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Guaianases velho de guerra [Elisabeth Lorena Alves]


Guaianases velho de guerra
Olá amigos leitores e seguidores da Revista Biografia! Estava com saudades de escrever para vocês. Algumas semanas de férias compulsórias me fizeram ficar distante da História da minha São Paulo querida.
Hoje, para compensar, vou contar-lhes mais uma História de Bairro do meu Estado querido. Já vou pedindo perdão pelos possíveis apegos e sentimentalismos, pois vou falar de um lugar que conheço e onde vivi por quase 40 anos: Guaianases.
Para começar, deixa eu contar uma curiosidade...
Anos atrás as pessoas morriam de medo dos moradores deste bairro, mas não era pelo perigo, comum, atribuído as pequenas e grandes cidades, era por considerar que ali não havia gente inteligente. Os povos centrais, donos de empresas e patroas, acreditavam que éramos todos descendentes de índios – e acho que acreditavam ainda mais, que fôssemos todos canibais, pois bastava falar que era morador de Guaianases que as portas se fechavam. Ainda alcancei esta loucura. Meus amigos iam procurar emprego e diziam que moravam na Parada XV de Novembro.
Com esta loucura bairrista, nós também acabamos criando nosso próprio sentimento bairrista, passamos a cultivar o orgulho de sermos de Guaianases.
Guaianases nasceu antes do que se diz que nasceu e teve grande importância para a História de nosso Estado. Nas Bibliotecas mais antigas e na da Câmara Municipal de São Paulo pode-se encontrar relatos anteriores ao dia comemorado como o de sua fundação, mas nosso Brasil tem a mania horrorosa de só acreditar que um bairro existiu a partir de uma missa realizada, assim sendo, nossa verdadeira história acaba perdida.
Infelizmente para Guaianases e para quase todos os bairros e cidades brasileiras, muito de nossa história é manipulada pelos interesses de A ou B.
Guaianases, antes de sua formação oficial, era um aldeamento pequeno onde as pessoas em viagem para Santos e outros lugares, paravam para trocar seus cavalos, fazerem a sua higiene e se alimentarem. Uma pessoa famosa fez isto algumas vezes por ali: Dom Pedro I, indo de visita a Marquesa de Santos. Por certo outros assim o fizeram, embora a História faça questão de esquecer.
Antes de sua fundação oficial, também, Guaianases era local de moradia indígena e tem seu nome atribuído a um aldeamento destes, o povo Guaianás.

