Mulher ser
Somos mulheres, seres dotados de minudências enaltecidas pelas mais variadas expressões artísticas e estudadas pelos diversos ramos da Ciência. Sim, somos mulheres e isso basta! Não são as idealizações poéticas, a beleza intangível da Arte Grega ou a resignação inócua das personagens romanescas, que nos representam. As que nos representam, são aquelas que estão na luta diária, na constante batalha por dignidade e respeito, no fazer pleno e árduo da vida!
É certo que parte da estereotipação, da figura feminina, é também confirmada e reproduzida por parte das próprias mulheres, que insistem em obedecer aos ditames preconceituosos desta sociedade, notadamente, machista e sexista. Creio que a tão sonhada igualdade de gênero, o respeito, a valorização só se efetivarão, de fato, quando nos despirmos completamente dos rótulos; quando ousarmos recusar os moldes dogmáticos.
O que é uma data comemorativa frente à batalha que se trava todos os dias na sociedade, no meio acadêmico, no campo profissional e até na própria família? Um número que marca o calendário, apenas. Claro que ela carrega uma forte simbologia em nome daquelas que foram queimadas lutando por igualdade, porém outras tantas mulheres são queimadas todos os dias, de todas as formas que a semântica permite.
Quando nos libertamos das rotulações, certamente a igualdade se fará plena! Aí entenderemos que podemos escolher usar, ou não, brincos, blush, salto agulha e mesmo assim sermos mulheres. Compreenderemos que podemos optar por não casar, não ter filhos, não depilar o “canto” e mesmo assim sermos mulheres. Perceberemos, finalmente, que podemos namorar gozar, outras mulheres sem a fantasia de “Joãozinho”, (ou sermos sim um Joãozinho, se preferirmos), mas mesmo assim sermos mulher.
A liberdade e a igualdade estão, antes de tudo, em nós e se as exteriorizarmos em nossas crenças e condutas elas se farão além do nosso corpo e alcançarão as mentes que ainda adormecem no preconceito e na ignorância.
Erika Jane Ribeiro (Pók Ribeiro). Poeta, cronista, professora de Língua Portuguesa, oficineira, articuladora textual com adolescentes e blogueira. Natural da cidade de Uauá – Bahia, terra iluminada pelos vagalumes e com forte veia cultural, foi acolhida pelo Rio São Francisco desde os idos de 2000 quando iniciou o curso de Licenciatura em Letras pela UPE/FFPP em Petrolina - PE. Já em 2010, concluiu o curso de Direito pela UNEB em Juazeiro – BA e, em 2012, especializou-se em Direito Penal e Processo Penal. Amante da literatura desde sempre, começou a escrever poemas por volta dos 12 anos. Em 2007 lançou, numa produção independente, o livro de poemas “Noites e Vagalumes”. Atualmente, além de poemas, escreve crônicas, memórias literárias e arrisca-se em composições musicais, em parceria com amigos músicos. Página na internet: Vagalumes, poesia e vida
4 comentários
LIndo!!! Parabens!!!
Orgulho danado...rsrsrrs
lindo!!
Texto Lindoo!
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