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Tessituras [do intervalo entre o grito e o silêncio]é um livro de
poesias que nos remete ao universo paradoxal e dual do autor. Suas
múltiplas facetas se revelam como se
estivesse num labirinto de espelhos onde o lírico coabita o social, onde
sensual se revela nas coisas simples do dia a dia, tendo como
background o susto das indagações e a serenidade das reflexões. Do
primeiro ao último poema há a preocupação constante em inserir o leitor
no mundo que o cerca, no contexto que o rodeia, estimulando-o a se
perceber com um elemento a mais nesse macrocosmo de idéias, situações e
realidades. Tessitura, carrega angústia, carrega ternura, sorrisos e
lágrimas. Neste compreender a vida e seus horizontes, não desvia o olhar
e tampouco esconde o sentir. Não ignora as tragédias e não se isola
entre muros. Apenas vive, espia e penetra, ora com palavras adúlteras
que irrompem toda as razões, ora como um mero serviçal que apenas
pertence a esse caminho e o cumpre.
Informações e Descrição da Obra Autor: daufen bach. Categoria: Poesia Idioma: Português Edição/Ano: 1ªEdição/2012 Tipo de Capa: Capa Cartão Acabamento: Brochura com Orelha Papel: Offset 75gr Formato: 14x21 Nº de Páginas: 147 Cor Interna: Preto e Branco
O livro pode ser adquirido na loja virtual da PerSe Editora, clicando no título abaixo:
Prefácio: 'tessituras'
[do intervalo entre o grito e o silêncio]
Um
breve alerta
Cuidado, meus caros, muito cuidado.
Vocês estão diante de um rodamoinho.
Este prefácio tem
a boca salgada, membros exaustos e certa dificuldade em respirar. Pudera! Foi
capturado pela tessitura precisa dos versos de daufen bach e oferece a vocês,
enquanto alerta, seu breve aceno.
Poeta de
múltiplas moradas, virtuais e corpóreas, de mato e de asfalto, Bach reverbera
uma voz poética carregada de angústia.
De uma ponta a
outra, essa voz percorre o intervalo entre o grito e o silêncio, onde os
sentidos aguçam e a mente divaga em um turbilhão de questionamentos.
Por isso, cuidado, meus caros,
muito cuidado.
Ao virar estas
páginas (por enquanto, ainda dá pé) vocês cairão na estranheza de estar vivo no
mundo e de sentir. Passarão pelo tempo cientes de que estão sendo percorridos
por ele.
Vai doer?
Sim.
Bach questiona as certezas cotidianas, obcecado que é pelos mistérios da
palavra. Testemunha o espanto frente à ausência de lógica da existência, diante
do efêmero das relações humanas, do contínuo desejar do outro à complexa
equação de um “ter pertença” e ainda assim, voar.
Em seu contínuo
tecer, a voz poética ora berra (ora sussurra) a dor do que se esvai, expondo a
hesitação por caminhos duplos, debaixo dessa chuva sem trégua que é viver.
Mas, no horizonte
desses dias cheios de poeira, de razões sem serventia e de solidão de ásperas
horas, acenam o menino e a utopia. Eis o convite da poesia: a tessitura de um
horizonte sem muros em volta do corpo.
Por fim, um
último alerta de náufrago. Em nome de uma verdadeira apneia, se vocês puderem,
antes de mergulhar na próxima página, fechem a porta, desliguem o celular...
É preciso entrega
para que o canto dessas “letras poligâmicas” ecoem entre o grito e o silêncio
de cada um de nós.
Boa tessitura!
Por:
Tatiana
Carlotti
Capa aberta: 'tessituras'[do intervalo entre o grito e o silêncio]
Alguns dos poemas presentes no 'tessituras'[do intervalo entre o grito e o silêncio]
"sob a fumaça de charutos cubanos"
no ventre oculto das palavras sigo rabiscando sonhos
insepultos,
coisas de
um sonâmbulo entardecer na vala
em que os
corpos se abrigam durante o estio...
um
incêndio feito em folhas de outono.
(adeus e fogo
a arderem
e a brilharem,
igual reluzente ouro no poente que incendeia,
acordando o coração em teias).
duas laranjas em meus olhos,
o sol não pode, então,
teus seios...
mesa posta e cheiros de quintais
longínquos,
o ouvido,
o vívido canto,
o rosto
e o silêncio.
assim, a
palavra germina,
sangue rubro em pele alva.
feiticeiros dedos de cascatas na lavagem de metáforas
que ardem ao meio-dia.
(tão
selvagem quanto a madrugada de matas densas).
adormecido,
em
migração sem rumo,
com os punhos avante,
acordo as flechas dos quatro elementos do universo.
na melodia
dos mundos a palavra emerge
feita de
sentimentos e vocábulos não entendidos,
fracionada,
inserida,
não desfeita,
mas
ausente e enlaçada no traço deste tempo pessoal.
a ausência do real sublimina
a
leviandade e o abismo num mesmo sopro...
esta sonora superfície de nuvens surpreende como
a vigília
que se
tornou contínua nos olhos mortos,
no postulado arbitrário dos instantes.
(a)cena do dia
uma fachada vermelha,
a velha queixa em lábios de vento,
fugas e fragmentos,
versos que se escreve para não morrer.
quem
haveria de querer sentir a necessidade
atônita de ser esquecido como fumaça no
ar
e negar-se a
substância da
intimidade...?
ah! corola
de sol,
círculo e flor,
tua boca
no solo deitada
pedindo para ser regada...
há muito o que viver nesta essência transbordante de
desejos
e, mesmo
que tudo em ti pareça distante,
não há nada em ti que me demonstre
não querer a vida em suados beijos.
todavia,
em linhas paralelas,
reunidas
todas as palavras numa pena,
o silêncio cerce regressa,
incrustado
em palavras recortadas num poema.