Guaianases é formado por diversas nações e tem sua História envolvida com diversas outras histórias. Em grande parte deve sua formação a três povos específicos: os indígenas, os italianos e os nordestinos. Por volta dos anos 90 o artista gráfico Natalício Vigo chegou a fazer uma estátua com estas três figuras que foi colocada na entrada do Bairro, perto do Jardim Helena. Eu até ganhei uma réplica quando da realização do Seminário “Guaianases tem Solução”, mas não tenho mais, por causa de um acidente doméstico.
Quando falamos que três povos específicos formaram este bairro, acabamos sendo um pouco injustos, pois há grande contribuição de outros povos em sua formação. Há influência japonesa, chinesa, alemã e de muitas outras nacionalidades. Há, também, influências de outras famílias que nem sempre aparecem nos documentários, tais como: a família Mariano, Carmo, Leite, Chabi e muitas outras.
No fim dos anos 90 e início de 2000, Guaianases contava com dois milhões de habitantes, números agora manipulados para evitar que o bairro vire um município (um desejo antigo de muitos moradores locais).  Este número pode ser sim mudado, para referenciar minha informação cito que só na Cidade Tiradentes, que possui em média um terço dos moradores do bairro, moram mais de 800 mil famílias – a Cidade Tiradentes é um complexo de habitações nada modernas, feitas a partir da construção de prédios com cinco andares, sem elevadores, em um lugar, outrora, ermo e afastado do centro, mas que agora cresce assustadoramente. Além dos tais edifícios, há construções, feitas através mutirões, de casas de andares e, também, algumas invasões, algo muito comum nos últimos anos-.
Guaianases também tem algo curioso, quase toda a casa tem inquilinos, algumas com mais de três famílias. As pessoas sublocam suas casas (por menores que sejam) e isto, na maioria das vezes, se deve pelas necessidades financeiras, afinal viver em Guaianases é caro, pois é um bairro longe das empresas e comércios específicos. Essa afirmação também é um pouco injusta, temos aqui um bom Comércio e contamos com Indústrias locais. Temos escolas particulares e até Faculdade no Bairro, tudo bem que não é, ainda, uma Federal, mas sonhamos com isto. Se podem construir cadeias públicas, por que não construir Universidades...
Guaianases tem lenda própria. Embora muitos acreditem que não seja lenda e sim uma história real, horrorosa por sinal, e que prova o quanto nós, seres humanos, podemos ser bárbaros, esta relacionada a um das primeiras Capelas do Bairro – a Igreja de Santa Quitéria. Diz a “lenda” que Santa Quitéria era uma escrava fugitiva das fazendas existentes na região e pertencentes aos padres Carmelitas, que foi perseguida, capturada e sacrificada selvagemente no mesmo local onde foi construída a Igreja.
O aniversário oficial de Guaianases é comemorado no dia três de Maio, dia de Santa Cruz, data que foi celebrada a primeira missa, em 1861, mas é de conhecimento histórico que desde 12 de outubro de 1580, foi autorizado o aldeamento de Guaianases e região. Esse aldeamento foi iniciado pelo Bairro de São Miguel Paulista, pelos índios Ururaí. Jerônimo Leitão, o Capitão desta Capitania em São Vicente, foi quem autorizou este aldeamento com condições de sesmarias.
Atribuem aos italianos e espanhóis a formação do Bairro, pois foram eles que propiciaram o crescimento financeiro e sabemos que o que manda é o dinheiro. E é desta forma que é vista a formação de nosso bairro, pelo prisma da entrada de grandes quantidades de dinheiro no Bairro.
Não desmerecendo ninguém vou citar, de acordo com as informações mostradas nos poucos livros que se dignam falar sobre a formação de Goianases, as origens das primeiras fontes de rendas: Olarias e Pedreiras; Derrubada de Árvores para a construção de casas indústrias e comércio nos bairros da Móoca, Belém, Pari, Bom Retiro, Brás e adjacências; Comércio de secos e molhados; Cultivo de produtos agrícolas e agropecuários, além de ferreiros e carpinteiros. Guaianases possuía, como todos os bairros considerados desenvolvidos, os fotógrafos de família, principais responsáveis por algumas das poucas fotos que sobreviveram ao tempo. Essas “fotos registros”, se o Estado nada fizer, será perpetuada como propriedade exclusiva da Eletropaulo Metropolitana. Estes fotógrafos só faziam retratos de/para pessoas com bom poder aquisitivo, pois este era um trabalho caro para os demais.
