Milena Fernandes Torres é natural de Almenara/vale do Jequitinhonha, divisa com a Bahia, detalhe que influencia sua cultura e sua atitude. Em oitenta e nove, fez sua primeira letra e música, e desde o início tem uma tendência a procurar o despudor da expressão pela palavra e a valorização dos ritmos através da mesma.

Lança seu primeiro cd de estúdio “Olhos de Caboclo. Cabelos de Negro. Instinto de Índio” com o Patrocínio da Lei Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Uma conquista celebrada pela artista num disco versátil onde se apresenta como compositora em 11 faixas e interpreta uma inédita feita para seu disco de Wilson Souza (Há de vir) e “Menina Jesus” de Tom Zé de quem recebeu graciosas observações a respeito de sua interpretação para a canção.

No disco, convida artistas como Sérgio Pererê, Rogério Delayon, a Orquestra de Percussão e Improviso Frito Na Hora, o baterista Edvaldo Ilzo, o pandeirista Túlio Araújo entre outros. Produzido e dirigido pela mesma em parceria com o produtor e músico Felipe Fantoni e masterizado por Kiko Klaus.

Sobre Milena

Como cantautora inicia o projeto Árvore Musical Macumba, em dois mil e três. Encontro musical que destaca o ritmo africano e suas transformações. O show está sempre pronto dentro do repertório da artista. A banda gravou um show no Teatro da Maçonaria em dois mil e oito, o que lhes rendeu treze músicas publicadas em sites e em um CD-promocional.

Como compositora e letrista, tem a letra “O mar pra mim” musicada por Gustavo Negreiros/Black Sonora. Essa canção entrou para a exposição "Acervo do Museu" do Museu Histórico Abílio Barreto em dois mil e oito. Faz parte da “Coletânea Brasileiríssima” e está no primeiro cd da banda que saiu em dois mil e onze. E teve música trilha para a peça “Sete Cigarros”, de Wesley Marchiori/BH com a música “O susto/Oxumaré”. Músicas de Milena fazem parte do repertório dos intérpretes Marcelo Veronez e Sílvia Gommes.

E-mail: ocaniimusical@gmail.com

“Milena Torres tem “voz de sertão”, definição feita pelo professor e artista Anthonio. Ainda com clara interferência urbana, define sua música como canção, herança da MPB. Como letrista é verborrágica, melancólica, irônica e poética. Poesia essa que apareceu mais tarde em sua vida, "é um estado diferente de criação e exposição", afirma a artista.”

Capas e encartes do recente trabalho de Milena Torres

OCANII é a abreviação de: "Olhos de Caboclo. Cabelo de Negro. Instinto de Índio" CD de Milena Torres lançado no segundo semestre de 2012 e realizado com o benefício da Lei Municipal de Belo Horizonte - 2011.

(clique nas imagens para ampliar)

Produção e Direção Musical: Milena Torres e Felipe Fantoni

Técnico Gravação: Felipe Fantoni

Masterização: Kiko Klaus Camarada Mixmaster

Crédito foto: Beth Faustina

Crédito design cd: Sara Lambranho

Para conferir a página do trabalho clique: "Olhos de Caboclo. Cabelo de Negro. Instinto de Índio"

Vídeos de Milena Torres

Milena Torres Making of Ocanii

Making of do primeiro disco de Milena Torres - Olhos de Caboclo. Cabelo de Negro. Instinto de Índio. Apoio: Fundação Municipal de Cultura FMC 2010/2011

Trecho de "Sem Censura" por Milena Torres

Música: "Sem Censura"
Autoria: Milena Torres
Álbum: Olhos de Caboclo. Cabelos de Negro. Instinto de Índio.
Produção musical: Felipe Fantoni e Milena Torres
Apoio: Fundação Municipal de Cultura
Lançamento Primavera de 2012

"Argila" com Marcelo Veronez e Milena Torres

O cantor e a compositora unem vozes, corpos e intenções num show de músicas inéditas, algumas delas já conhecidas por quem freqüenta os shows dos dois artistas, caso de Narciso, Xangô e Oxossi e Vai passar o amor.

Marcelo Veronez e Milena Torres já dividiram e se encontraram em cena algumas vezes, em shows diversos de suas carreiras solo. Dessa vez, os dois unem vozes em um show de natureza autoral baseada na obra de Milena. A maneira expressiva do canto de Veronez encontra tradução na obra árida e poética de Milena. O interprete e a compositora se encontram, na rede, na comunicação, no amor, na internet, nas visões de um mundo cada vez mais conectado e ao mesmo tempo solitário, temas recorrentes nas composições de Milena que deram impulsos provocativos ao cantor Marcelo Veronez.