“extasiado”
brinquei
de amor
com a moça
que gostava das madrugadas
e acordei zonzo,
com vertigens,
politeísta
e ateu de verdades.
as idéias
se fundiram e eu queria ensinar aos mestres
a
sabedoria das meninas da esquina,
da moça
das madrugadas.
ateei fogo
nos anos de escola
e as luzes
continuaram acesas.
o lápis,
a caneta
e a borracha
continuaram
sobre a mesa.
entreguei-me
a ARISTÓTELES,
a PLATÃO,
a MARX,
a WEBER
e acabei
numa favela, com barracos incendiados,
podres.
extasiei-me
com a pilha de livros
que viviam
a me seguir.
extasiei-me
com o gozo da masturbação...
(completamente
só).
relativizei
todos os conceitos,
todas as
diferenças.
enchi de
colares e vestidos longos as prostitutas.
(foram ser
beatas com véus na cabeça).
senti o
pungir mortífero
daquele
olhar que me despia
e
vulgarizava o meu eu
tão
hipocritamente sábio.
(já não mais acreditei em
meus olhos).
“do
outro lado da rua”
diante da
minha cara
(um esboço
pétreo com vincos de nascentes)
sorria,
urdida de intenções,
a menina que atravessou a rua
(e outros medos)
para sentir no olhar,
na sedução,
a
necessidade de saber-se dona, possuidora.
e com os
olhos úmidos, soube.
a morder
os lábios, soube.
a entender
passos de ida e de chegada, soube.
soube que
possuir não é um desejo,
que não se
possui com um beijo,
que o
lençol amarrotado sobre a cama
não
entende o destino que a vida empreende.
a menina,
urdida de intenções, soube-se mulher,
sem deitar-se na
cama,
sem experimentar o gozo.
soube-se
mulher entendida de causas e efeitos,
entendida
de caminhos,
entendida
de opções...
quis,
então, ser menina por toda a vida,
ser
menina-mulher e ter o riso preciso,
não ter o olhar indeciso
e possuir
sem o desejo da possessão.
a menina
que atravessou a rua ganhou outros medos...
o medo de se perder
e não mais se achar,
o medo de, amando,
não ser amada.
(conheceu
os segredos que residem no olhar)
soube que
todas as coisas possuem hora propícia
para serem enunciadas.
daufen bach.
Todos os direitos autorais reservados ao autor
daufen bach - Tessituras [do intervalo entre o grito e o silêncio]
Reviewed by Daufen Bach
on
junho 09, 2011
Rating: 5
Grande Poeta, fiquei fascinada com sua iniciativa de imortalizar sua sensível e primoroza poética. Muito sucesso pois sou fã do seu trabalho literário. Abraço. Jania Souza
O livro está muito bem prefaciado, vê-se a obra do autor através da síntese e já se vê que o sabor será como provar os manjares dos deuses. Daufen escreve arrancando sangue de si com suavidade e sem alarde, as palavras discorrem com poder, ora sedutoras, enraizadas, ora despudoradas e agonizantes. Para mim, um dos melhores poetas da atualidade. Bravo Daufen Bach! Sucesso!
Parabéns, Daufen! Uma louvável decisão. Os talentos devem ser compartilhados e divulgados. Amei as palavras da Marisete Zanon, muito merecidas por você. Sucesso, sempre! Abração
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13 comentários
Parabéns pela conquista...
uma sensação: entre o grito e o silêncio:
l-i-m-í-t-r-o-f-e
um quê em mim muito mal localizado
entre o fundo do poço
e o olho do tornado...
aila
É um imenso prazer ler seus poemas.
Fico literalmente zonza e extasiada!
Parabéns, grande poeta
Sandra Reis
Grande Poeta, fiquei fascinada com sua iniciativa de imortalizar sua sensível e primoroza poética. Muito sucesso pois sou fã do seu trabalho literário. Abraço. Jania Souza
O livro está muito bem prefaciado, vê-se a obra do autor através da síntese e já se vê que o sabor será como provar os manjares dos deuses. Daufen escreve arrancando sangue de si com suavidade e sem alarde, as palavras discorrem com poder, ora sedutoras, enraizadas, ora despudoradas e agonizantes. Para mim, um dos melhores poetas da atualidade. Bravo Daufen Bach! Sucesso!
Parabéns, Daufen!
Uma louvável decisão. Os talentos devem ser compartilhados e divulgados. Amei as palavras da Marisete Zanon, muito merecidas por você.
Sucesso, sempre!
Abração
pARABENS LOIRO
fIQUEI IMENSAMENTE FELIZ DE NOVO MUNDO PARA O MUNDO DAUFENBACH
Extraordinario é a unica palavra que encontro para definir seu talento.....
PARABENS
Felicidades querido amigo, es un placer leer la reseña de tu ibro y estos dos poemas.
Un abrazo
Atte
Modesto Herrera
Alumbramiento de fuego donde estalla el resplandor. Felicitaciones por tu libro. Angela Penagos Londoño-poeta Medellín-Colombia
Muy buena poesía, felicidades.
Felicitaciones por la nueva publicación, los poemas colocados relatan historias sobre la comprensión del amor, palabra tan difícil de comprender.
Buenísima poesía, felcidades, cariños de Marianela Puebla.
http://amoragua-marianela.blogspot.com/
http://amorario44.wordpress.com/category/uncategorized/
Felicitaciones por los poemas y el libro!!! Archivé el correo sin querer, por eso va tarde mi respuesta.
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