Conta-se que os primeiros loteamentos surgiram na década de 1920, como Vila Iolanda (1926), CAIC (1928), Princesa Isabel (1928), parte da fazenda Santa Etelvina (1926). Nesta mesma época surgiu um pequeno núcleo de imigrantes alemães e austríacos, em número de doze famílias que viviam na região do Santa Etelvina. Outra curiosidade: Guaianases tem dois loteamentos com este nome, Jardim Santa Etelvina, formado nas terras onde existia esta fazenda de mesmo nome e outra vila, na Cidade Tiradentes, que também se chama Santa Etelvina e que, também, era uma fazenda com este nome... Guaianases tem história no Corpo de Bombeiros, a família Rulh, o comandante Carlos Ruhl dá nome para uma das ruas da Vila Princesa Isabel, mesma rua onde fica uma das mais antigas escolas, o Colégio Pedro Taques. A família Ruhl esta há diversas gerações prestando serviços à comunidade através do Corpo de Bombeiros.
A Primeira Agência de Correios foi fundada em 1873 e demorou um pouco mais para ser ter uma delegacia, na verdade uma subdelegacia de polícia, que foi criada só em 1895.
Em matéria de esporte surgiram duas Agremiações Esportivas, o Atlas Lajeadense F.C, fundado em 1915 e, anos depois, em 1934, fundaram a União F.C. Possuíam boas sedes, onde nos finais de semana, realizavam animados baile. Estes times eram tão conceituados junto a Comunidade local que se uniram em 1946, criando o atual Guaianases F.C. Em 1955 surgiu o Grêmio Botafogo F.C, que está em atividade até hoje. Além do futebol, existiam e ainda existe diversos times de bocha e muitos outros campeonatos de bocha.
Havia também Bandas de Músicas. A primeira existiu no período compreendido entre 1915 e 1926. A Segunda Corporação Musical Lira de São Benedito, foi fundada em 1933 e extinta em 1938. No entanto gosto musical não acabou, a maioria das escolas mantinham sua turma de Fanfarra – quem sofria eram os vizinhos das escolas. Eu morava perto da Rosanova e quando os alunos começavam os ensaios, todos sofríamos, mas é sempre bom ver os pequenos e grandes marchando no dia 3 de maio, no desfile do aniversário de nosso bairro. Neste dia, por milagre, eles acertam as notas e fazem uma belíssima apresentação.
Havia também uma estrada de ferro, de propriedade particular, que ligava a Estação Lajeado à Fazenda Santa Etelvina – a que ficava onde hoje é a Cidade Tiradentes. Esta estação foi instalada ali em 1908 para transportar lenha, tijolos, pedras, carvão e produtos agrícolas da região da Passagem Funda; existia também um bondinho, que corria nestes trilhos e era utilizado para o transporte de passageiros. As ruas centrais tinham, instalados, lampiões que eram acesos no início da noite e apagados pela manhã.
Guaianases também mandou um soldado para guerra. Na verdade o “Otelo Augusto Ribeiro” era um pracinha que morreu nas terras da Itália. Lembro-me que sempre me perguntava quem era a pessoa que dava nome a Rua da Biblioteca e descobri anos depois a história deste herói que tombou nos campos distantes de nosso país, de nossa cidade...
A primeira loja de móveis - Móveis São João – foi instalada em 1952. O seu João era uma figura conhecidíssima do bairro. Conversávamos com ele quando íamos a Biblioteca. A loja funcionou por diversas décadas no mesmo endereço.
Guaianases tem sua importância literária, por anos existiu o Espaço Cultural onde aconteciam saraus e encontros de jovens. Era um espaço improvisado que beirava a linha do trem e ali os jovens vivam seus momentos de cultura. Antes disto, morou no bairro a poetisa Francisca Júlia, mas já falei dela aqui na Revista Biografia em outra oportunidade. Com a presença dela no bairro, ele foi muito visitado por diversos escritores e poetas contemporâneos desta escritora maravilhosa, que foi esquecida devida da ignorância da maioria das pessoas que acreditavam que ela se suicidou e, também, pelo grande interesse em se manter a poesia como um marco de domínio masculino.
Temos em nossa história outras presenças marcantes e conflitantes. O senhor Jesus Teixeira da Costa e sua esposa são exemplos disso. Ele foi um grande defensor dos interesses do bairro e hoje dá nome há uma praça, ao Hospital Geral do bairro e que, por causa de seu nome, tem muitos admiradores e inimigos, mesmo já estando morto.
