Mostrar-se
é sobreviver
Mostrar-se para alguém de
forma discreta ou desnudar-se completamente é como dizer que se possui a
liberdade nas mãos por alguns segundos. É um diálogo que flui, uma
sobrevivência limitada. Imagine a cena de duas crianças que correm a esconder
um brinquedo – a primeira, que o esconde e a segunda, que deseja pegá-lo de
qualquer jeito, para experimentá-lo nem que seja por alguns minutos, para ver o
novo em sua expressão ainda desconhecida, pois o toque revela a originalidade
do objeto que se imagina em sua superfície. Isso mesmo, até a descrição que dá
para sentir!
Mas, e se em algum momento
a mostra mais arquitetada do ser não se realizar, o que fazer? Não deu certo o
plano mais ousado de se comportar, vestir e agir como um ator ou atriz de
cinema, que é um arquétipo do que é belo e bom na sociedade contemporânea e
fetichizada. Então, o que se pode tentar é ser quem você realmente é. É a
melhor alternativa – e originalíssima – de se portar, conversar e acreditar nas
construções que lhe convém melhor.
O que tenho observado na
maioria (quase em todas!) das publicações sobre o rol de participantes do mundo
social é que existe uma busca que não cessa, aliás, ela se renova no olhar ou
no dia seguinte. É no outro que mora o desejo, a chama que arde no corpo
inteiro. As colunas e páginas sociais que desfilam fotos, os últimos aparatos
tecnológicos e achados da moda – foco sempre o masculino e o feminino -, do que
está no top da imaginação é o que importa para os fazedores de momentos
eternizados. Mas não culpemos o mundo pela inventividade e o que desperta
nossos instintos para os experimentos momentâneos e quase sempre prazerosos.
São nossas escolhas que
definem como se é ou se pretende somente representar mais um papel, como numa
novela ou peça teatral. No mais, espero que as pessoas sejam apenas pessoas,
que existam e saibam da importância do que é ser elegante, generoso, humilde,
gentil ao se mostrar para o mundo, não interessa o que vistam, bebam, comam ou
apreciem com suas almas. Estas são algumas observações valiosas que juntei -
como num quebra-cabeça que se leva muito tempo para montar -, de personalidades
que souberam aproveitar o fino aspecto da vida e deixaram a maravilhosa fórmula
do encanto. É só aplicar nos seus dias.
*Imagem:http://www.classic-design24.com/uk/paintings/lempicka-tamara-de-group-de-quarter-nus.html
Patrícia Dantas - Amante da arte de escrever e descobrir nas histórias a construção das palavras.
Participei da Focus - Antologia Poética VII, pela Cogito Editora:
Vem ai a ANTOLOGIA MUNDO, da Cogito Editora! Vou participar!!
Um brinde ao encanto das palavras!
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