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Geraldo Trombin [ Poeta Brasileiro ]


Geraldo Trombin é publicitário, membro do “Espaço Literário Nelly Rocha Galassi” – de Americana/SP (desde 2004).
Lançou em 1981 “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 “Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados”. Tem mais de 250 classificações conquistadas em inúmeros concursos realizados em várias partes do país e trabalhos editados em mais de 90 publicações.










 Algumas Poesias de Geraldo Trombin


TEMPESTADE EM “AUTOMAR”

Mergulhou em mar de mágoas.
Mareou.
Acabou não nadando.
Acabou em nada.

REFLEXÃO

Olho no espelho
E não me vejo.
Estou sem reflexos.


POR UM FIO

Peguei o fio da meada
E com ele teci
O tecido do meu corpo.


VIDE-VERSO

Outro lado da moeda, anverso.
Povo brasileiro, diverso.
Ontem oposição, hoje inverso.
Politiqueiro, perverso.
Acidente de avião, reverso.
Contra a corrente, controverso.
Sem fronteira, universo.

No fim, é sempre assim:
Tudo acaba em verso!


FLEXÃO, RE.FLEXÃO

Quando tempo turvo
Até me dobro,
Até me curvo,
Mas não nego,
Não me entrego,
Não quebro,
Requebro!

Sou terrível,
Sou flex,
Sou flexível.

VISITA BIBLIOTECAL

Aventurou-se!

Entrou naquele mundo
Com todo o respeito:
Em silêncio!

Conheceu pessoas:

Cacaso ao acaso.

Provou e aprovou o sapato florido de Quintana;
Viveu Leminski e um milhão de coisas.

Encantou-se tanto com Bilac
E seu "Ora (direis) ouvir estrelas!”
Que passou intensamente a vi.vê-las.

Esbarrou com Drummond no meio do caminho
E com ele sua pedra e seu descaminho.

Quando finalmente viu Alphonsus e Ismália,
Que parafernália!

Também enlouqueceu,
Também pôs-se a sonhar,
Ora banhando-se em luar
Ora nas águas do mar.


O pensamento assim floresceu,
Tomou corpo, cresceu.
Não cabia mais em si.

Ao sair de lá, já não era aquele um,
Era bem outro.

Mesmo não sabendo para aonde ia,
Bateu asas e ganhou o universo.
Virou verso,
Virou poesia!




QUADRO NEGRO




Recebendo prêmio no 1º Concurso de Poesia da Sociedade dos 
Escritores de Nova Odessa – Tema: Educação, Categoria Adultos –, promovido pelo SENO (Nova Odessa - SP), onde seu poema 
“Quadro-negro” classificou-se em 1º lugar

Alguns minicontos do “Só Concursados”

UMA DE PORTUGUÊS
Desde a primeira vez que viu “Antônio Maria” na televisão, o seu grande sonho era conhecer Portugal: Açores, Madeira, Lisboa, Porto; as praias de Algarve; as montanhas ao norte do rio Tejo... Os vinhedos... Ah!!! Os vinhedos e seus deliciosos vinhos! O sabor de frutas frescas do Adriano Ramos Pinto em um jantar romântico regado a bacalhau e vozes fadistas como as de Amália Rodrigues, Carlos do Carmo ou Mariza. Tudo bem! Até mesmo a de Roberto Leal. Por que não?
Só que existe um “porém”: por medo de avião, ela nunca foi, e jamais irá, a Cumbica nem a Congonhas, muito menos subirá as escadarias da TAP. Acabou, então, casando-se com Manuel - o “portuga” da “padoca” em frente à sua casa -, se contentando com o seu “cacetinho” e algumas lembranças que ele trouxe a tiracolo de lá da sua terra para cá, quando veio ao Brasil no navio da clandestinidade.

RINHA

Eles nunca se bicaram. Até aquele dia, quando se viram frente a frente no porão gélido daquela casa abandonada, envoltos por ânimos exaltados, sentimentos frios e calculistas. Após a botada, a ação! Um metendo a pua no outro. Foram bicadas e patadas pra tudo o que é lado, machucando, cortando a papilha com lâmina afiada. Sangrando, cada um tentando defender o seu território. Ilusório! E a plateia vibrando. Lutando até a morte, a pancada fatal: nenhum cantou de galo. Os dois foram a nocaute! Blecaute! Fim da briga. Fim daqueles homens que, de uma hora pra outra, viraram inimigos mortais. Em frangalhos, dois corpos abandonados, estendidos no chão. Não sobrou ninguém, muito menos galista para contar história. Ordinários!