Outro grande líder e político de Guaianases foi Saturnino Pereira. Saturnino Pereira foi por anos o mais influente morador da região. Era um homem festeiro e realizava grandes celebrações, inclusive a Festa de Santa Cruz. Nestes dias apareciam pessoas de todos os lugares, algumas vinham a cavalo e acampavam pelo campo junto com seus animais, tudo para participarem desta festa. Havia, como em todas as festas de então, brinquedos de prenda onde as pessoas enfrentavam diversas dificuldades para conseguirem um presente qualquer. A mais famosa desta brincadeiras talvez seja o pau de sebo. Nas festas de Saturnino Pereira o pau de sebo era erguido e as pessoas participavam, animadas, destes folguedos. A festa durava três dias e três noites, tendo Saturnino como principal patrocinador. Ele matava bois de sua Fazenda e oferecia a todos. Era uma festa memorável. Outra festa que Saturnino patrocinava era o Natal. Na véspera ele distribuía, junto com sua família, roupas, sapatos e brinquedos para as crianças carentes da região.
Outro morador ilustre de Guaianases é o escritor e professor universitário José de Souza Martins, que ao longo de sua história jornalística tem publicado crônicas e fatos de nosso Bairro na Folha de São Paulo. Ele é um dos que contam como era de fato os festejos de Saturnino Pereira. Saturnino aproveitava seu prestígio político para conseguir trazer melhorias para o bairro, foi amigo do prefeito Pires do Rio e do governador Carlos de Campos. Como benfeitor do bairro, em 1927, pediu a Antônio José dos Santos que construísse, em seu próprio terreno, um prédio que seria usado como Grupo Escolar. Prédio este que foi alugado pelo governo para uso escolar, como era o projeto, tendo por diretor Arlindo Rodrigues de Oliveira.
Saturnino foi juiz de paz e até delegado de polícia e intermediou muitas conquistas que chegaram até nós, tais como a luz elétrica, a instalação de linha de ônibus e muitas outras benfeitorias.
Em 1950 ele cedeu outro pedaço de terra para a construção de mais uma escola. Foi construído ali uma escola de madeira, onde hoje tem uma escola de alvenaria que leva seu nome, ao lado da Estrada do Iguatemi.
Outro que teve negócios e família em Guaianases foi o empresário da construção civil Vicente Matheus Bathe, mas conhecido por ter sido presidente de um determinado time de futebol de São Paulo, do qual me nego até digitar o nome, como boa palmeirense que sou. Bem, dado sua personalidade divertida e suas tiradas originais e propositais. Todos sabem a quem me refiro e de qual time estou dizendo, acho que até na China, se é que algum chineses se dignam a perder tempo lendo meus textos...
Outra figura peculiar em Guaianases era o vendedor de quebra queixo. A vida inteira eu o vi com aquela bandeja na cabeça tocando seu tamborim e gritando ''Olha o quebra queixo''. Tive a honra de conversar com ele na época do Seminário Guaianases tem solução. Ele apoiou a realização deste Projeto e esteve presentes em todos os dias do evento. Deixando as ruas órfãs de seu delicioso doce enquanto acontecia este evento importante para nosso bairro.
A figura marcante em Guaianases é sem dúvida o Senhor Radiante. João Radiante viveu todos os seus anos em Guaianases e planejava escrever um livro sobre a imigração italiana e sua importância para a formação dos bairros de São Paulo. Ele faleceu em 2008 e não sei se realizou seu antigo sonho. Ele era o contador mais antigo do bairro e até hoje seu escritório de Contabilidade funciona em Goianases. Ele aposentou-se e passou a responsabilidade para um de seus sobrinhos. Ele também foi um dos criadores dos primeiros barzinhos do bairro, o qual deixou de administrar quando se tornou contador.
Uma das Lojas de Variedades mais antiga é o Bazar Xodó. Minha avó nos levava lá, quando éramos pequenos, para comprar desde cotonetes até presentes para noivas. Hoje a Loja é administrada pelos filhos dos antigos donos e tem de tudo, mesmo parecendo pequena. Por falar em Loja, havia uma livraria em Guaianases, era da família Zuppo, a Musical, comprei muita revista, disco e livros lá. Hoje ele tem uma Banca de Revista perto das Lojas Pernambucanas. O senhor Zuppo é uma pessoa agradável, muito educado e sorridente. Fiquei triste quando ele fechou a loja. Outro comércio que marcou época foi o restaurante Piu Bella. Foi a primeira pizzaria que conheci na vida e me divertia indo lá, se não para comer, para conversar com os amigos na Pracinha ali perto. A lanchonete mais antiga, sem dúvida, é a Pastelaria da Estação, levei anos namorando o dia que ia entrar lá e a primeira vez que lá fui, foi com minha amiga e irmã Ivete. Que pastel delicioso!
Guaianases era um bairro simples, com ruas arborizadas, jardins floridos e mulheres a conversar na calçada, hoje é um bairro como outro qualquer, com os mesmos problemas das grandes cidades e que mantêm aceso em si algo bucólico, como se tivesse, ainda, algo bom para acontecer.