"Curumim chama Cunhatã que eu vou contar"

"Curumim chama Cunhatã que eu vou contar (Todo dia era dia de Índio)" by Milena Torres e Zaika Dos Santos com a letra "Palavras Conclusivas".

Música Incidental:"Curumim chama Cunhatã que eu vou contar (Todo dia era dia de Índio)" Jorge Ben (1981)

Downloads free de canções de Milena Torres. Clique: Milena Torres Oficial

Imagens do Show no Teatro Marília "O Sertão e o Mar" que resumiu os projetos de Milena Torres

Solo. Árvore Musical Macumba. Bem Acompanhada e uma prévia cd "Olhos de Caboclo. Cabelo de Negro. Instinto de Índio".
Show de Contrapartida Projeto Gravação de Cd 2010/2011 com o benefício da Lei Municipal de Cultura.
Fotos: Beth Faustina
Luz: Richard Zaira
Assistente: Pedro Paulino
Companheiro de Produção Camarim e Transporte: Cristiano Silva

Poesias de Milena Torres

Métrica Tétrica Reta

Métrica tétrica reta

Nem sempre reta

Que de merda palavrão nem faz

Cigarr alho

Car alho

Asso alho

Malhado né?

Molhado até!

Vixe que me disse

Que eu te disse com pieguice

Oxente, eu te amo merda!

Métrica tétrica reta

Que nem sempre reta

De merda

Palavrão nem faz

(Poesia classificada, entre mais de 1.500 inscritos, e publicada na edição 2012 do Rima Rara Concurso Nacional Novos Poetas - Antologia Poética da editora Vivara).

SPAM

(SALVEM AS PESSOAS AMARGAS)

Procure na lixeira o amor que me enviou
se não virou spam pode está no corredor
do que foi salvo como rascunho
talvez moveram-se os punhos de verdade
pra salvar o texto e rever o seu valor

Pois os arquivos dos enviados dão testemunho
se não registrou, não enviou
Agora me trata como vagabundo
quase fiquei offline pra todo mundo
e sabe que o que fingiu vê não é o que sou

Marcarei esse email com uma estrela
mas sei bem que elas só vivem no céu
bloqueei o seu na minha entrada
a pasta de lembrança sua desapareceu
como um vírus, como um astro, como um raio,
como um asno que cospe no prato todos os baratos
que com a boca tão boa comeu

Silêncio Estrondoso (Baião-folk para Jim Morrison)

Fez-se um silêncio estrondoso
quando o homem morto ainda disse amém
Causou-se um mistério profundo
quando o homem mudo disse que nunca amou ninguém

Hoje eu me retiro e te livro do amor que doei
nunca entendeu quem eu sou
e eu volto pra mim porque ainda sei

Alheio à tantas perguntas estúpidas
eu não quero nunca mais o seu desprezo
a vida ainda presta e carrego na testa
um escudo contra o medo

Pois o homem morto veio do nada
pra me dizer cinco palavras:
A vida vai mais além

O mudo sem dizer uma palavra
disse com as lágrimas
que amava a decadas o mesmo alguém

Ato Falho

se eu tivesse agora um dicionário, uma enciclopédia
qualquer livro, um glossário
num ato falho escreveria uma canção para o meu irmão

mas já são tantos, um em cada canto
que eu me desconcentro e me desoriento
quando a paz perde o rumo, mesmo derrubando muros
a ignorância rege a dança e dançam homens, mulheres e crianças

e entre hormônios e neurônios
visitando escombros, escorando em ombros
vou perdendo o rebolado em meio à homens irados
estou desarquivando a informação
(vou escapando pela contramão)

se eu tivesse o diploma que deixei na escola
escreveria agora uma canção para o meu irmão
para qualquer irmão

O Beck e o cd

Enquanto um homem feminino canta em silêncio na tv
Um cachorro dormindo sonha com sei lá o quê
Eu nesse Porto Seguro, juro, ainda penso bem em você

E nos cabelos fatais, nos festivais banais
Nas letras que eu preciso escrever

Enquanto saio dessa cidade desintoxicando o coração, me intoxicando de cafeína
Duas mulheres programadas na esquina
Um bate-estaca O’ Connor no meu ouvido
Já penso em lhe escrever dizendo tudo que já não é preciso (dizer)

Sobre os homens da tv, sobre eu, sobre você,
o Beck e seu cd
As belezas banais, os textos fundamentais
As letras que eu quero escrever