NOITES DE TORMENTA

Quarto lúgubre , 22 horas. Nenhum feixe de luz para apaziguar, apenas, como mamãe ensinara, um pai-nosso e o sinal da cruz. Escuridão absoluta encobrindo as marcas do desespero e inúmeras tentativas de fuga estampadas nas paredes sombrias. Mais uma noite daquelas, sem conseguir pegar no sono, enfronhada sob o denso manto mórbido da tormenta. Pesadelos medonhos, gritos alucinantes engasgados na garganta e muita agonia sufocando seus sonhos de criança. Mas, o pior de tudo ainda estava por vir – o monstro do alçapão debaixo da sua cama que insistia em aparecer geralmente na mesma hora, ameaçando, com sua voz atroz, matar seu irmãozinho, tentando a todo custo invadir outra vez, viril e violentamente, sua santa ingenuidade infantil. De repente um forte estampido e uma faísca iluminam a cena derradeira: de um lado, sua mãe empunhando um fumegante 32, do outro, aquele maldito padrasto pedófilo com um furo no peito, estirado ao chão para todo o sempre.

TEM GENTE QUE VENDE A PRÓPRIA MÃE.
EU ESTOU VENDENDO O MEU MAIS NOVO FILHO.
Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados

O conteúdo
É uma antologia de mim mesmo, que reúne em uma única obra poemas, crônicas e contos premiados em concursos literários realizados em várias partes do país entre os meses de outubro de 1982 a abril de 2010.

O projeto gráfico
Ilustrado pelo Diretor de Arte e Designer Gráfico Fábio Benencase - meu parceiro de trabalho na área de publicidade; fotos de capa, contracapa e campanha promocional produzidas pelo amigo e fotógrafo americanense Juarez Godoy, o projeto foi subsidiado pelo COMCULT – Conselho Municipal de Cultura da Prefeitura de Americana (SP).

Mais informações sobre aquisição: gtrombin@terra.com.br



Geraldo Trombin
Todos os direitos autorais reservados ao autor.

12 comentários

Valquíria Malagoli disse...

Geraldo burila o verso
e o verso bulina a gente...
Quem sabe, explicita o anverso -
e o igual fica diferente!

Parabéns, Geraldo.
da amiga e fã Valquíria Malagoli

Anônimo disse...

Rosana Banharoli: difícil renovar as palavras para que sejam especiais como as que este autor merece, pois ele, sem desprezar as normas cultas literárias inseriu uma assinatura diferenciada, única e muito boa de se ler e ouvir.Deixando gravada a marca contemporânea. Sou sua fã, só me falta a carteirinha.

Blog do Piaia disse...

Grande Geraldo.
E que belo blog, realmente!
Parabéns ao homenageado e à homenageante.
Grandes talentos.

geraldo trombin disse...

Valquiria, Rosana e Piaia... Amigos das letras só poderiam escrever bem sobre a gente... rsss gracias...

edweinels disse...

Um dos maiores expoentes da nova (e maravilhosa) Literatura Brasileira. Saudacoes do Japao、Geraldo.

Edweine Loureiro

Dema disse...

250 classificações é, no minimo, respeitavel.
Parabéns, Gê, vc merece colher resultados, consequencia
de trabalho bem feito

geraldo trombin disse...

Edweine e Dema... muito caminho a trilhar ainda... Vamos seguindo... Abraços

Anônimo disse...

Alma rara, lindo homem, talentoso poeta. Esse é Geraldo Trombin: um tesouro em forma de gente!
E quem lucra com tudo isso, no final das contas, é a nossa maravilhosa Literatura Brasileira!
Abraços,
Adriana Cristina Razia, escritora.

Edgard Rodrigues disse...

Amigo Geraldo! Na poesia ou na prosa poética, deixa a sua marca: o torneio das palavras, som, rítmo, a sensibilidade. Parabéns. Gosto especialmente do "Amocê", que ficou muito bonito no clima do video, com imagem e som.

geraldo trombin disse...

Adriana e Edgard e pessoal, olha que vou começar a acreditar em tudo o que andam dizendo, hein!

Obrigado mesmo a todos pela grande força!

Abraços

Sônia Barros disse...

Adorei encontrar o Geraldo aqui! Acompanho seu trabalho, que é de primeiríssima qualidade, e lhe desejo muito sucesso, muita luz no caminhar. Parabéns!!!

geraldo trombin disse...

Obrigado, Sônia!

Vamos continuar trabalhando, não é mesmo?