Fontes:

Elisabeth Lorena  Alves - Alguém que não gosta de ficar parada, mas que estaciona frente a um bom livro e sonha com as palavras. Posta no Elisabeth Lorena Alves ( www.eliselorena.blogspot.com.br

27 comentários

Anônimo disse...

Raquel Souza
‎Elisabeth Lorena Alves Pra mim é a Betinha!NOSSA AMEIIIIIII DEMAIS...Conhecer a história de GUAIANASES...MOREI MUITO TEMPO LÁ MAS NÃO CONHECIA A SUA HISTÓRIA!ENFIM É UM BAIRRO QUE EU AMO MUITOOO...POR MAIS QUE O PRECONCEITO SEJA GRANDE CONTRA OS QUE MORAM LÁ...SOMOS PESSOAS FELIZES, POIS É UM BAIRRO QUE CRESCEU MUITO HOJE! NÃO É MAIS PRECISO IR AO CENTRO PRA COMPRAR AS COISAS PODE TER A CERTEZA QUE VC ENCONTRA DE TUDO UM POUCO EM GUAIANASES....AMO ESTE BAIRRO.....

Elisabeth Lorena Alves disse...

Raquel querida
Lindo comentário Raquel Souza Amo nosso bairro querido e estou morrendo de saudades de nossas ruas e dos velhos conhecidos.

Anônimo disse...


Belo texto que me trouxe saudades de um tio muito querido,morava em S.miguel Paulista e nas suas conversas referia-se a vários lugares como Lageado,eu era bem pequena, mas me trouxe a memória suas histórias ricas e engraçadas.Mais uma vez parabéns por compartilhar!!!!!
Dora Rocha

Elisabeth Lorena Alves disse...

Dora Rocha realmente Guaianases e São miguel são bairros irmãos. Oficialmente São Miguel nasceu primeiro, mas nós os moradores sabemos que a caminho do mar, estes bairros surgiram todos na mesma época, eram bairros estalagens, onde os senhores e lordes de SP faziam troca de seus cavalos quando viajavam para Santos e região.
Obrigada pela leitura e comentário>
Gostei de saber que meu bairro povoa suas recordações infantis.

Anônimo disse...

Amei, maninha!!!! Já conhecia um pouco a história de nosso querido bairro, mas confesso que não nesta profundidade, rsrsrs......... meus Parabéns pelo espaço no Blog da Revista! Saudades...
Leila Nascimento

Elisabeth Lorena Alves disse...

Leila
Valeu pela visita, leitura e comentário.
Foi um prazer falar sobre Guaianases.
Um lugar de valores familaires ainda enraizados, um bom lugar para se viver e de onde hoje já nem é preciso sair para ter acesso aos produtos do comércio em geral, além de que as opções culturais estão começando a surgir.
Volte sempre e leia meus outros artigos.
Obrigada mais uma vez.
Abraços
Elis

Jane Eyre Uchôa disse...

Surpreente a história deste bairro que tem a população do Amazonas.Quando fui a primeira vez em Guaianases senti a diferença por que ninguém sabia informar até se chegar na estação de onibus onde vi vários coletivos com o nome do bairro, depois quando eu comentava que havia visitado vc no bairro ninguem sabia que o bairro existia, e existe! enorme, todo urbanizado, bonito. Parabéns pela pesquisa e desenvoltura em escrever sobre o seu berço.

Elisabeth Lorena Alves disse...

