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Claudya, essa talentosa cantora da MPB,
considerada uma das grandes damas no cenário musical, nasceu no Rio de Janeiro
onde foi registrada com o nome de Maria das Graças de Oliveira Rallo. Ainda
criança se sentiu atraída pela carreira artística onde desde cedo já brilhava
mostrando o seu talento e encantando a todos com sua voz maravilhosa.
Participante de vários festivais, inclusive no exterior Claudya teve um grande
destaque no cenário internacional onde é respeitada e admirada por seu incrível
talento. Vamos conhecer um pouco mais sobre a história da sua trajetória no
decorrer da sua longa carreira com a própria Claudya.
Claudya,
você nasceu no RJ e vive em SP. Quando despertou para a música?
Sou carioca do subúrbio do Rio de Janeiro e muito pequena,
me interessei pela carreira artística, quando em casa de um tio que reunia a
família para cantar e tocar violão, cantei pela primeira vez, e quando senti o
aplauso das pessoas que lá estavam, decidi que era o que eu queria fazer da
minha vida. Cantar.
Mas
foi a dança que te causou fascínio no início?
Sim, a primeira manifestação artística que se
apresentou foi por intermédio da dança. Eu tinha mais ou menos uns 7 anos de
idade, e pedi a minha mãe que fizesse uma roupa de bailarina porque queria
dançar em ponta e só serviria se fosse no estilo clássico. Não tinha nenhuma
referência, por não termos televisão naquele tempo, mas mesmo assim minha mãe
fez a roupa e eu dancei em uma festa popular na comunidade onde morávamos. Foi
um sucesso.
Foi
a atração por espetáculos circenses, que despertaram a artista que existia no
seu interior?
Naquela época o circo era a referência para qualquer
espetáculo, ora teatral, ora musical, ora espetáculo de balett. Eu era
fascinada pelo circo, como todas as crianças da minha época. Gostava de ver os
trapezistas, os animais e os palhaços. Cheguei a cantar em circos que montavam
suas lonas na cidade onde morava.
Conheceu
grandes profissionais da época?
Conheci muitos profissionais quando era criança: Ângela
Maria, Emilinha Borba, Marlene, Moacir Franco e outros.
Seu
primeiro teste foi na TV Record?
Sim, meu primeiro teste na TV Record foi no ano de 1965
aqui em São Paulo. Cantei para a equipe A que comandava o maior programa de
emissora na época “O fino da bossa”. O maestro Ciro Pereira deu-me a
oportunidade de ensaiar com a grande orquestra da emissora regida por ele, com
arranjo de Waldyr de Barros a música de Tom Jobim “Canção do amor demais”. O
fino da bossa tinha 2 partes a de amadores e profissionais. Meu ensaio foi tão
bom que a equipe resolveu que eu cantaria na segunda parte do programa junto
com os profissionais e assim foi o meu debut como cantora, no melhor programa
da emissora, para o qual fui contratada logo depois.
No
programa “O fino da bossa” você se apresentou ao lado de grandes estrelas da
MPB?
Nesse programa tive o privilégio de cantar com meus
ídolos da velha guarda: Elizete Cardoso, Dalva de Oliveira, Lana Bittencourt,
Ciro Monteiro e os jovens iniciantes como eu: Chico Buarque, Edu Lobo, Milton
Nascimento, Toquinho entre outros.
Quando
e como conheceu o Chico Medori?
Conheci o Chico Medori quando voltava de uma viagem aos
Estados Unidos em 76, no programa do Silvio Santos, quando fui convidada para
uma apresentação.
Quantos
CDs gravados até hoje?
Gravei ao todo 20 discos entre vinis, compactos simples
e CDs. Na verdade tenho 4 ou 5 CDs e alguns LPs que foram recentemente
transformados em CD.
Participou
de vários festivais?
Participei e ganhei festivais no Brasil e exterior.
Você
ganhou vários prêmios no decorrer da sua carreira. Quais foram?
1967- Fest da TV Excelsior, com a música “Chora Céu” de
Adylson Godoy e Luis Roberto de Oliveira, prêmio de melhor intérprete e
terceiro lugar.
1969- Fest Brasil canta no Rio, eliminatória para o
Fest Internacional da canção
com a música de Eduardo Lages e Alesio Barros Razão de
Paz Para Não Cantar.
1970- Festival de La Cancion Latina, na cidade do
México com a música “Cancion De Amor e Paz, dos autores Eduardo Lages e Alesio
Barros obtendo a nota máxima e todos os prêmios do festival: melhor música,
letra, arranjo e melhor intérprete.
