Vale-cultura vai impulsionar o mercado editorial do
país, prevê Câmara Brasileira do Livro
Fernanda Cruz
Agência Brasil
São Paulo – A Câmara Brasileira do Livro (CBL) espera
aumento de 5% na venda de publicações no país com a introdução do vale-cultura,
benefício que será dado a trabalhadores celetistas (regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho, a CLT). No valor de R$ 50 mensais e preferencialmente
destinado a trabalhadores com renda de até cinco salários mínimos, o
vale-cultura será usado no pagamento de atividades culturais.
O diretor executivo da CBL, Mansur Bassit, explicou que
a expansão do consumo foi calculada com base no número de livros vendidos no
Brasil no ano passado: 268,5 milhões, segundo pesquisa da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe/USP).
O Ministério da Cultura espera a adesão de 1 milhão de
trabalhadores no primeiro ano do programa. Com isso, a CBL estima que cada
pessoa que receba o cartão magnético do programa adquira pelo menos um livro
por mês.
“Queremos ser otimistas. O importante é ele
[trabalhador] consuma cultura: teatro, cinema, inclusive cursos de circo,
dança, fotografia, música, artesanato. O livro é muito importante, e é claro
que cada um vai querer brigar pelo seu mercado”, disse Bassit.
Quando o vale-cultura estiver totalmente implantado, a
expectativa do Ministério da Cultura é de atendimento a 17 milhões de
trabalhadores. Assim, a CBL estima registrar aumento de 76% nas vendas, em
relação às do ano passado. “O livro tem grande apelo e grande chance – basta
ver as bienais do livro, a loucura que foi agora no Rio de Janeiro, e sempre é
em São Paulo também”, ressaltou Bassit.
Para ele, o vale-cultura será importante também para
incentivar o volume de livros lidos por pessoa no país. “O brasileiro lê quatro
livros por ano. Isso é muito pouco, se comparado a qualquer país da América do
Sul, sem falar nos da Europa”, disse Bassit. “O programa vai abrir
possibilidades, democratizar e fomentar a cultura, não só do livro, mas de tudo
o que é produto cultural para essas pessoas que estão cada vez mais
politizadas, capacitadas e querem ser incluídas no mercado cultural.”
Nenhum comentário
Postar um comentário