Obrigada amiga!
Na verdade fica fácil escrever sobre o lugar que a gente ama. principalmente quando estamos longe de seus odores, de seus amores e de seu clima.
Quando nasci em Guaianases não havia Hospitais, hoje temos 3 grandes, além de alguns menores, particulares. As famílias usavam dois métodos para trazer a vida seus filhotes, chamavam uma parteira ou ia aos Hospitais do Centro.
Em minha Certidão de NAscimento consta que nasci no Alto do Pari, região do Brás, mas este documento conta outras controvérsias também, ali esta registrados os nomes de meus pais biológicos e não o nome de meus verdadeiros pais, que me tiveram por tão pouco tempo, mas me deram tanto amor e que me apresentaram as alegrias de Guaianases. então quem é que se importa com detalhes...
Para mim serei sempre, eternamente, filha de Guaianases.
Abraços

Cristina Boanerges de Jesus Fernandes disse...

Minha amiga, acho que não teria ninguém melhor a falar deste bairro. Não conheço ele, mas você o descreveu com excelência passando toda a história de sua fundação até de suas lendas e desenvolvimento. Parabéns pela simplicidade e amor que carrega dentro de si, são qualidades essenciais!
Grande beijo!

Elisabeth Lorena Alves disse...

Cris Boanerges
Agradeço a Leitura e espero ser digna de próximas visitas em meus textos.
Agradeço o Carinho de suas palavras que me alegraram muito.
Elis

Ailda Deiró disse...

Muito bom, já te falei, mas novamente repito, a sua escrita é apurada, de quem conhece verdadeiramente o que está fazendo. Quanto a Guaianazes, é perto de onde moro, visitei uma amiga que mora lá uma única vez, mas, sempre paro lá, pois é a estação de transferência para o metrô, visto que moro em Mogi das Cruzes, e faço todos os dias esse trajeto. Agora que conheci a história, quando novamente passar por lá, verei com outros olhos, pois acabei de ser instruída aqui no seu texto sobre essa cidade. Parabéns mais uma vez.
Um abraço.

Elisabeth Lorena Alves disse...

Ailda querida
Agradeço a leitura e seus elogios.
De fato Guaianases se torna corredor para quem vai ao Centro da Capital.
Ainda faltou muitos detalhes em meu texto, mas se os colocassem ele se tornaria um livro.
Por exemplo, nos meios de transportes e prédios públicos o nome do Bairro aparece grafado com Z, mas é um erro ortográfico. Na verdade a palavra Guaianases é plural de plural e para isto se deve usar a regra comum destes casos. Plural (Guaianases= a tribo que participou da fundação de várias cidades paulistas) Plural(guaianas= vários índios desta mesma tribo) Singular (Guaiana= indívíduo da tribo.
Abraços

Anônimo disse...

Beth querida você é uma historiadora.
Que lindo.
Parabéns!

Norma Neiva

Elisabeth Lorena Alves disse...

Norma
Obrigada pelo carinho da sua leitura.
Imagine eu historiadora! Nunca. Só que neste caso foi maravilhoso escrever sobre um bairro que conheço tão bem e que me faz falta estar vivendo por lá, mas voltarei...
E você volte outras vezes à Revista Biografia e leia os outros autores.
Abraços
Elis

ELÓI ALVES disse...

Excelente, Beth, parabéns! Também menti que morava em outros bairros, quando ia procurar emprego nos meus 14 anos; morei nas 4 zonas da cidade, hj tenho apartamento no centro, mas tenho muito orgulho de pessoas cultas e trabalhadoras de lá; já os crápulas estão em toda parte! Abrços e vamos por em livro sua historiografia!

ira disse...

Quão preciosa é a história.. a que carregamos, a que construímos, a que nos apropriamos! Amei conhecer esta.
Não são boas as lembranças que guardo deste lugar por onde passava a caminho de Ferraz de Vasconcelos para visitar um irmão doente no mal conceituado Hospital São Marcos, de onde o tirei com ambulância na tentativa de salvá-lo.
O Hospital garantiu-se fazendo-me assinar termo de responsabilidade.
Eu estava confiante por livrá-lo do péssimo atendimento. Foi logo em seguida, passando por Guaianases que ele não resistiu e partiu!
Sua história me faz ver que o Bairro é muito mais do que ele me significou por longos anos!
Parabéns pelo trabalho querida Beth!