1971- Festival de Atenas na Grécia no estádio Olímpico
com a música Minha Voz Virá Do Sol Da América de Marcos e Paulo Sérgio Valle,
obtendo todos os prêmios novamente: Melhor música, letra, arranjo, melhor
intérprete.
1972- Festival de Onda Nueva na Venezuela, obtendo o
prêmio de melhor intérprete e terceiro lugar com a música Contato de Mario
Albanese, Ciro Pereira com letra de minha autoria.
1973- Festival da Espanha com música de minha autoria
chamada “Sonho De Mulher’ obtendo o prêmio de melhor intérprete.
Foi um grande momento na minha carreira, poder trazer
tantas medalhas para o Brasil. Foram uns 5 prêmios no exterior e 2 no Brasil.
Uma carreira coroada de êxito no que se refere a festivais de música.
Como
foi atuar ao lado de grandes nomes no espetáculo “Liberdade Liberdade”?
Eu iniciava a carreira quando fui convidada para
substituir Nara Leão no espetáculo “Liberdade Liberdade” escrito por Millor
Fernandes e dirigido por Flávio Rangel. Foi uma experiência encantadora, poder
trabalhar ao lado ícones como: Paulo Autran, Tereza Rachel, Vianinha
Filho(filho de Oduvaldo Viana), Toquinho e outros grandes nomes do teatro.
Nessa época ganhei prêmios como revelação.
Além
do grande sucesso no Brasil, você brilhava também no exterior. É verdade que
fez uma temporada de 3 meses em Los Angeles?
Sim, fiz temporada de 3 meses em Los Angeles com o
compositor e músico Antônio Adolfo no Brazilian Jazz “La ve lee ” com muito
sucesso, mas antes estive em uma apresentação no teatro Sistina em Roma com o
grande compositor e músico Baden Powell em uma noite memorável e inesquecível.
E
na França onde houve um evento homenageando o Brasil. Como foi?
O festival do Midem era uma feira de música ou uma
amostra do melhor da música internacional. Desta feita o festival apresentou
uma noite brasileira com Jorge Benjor, Benito de Paulo, eu e outros artistas.
Uma homenagem à boa música brasileira, que fazia grande sucesso na Europa
naquele momento.
Que
outros países se apresentou?
Me apresentei na Itália, França, Venezuela, Grécia,
Estados Unidos: Los Angeles, Miami, Nova York, México, Marrocos, Japão, Chile
etc.
Porque
ficou tanto tempo sem gravar?
Houve um grande hiato no que tange à gravação de disco.
Exatamente uns 13 ou 15 anos. As coisas mudaram no país, consequentemente o
estilo musical que fazíamos de muita qualidade, não era mais a grande realidade
do país.
Qual
a verdade sobre a história da sua rivalidade com a cantora Elis Regina?
A verdade é que articularam para que eu saísse de cena
em uma trama na qual me colocaram como a vilã, sendo que eu fui a maior
prejudicada. Inverteram-se os papéis das protagonistas.
Você
foi consagrada tanto no Brasil como no exterior quando protagonizou o
espetáculo Evita. O que esse espetáculo contribuiu na sua carreira artística?
Na verdade Evita foi um divisor de águas. Eu já existia
como cantora de sucesso, mas estava a algum tempo sem gravar e fora da mídia
quando surgiu a oportunidade de fazer o espetáculo. Os produtores já tinham os
direitos, mas ainda não tinham a cantora para fazê-lo e por ser um espetáculo
difícil, que requer um alcance vocal extenso e porque não tínhamos ainda
cantores especializados em musicais, ficou difícil na hora da decisão. Quando
fiz o teste imediatamente fui admitida por ter as características vocais para
tal espetáculo. Evita contribuiu muito para a minha carreira, me fez navegar
por mares nunca antes ou dantes navegado. Nesse espetáculo eu cantava, dançava
e representava e nem mesmo sabia que podia fazer tanta coisa, que podia cantar
como uma diva uma área clássica. Foi um aprendizado maravilhoso com grandes
atores que me deram suporte para que pudesse ser a atriz indicada para o maior
prêmio de teatro o ‘Moliere’. Valeu!
Como
foi ser considerada pelos produtores ingleses Robert Stigwood e David Land a
melhor das cantoras que já fizeram a ópera no mundo?
Foi uma alegria e uma sensação de felicidade indescritíveis,
quando frente a todo o elenco, Robert Stigwood e David Land disseram com todas
as letras: Você é a maior Evita do mundo. Era o Brasil presente , era a
montagem, o elenco. Éramos nós brasileiros triunfando e vencendo barreiras.
