Primeiras grafiteiras afegãs usam arte para apagar as
marcas da guerra
Shamsia Hassani e Malina Suliman são duas mulheres
afegãs marcadas pelos problemas que há anos afetam o seu país: conservadorismo,
extremismo religioso, guerras e constantes atentados à liberdade das mulheres.
Ambas encontraram na arte e no graffiti a forma de simbolizar as vozes
oprimidas pelo regime.
Têm estilos diferentes, mas são as primeiras
grafiteiras do Afeganistão. Shamsia e Melina apagam as marcas da guerra, os
muros quebrados, os prédios destruídos pelas bombas, com spray e rolos de
tinta. Pintam para mostrar para o mundo que o Afeganistão é mais do que aquilo
que vemos nos jornais e para incentivar outras mulheres afegãs a não calarem
seus anseios de liberdade.
Shamsia tem 24 anos e é formada em Belas Artes, na
Universidade de Cabul, e começou como artista digital, até perceber o impacto
que poderia causar colorindo as ruas de uma cidade devastada pela guerra com
suas mensagens. Pinta mulheres de burca, em poses dominantes e seguras, porque
considera que não é a burca que define a liberdade das pessoas, mas sim a paz.
Apesar de ser reconhecida pelo seu trabalho, Shamsia é
obrigada a pintar em lugares fechados e abandonados, ou onde é convidada
diretamente, por razões de segurança. Ela mantém uma série chamada Dream of
Graffiti, com todas as obras que gostaria de pintar no Afeganistão.
Já Malina, tem 23 anos e, além de professora, realizava
suas atividades enquanto grafiteira de forma disfarçada, saindo às ruas de
Kandahar, uma das cidades mais perigosas do Afeganistão, para espalhar
mensagens políticas.
Foi várias vezes ameaçada pelos Taliban e seu pai
acabou sendo agredido. Esteve exilada na Índia e voltou recentemente, para
continuar seu trabalho pelas ruas.
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