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Mauro Lucio da Silva [Poeta Brasileiro]


Mauro Lucio da Silva nasceu  na cidade de  Juiz  de Fora - MG,  em 20 de março de 1953, quando ainda com  oito  anos de idade, veio morar  em    Brasília,    onde  reside  até  hoje. Servidor público federal    do  quadro do   Ministério  das  Relações   Exteriores, já trabalhou    em     vários    postos do Itamaraty     no exterior,  estando atualmente lotado  na   Embaixada    em Bratislava.

Órfão desde muito cedo, somente veio a freqüentar escolas bem tardiamente. Foi quando o estudo de literatura toucou-lhe a veia criativa e o despertou para o mundo das letras.

Em outubro de 2005 publicou seu primeiro livro de poesias, MEUS PASSOS,   em 2007 publicou o seu segundo livro, O CANTAR DOS VENTOS e em 2008  apresentou o seu terceiro livro de poesias  O VENDEDOR   DE   ILUSÕES.


Estações
 
Quando no fim de uma tempestade
O sol recomeçar a brilhar em tua vida, te esquecerás
Rapidamente das dores que te afligem e,  também,  de
Deus. O teu esquecimento será tão longo quanto a tua
Bonança e, tudo recomeçará quando novos
Sofrimentos vierem te visitar.

II

Por hábito nos esquecemos que,  assim
Como o tempo,  a vida também é composta de
Estações.  A primavera é a estação que nos enche de vida e
De esperanças.  O  verão é o ponto alto de todos os prazeres
Que experimentamos.  O outono é o tempo de repouso,
É quando nos preparamos para o inverno longo e,
Não raro tenebroso,  que é a velhice.

III

Aqueles  que  escolhem viver longe  de Deus,
Tem a ilusão de que para eles o inverno nunca  chegará,
Vivem num eterno,  falso,  verão.  Por viverem nos  prazeres
Da matéria,  seus espíritos não percebem que existem alternativas
Mais nobres que os prazeres que só satisfazem o égo, a
Carne. Não percebem que os seus espíritos estão
Com fome, necessitando de Deus.



Em nome do pai



Te amei. Te amo com toda a força que o
Amor tem. Te amo, porém não reconheces o amor
Que dedico a ti. Não percebes o quanto te cuido, o quanto
Velo por cada um de teus passos para que não te machuques,
Não sofras e nem chores. Te amo e, no entanto,
Desprezas todo o amor que tenho por ti.

II

Por causa do imenso amor que tenho por ti,
Me esqueces, me ignoras,  foges de mim. Se te falo,
Não me ouves, odeias quando em orações  peço por ti
Junto a Deus. Detestas ouvir-me falar em nome do Pai e
Do o amor que ele tem por ti, que é um amor mais puro
Que amor de mãe. Não consegues entender o meu
“Não entender” o desprezo que tens por mim.

III

Em nome do Pai,  te peço para que despertes,
Antes de o “muito tarde” chegar para ti. Antes de o
Arrependimento vir substituir a minha presença em tua
Vida, antes que eu parta, que não possamos mais nos
Ver. Em nome do lindo amor que conecta pais e
Filhos  te peço;  - Acorde minha filha
Enquanto estou  perto de ti.



Que queres?

Que queres? O que posso te dizer
Neste momento de tristeza? A vida passa tão
Depressa, que não nos dar tempo de perceber
O  aproximar da hora de partir.

II

As tuas lágrimas, enxugo com
Meus beijos, e as minhas lágrimas? Quem as
Enxugará? Escuto o teus prantos e, me pergunto;
Quem os meus prantos escutará?

III

Não chores! Não machuques as
Tuas feridas. Prometo voltar e contigo, para
Sempre,  ficar. Que posso fazer para devolver o
Teu sorriso lindo? Tenha  paciência! O tempo,
Retornará e me trará de volta para ti.