Você
se apresentava com o Abelardo Figueiredo pelo Brasil inteiro. Como foi essa
fase na sua vida?
A fase com o Abelardo foi maravilhosa, no sentido de um
grande aprendizado, com um dos maiores produtores do show business brasileiro.
Viajamos por todo o Brasil e para vários países mostrando o melhor da música
brasileira.
Teve
música sua que foi tema de novela?
Sim, tive algumas oportunidades de ter gravações minhas
em novelas são elas:
“Bandeira 2′ com a música “Desacato”, de Antônio Carlos
e Jocafi, na TV Globo… “A Estranha Dama” no SBT, com uma adaptação de letra de minha autoria de uma
linda canção Argentina… e Kananga no Japão pela extinta TV Manchete canal 9 com
a música de Michel Legran” Papa can you here me” , que teve a adaptação de
letra de um compositor brasileiro para “Uma noite a mais”.
O
rapper Marcelo D2 fez um sampler com sua voz?
Marcelo D2 sampleou a minha voz na música “Deixa eu
dizer” de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, gravada nos anos 70 e que
voltou a estourar no mundo inteiro, nas pistas do Brasil e exterior e no filme
“Velosos e Furiosos 5″ que foi exibido
via mundo.
E
o trabalho que fez com o compositor finlandês Heike Sarmanto e o poeta Fernando
Brant?
Fiz um trabalho maravilhoso com o maior compositor de
jazz da Finlândia Heiki Sarmanto e o grande compositor, poeta e escritor
Fernando Brant chamado “A lua luará’ que
foi lançado na Finlândia, Itália e Portugal e infelizmente não foi lançado no
Brasil.
Você
lançou um CD, onde contém canções raras do Caetano Veloso?
Realmente foi um trabalho bem recente com um dos
grandes compositores brasileiros Caetano Veloso chamado “As canções raras de
Caetano Veloso”.
Claudya,
como você explica uma artista consagrada e talentosa da MPB fora das mídias?
É inexplicável realmente, mas o fato de não estar na
mídia, não acontece só comigo, mas sim com todos os grandes talentos
brasileiros, como compositores, cantores, músicos, intérpretes. O mesmo
acontece com a boa música que não é executada nas emissoras de rádio do país. O
Brasil é visto no exterior como: A melhor música do mundo, isso quando se fala
da boa música brasileira. A música sempre foi o nosso cartão de visita,
aclamada e idolatrada pelos povos do mundo inteiro. Infelizmente nossos maiores
valores precisam sair do país para trabalhar em outras plagas. A situação da
música hoje é deplorável, vergonhosa, aliás o que ouvimos hoje aqui no Brasil
está muito longe, léguas de distância do que foi um dia a música do Brasil.
Além
de ser casada com um grande músico, sua filha Graziela Medori é uma cantora de
um imenso talento. Como você vê a carreira musical dela?
Minha filha Graziela é muito talentosa e tem uma
estrada muito grande a sua frente, escolhe bem o repertório e canta o que é
bom. Acho que por ser muito jovem pode chegar a uma situação satisfatória
dentro do panorama artístico.
Apesar
de ter muita gente ruim fazendo sucesso, o Brasil é um país de grandes
talentos. Você acha que falta oportunidade para esse artistas mostrarem seu
talento?
Gostaria muito de conhecer e apreciar os talentos da
atualidade, mas eles não têm chance de aparecer, mas tem muita gente boa
esperando por uma oportunidade. Com certeza sem chances e motivação.
A
internet tem ajudado na divulgação do artista?
A internet é a única ferramenta para pessoas que não
aparecem na mídia e ajuda muito na divulgação do trabalho. Afinal nossa voz
agora tem eco para o mundo.
Quais
são suas metas no momento?
Minha meta é continuar fazendo um bom trabalho, gravar
se possível e espero que 2014 seja um ano melhor para todos nós que
acreditamos, temos fé, garra, vontade, porque é preciso cantar, mais que nunca
é preciso cantar…
Cleo Oshiro,mineira mas viveu a maior parte da sua vida em São Paulo até se mudar
para o Japão em 2002. Colunista Social doPortal Mie tem a coluna dedicada a
divulgar o trabalho de artistas brasileiros que vivem em várias partes do
mundo. Seu trabalho é divulgado em vários países no exterior onde existem
comunidades brasileira.
Claudya – A grande dama da MPB [Cleo Oshiro]
Reviewed by Revista Biografia
on
janeiro 23, 2014
Rating: 5
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