Elisabeth Lorena Alves disse...

Eloi
Agradeço sua visita e seu comentário.
Incrível como tantos de nós fomos obrigados a fingir morar em outro lugar.
De minha parte, não por nobreza, mas por falta de conhecimento, nunca menti sobre meu endereço, mas descobri anos depois que se tivesse feito isto, teria conseguido os empregos que sonhei...
Claro que crápulas tem em toda parte. Infelizmente.

Elisabeth Lorena Alves disse...

Ira
Agradeço a leitura e comentário.
Fico feliz que meu texto tenha aberto novas espectativas emocionais para sua memória.
O Hospital São Marcos, que sempre teve uma péssima fama pela total falta de compromisso com a vida humana. Ele sempre esta relacionado a vida - na verdade - morte de membros de nossas famílias.
Elis

Acervo da Teologia disse...

Nossa, gostei muito do artigo e de conhecer sobre esse bairro.Gostei muito e em muitos trechos pensei que estavam falando de Anápolis-Goiás, e fui viajando no tempo... Parabéns.

Paulo opes da Silava disse...

Fui morar em Guaianases em 1966. Êta tempo bom, onde tem a Padaria Imperial tinah uma bomba de gasolina e o bairro só tinha um telefone público da Companhia Telefônica Brasileira. Quanto ao medo dos moradores do bairro, cabsei de dizer que morava na Mooca quando eu ia procurar emprego.

Elisabeth Lorena Alves disse...

Olá Paulo Lopes
Seja bem-vindo à Revista Biografia.
Mooca né? Ri muito em saber de seu pretenso lugar de origem!
Infelizmente era uma necessidade para quem precisava trabalhar e garantir o sustento.
Não discrimino, meu caro
Elisabeth

Anônimo disse...

Adorei, mas tarde volto para tecer mais comentários pois neste momento estou criando um projeto sobre o rio Guaratiba...valeu a viagem por Guaianases...professormarco@ig.com.br

Anônimo disse...

Olá legal vc falar bem de Guaianazes , contar sobre o bairro eo mais importante ter orgulho de ser Guaianazes , trabalhei no estadão e tinha um colega que tinha o maior orgulho de ser de Guaianazes,legal.Vc não falou mas Vicente Matheuséra CORINTHIANO valeu.. e parabéns.

Elisabeth Lorena Alves disse...

Olá anônimo corinthiano. Sim, Luiz Matheus era corintiano mesmo.
Faz parte do eu lírico a enganação, mas apesar d ena vida real eu dizer o nome deste time sim, sou de fato palmeirense.
Valeu a Leitura.
Elisabeth Lorena Alves

Anônimo disse...

Na parte esportiva faltou alguns clubes históricos no bairro, como o Princesa, 1 de maio e o E.C Santa Cruz de Guaianases que tinha uma das maiores torcidas do futebol varzeano não só no estado de SP mas no Brasil e era o time criado por Izidoro Matheus, onde muitos jogadores profissionais do corinthians jogaram.

Unknown disse...

Olá amigos, tem história, fui meio que criado aí
Meus pais saíram de caratinga em 60 e fomos para aí, tenho saudades da vila chabilandia,estrada do lageado etc, não vi nem um comentário sobre a vila chabilandia, estudei na escola estadual de lá, a única coisa que vi foi o antigo time do atlas lageadense, faltou falar também do time da minha quebrada como dizem aí ou da minha rua o Unidos da vila chabilandia e tinha também a chacara de lá, mais tá bom, saudades dos anos 70, hoje moro a muito tempo em betim, grande bh
Salve, salve, Deus abençoe

Laura Cardoso Mantovani disse...

ótimo texto! Gostaria de saber se a senhora sabe algo sobre a história do proprietário de terras de Guaianases Capitão Giuseppe Pucci, o que dá nome àquela rua perto do cemitério do Lageado Velho?