Voltarei já



A despedida é assim; é eu olhando em
Teus olhos e os vendo cheios de tristeza. É assim
Um gosto amargo chegando em minha boca e, meu
Coração chorando, gritando, protestando dentro
Do meu peito,  se recusando a te dizer adeus

II

A despedida é a lágrima nos banhando,
Lavando, levando para longe toda a alegria do
Nosso coração. A despedida é como o fim da primavera
É a alegria nos abandonando é a tristeza chegando
Para nos fazer companhia. A despedida é um trago
Difícil de engolir, é  querermos ficar um
Um pouco mais, é o amor sofrendo.

III

Não quero me despedir. Não despedirei
Mentirei, direi que ficarei para sempre mesmo quando
Já tiver partido. Não me despedirei de ti, não olharei em teus
Olhos para não vê-los me pedindo para ficar. Não!
Não me despedirei, direi – Espere um pouco
Que voltarei já.




O planeta



O planeta está chorando, reclamando
E nós nos recusando a ouvi-lo.  A terra pede a
Nossa atenção, grita com um grito mudo, num soluço
Que cai sobre nós em forma de garoa ácida que,
Quase sem se fazer notar,  nos molha,
Nos adoece.

II

O planeta, desesperado,  reclama a nossa
Atenção. Ele quer que vejamos a sua aflição, a sua
Corrida para o fim. A terra reclama e nós,  nos recusamos
A ouvir o seu estrondoso silêncio. O tempo, amedrontado,
Já não para mais aqui, ele passa tão rádio por nós, que
Parece não querer nos dar tempo de percebermos
Que estamos nos destruindo.

III

A cada lamento da terra morre uma  flor, e
Uma outra, deixa de nascer. Somos nós enterrando o
Planeta e o planeta, revoltado, nos enterrando. Ouçamos o
Seu grito silencioso,  enquanto ele paciente, reclama a
Nossa atenção. Depois que o planeta nos esquecer,
Não haverá mais nada a fazer para
Revertermos a situação.



Assim é a tristeza.



A tristeza é a sombra da alegria,
É a parte vazia da vida, é onde se escondem  os
Monstros que assombram a felicidade.  A tristeza é
O lamentar do que foi perdido, é a insistência do
Sofrimento em permanecer na gente é o que
Já não tem mais jeito, é o rejeito.

II

A tristeza querendo ficar com a
Gente,  procura um jeito de ter jeito, busca
Uma forma de justificar a ausência da felicidade.
 A tristeza tenta nos fazer acreditar, que é
Necessária em nossas vidas, ela quer
Ser parte do nosso viver.

III

A tristeza é a maldade machucando,
É o caminhar no escuro, o desagasalho, a falta
De luz e o frio nos abraçando. A tristeza é a alegria
Fugindo da gente, é um dia nublado, chuvoso, é
O amor partindo, indo embora sem promessa
De,  um dia, voltar.


Eu sou



Tu és o prego que me prende na cruz
Da resignação, o suor que se mistura  com o sangue
Que brota, que derrama do meu corpo. És o pesadelo
No qual,  penso que o meu  sofrimento nunca
Terá fim e a dor que existe dentro
De mim.

II

Eu sou a tua ilusão de que vais me esquecer,
Sou o tempo que  pensas, ainda,  ter para viver. Sou a
Chuva que te molha com as águas salobras que
Brotam do sofrimento que me causastes.

III

Tu és o grito de pavor que se recusa
A abandonar o meu peito e o pânico que tenho
De,  de novo, te encontrar nos  meus pesadelos.  Tu és
A vontade de chorar que não me abandona, e
A tristeza que insiste em comigo ficar.

IV

Estou pendurado na parede do teu coração,
Pregado com o cuspe com que me cuspistes. Sou o
Caminho que escolhestes, na tua ânsia louca de fugir de
Mim e, o chão que pisastes sem medo
De ferir. Eu sou(...) .






2 comentários

krika disse...

Nossa, eu me perdi e me encontrei nesses versos. Gostei.

www.preteritosmatinais.blogspot.com

Mauro Lucio disse...

Oi Krika!!! Grato por tuas gentis palavra e me alegra que tenhas encontrado coisas interessantes em meus versos.

Abraço afetuoso,

Mauro Lucio