois, é… tem isso e também se pode achar riso e susto. Mas tem
também alguns que não fisgam, então passamos ao próximo ou voltamos a pensar
naquele que deixou ecos. Senti falta de um índice onde pudesse navegar pelos
títulos ao invés de dispor somente das “capas”, mas isso bem pode ser mania de
pessoa antiquada que não se acostuma por completo com os formatos próprios dos
mobiles.
e também para ser lid@
E para não dizer que não
falei das flores que eu mesma possa semear, quem quiser descobrir o que andei
postando por lá pode usar a lupinha de pesquisar no aplicativo e colocar lá o
meu nome.
O conto Interrupção é uma
versão editada do original que foi destacado num concurso de contos do Portal
Literal 1.0 e Negação é um texto mais recente que também passou pelo exercício
de redução para caber nos 750 caracteres. Esse impertativo de concisão, aliás,
é um bom meio de aguçar o olhar sobre o
texto para ir peneirando até o essencial.
Logo ao final do miniconto,
tem um ícone para partilhar em diferentes redes sociais e uma estrelinha para
marcar seus contos preferidos.
Experimenta lá e deixa
também a tua opinião. E se ficou mais alguma dúvida, a equipe do aplicativo é
muito acessível e disposta à conversa.
Maurem
Kayna é engenheira florestal, baila flamenco e se interessa por literatura
desde criança. Depois de publicações em coletâneas, revistas e portais de
literatura na web resolveu apostar na publicação em e-book e começou a se
interessar por tudo que orbita o tema, por acreditar que essa forma de
publicação pode ser uma das chances de aumentar o número de leitores no Brasil.
Autora da coletânea de contos Pedaços de Possibilidade, viabilizado pela
iniciativa da Simplíssimo. Sites: mauremkayna@uol.com.br
- mauremkayna.com/ - twitter.com/mauremk
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