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Quando exemplos falam mais alto que as palavras [Olga Borges Lustosa]


Quando exemplos falam mais alto que as palavras

Ser gentil nos faz tão bem quanto ser alvo de uma gentileza

É errôneo pensar que as crianças não observam o mundo dos adultos; as crianças podem mostrar sinais de empatia e preocupação desde uma idade muito precoce. Eles reagem com preocupação quando veem infelicidade, querendo ajudar ou corrigir o problema.

Em leitura acurada sobre o tema, li estudos recentes que enfatizam a importância do pai deixar que seus filhos saibam o quanto significa que eles se comportam com bondade e responsabilidade. Quando você vê seu filho fazendo algo que você acha que é impensado ou cruel, diga de imediato que você não quer que ele faça isso, fale com firmeza e honestidade. Esta reação emocional precisa ser acompanhada pela explicação do por que você desaprova a atitude. Seja franco, honesto e aberto com seus filhos; a ideia é ensiná-los, não fazê-los sentirem-se culpados.
Vale lembrar a antiga crença de que os exemplos falam mais alto que as palavras.


"O Poder da Gentileza” é um livro do escritor italiano Piero Ferrucci, prefaciado por Dalai Lama, que traça um argumento poderoso para a bondade como uma forma de conduta. Ferrucci vê o declínio da gentileza e bondade todos os dias e chama isso de "resfriamento global" e relaciona-se com o ritmo que segue a vida moderna. Argumenta que as pessoas gentis e amáveis estão destinadas a viver uma vida muito mais interessante e gratificante do que aqueles que não têm essa qualidade. Estes estão muito melhores equipados para enfrentar a vida em toda a sua imprevisibilidade selvagem e precariedade assustadora. Completa dizendo que as pessoas gentis são mais resistentes e mais capazes de recuperar das vicissitudes da vida.

Ao longo dos capítulos do livro, o autor apresenta os vários aspectos da bondade: honestidade, carinho, perdão, contato, sensação de pertencimento, confiança, atenção, empatia, humildade, paciência, generosidade, respeito, flexibilidade, lealdade, gratidão e alegria .
O escritor vai contando deliciosos contos da mitologia grega, do folclore, romances modernos, do cinema italiano, contos populares africanos. No capítulo dedicado a alegria, há distinção útil entre duas noções de felicidade. A primeira é a abordagem hedonista, que trata a felicidade como prazer máximo, com o mínimo de dor. O segundo é eudemonista; a felicidade como fundamento e objetivo da vida. A bondade é a fonte da qual flui tantas outras qualidades positivas, como perdão, honestidade, paciência e generosidade.

A experiência mostra que há apenas uma maneira confiável de transmitir bondade para a próxima geração; sendo exemplo, mostrando a gentileza e bondade, não como um evento especial ou como um momento de ensinamento, mas como atitude diária, parte do dia-a-dia, fazendo as coisas boas sem alarde. Os pequenos olhinhos vão ver, copiar e compreender. Se você demonstra constantemente carinho e compaixão, é mais provável que seus filhos vão ser também assim. As crianças assistem a seus pais e outros adultos em busca de pistas sobre como se comportar.

O que mais inspira uma criança a se importar com os outros é o cuidado que ela recebe. Especialistas afirmam que quando as crianças sentem que têm uma base segura em casa, elas são mais propensos a se aventurar e prestar atenção aos outros. Fico pensando que obra prima é o homem, na razão, na forma. Só falta-lhe mesmo abraçar seus filhos e ensinar-lhes que é imensamente importante que tentemos fazer de nossas vidas, algo positivo. Definitivamente não nascemos para ser motivo de aflição ou prejudicar as pessoas.

Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente no blog  do Romilson toda terça-feira 
olga@terra.com.br

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