Conversando sobre Arte entrevistado Adriano Figueiredo
Ferreira.
por Marcio De Oliveira Fonseca
Quem é Adriano Figueiredo Ferreira
Nasci em Cuiabá, no dia 18 de Setembro de 1979, filho
da professora Maria do Carmo Figueiredo e Antônio Ferreira, camelo, tapeceiro,
comerciante entre outras coisas. Herdei de minha raiz materna a cultura e
costumes Mato-grossense, da parte paterna é uma mistura meu pai é Paulista,
alguns tios Paranaenses minha avó Olga Alagoana, somos três filhos sou o do
meio e tenho duas irmãs, tive uma infância muito complicada financeiramente,
porém muito divertida, brincava na rua, jogava "bolita", soltava pipa
e nas férias ia para o sítio do meu avô Hortêncio. Na adolescência, aprontava
muito no colégio dei muito trabalho aos professores, mas nunca deixei de
cumprir minhas obrigações, quero ser lembrado como uma pessoa que honra a sua
palavra.
Como a arte entrou em sua vida?
Me lembro que sempre tive uma necessidade de desenhar
muito forte, mas tentava fugir disso não queria trabalhar com arte, mas a
verdade é que nunca trabalhei com outra coisa, com 15 anos minha mãe me mandou
"dar um jeito no coro" e procurar um serviço uma ocupação, como nunca
gostei que me chamassem a atenção fiquei muito incomodado e sai para fazer isso
na mesma hora, no caminho pensei, mas o que vou fazer? só sei desenhar! então
entrei na primeira loja de decoração fiz um teste pra produzir painéis e fui
contratado. Alguns anos depois, queria dar um presente a minha namorada (hoje
esposa) sem grana resolvi pintar uma tela e em 1999, finalizei meu primeiro
trabalho nas artes plásticas, não sei se perdi ou ganhei muito tempo a procura
de uma identidade só sei que depois de 10 anos de busca voltei a minha primeira
arte, minha escanência estava ali o tempo todo mas ainda queria fugir, fiz
vários cursos de Designer gráfico, Web master e até montei uma empresa, nada
dava certo! Em desespero um dia me ajoelhei e pedi pra Deus um sinal, uma luz!
foi naquela noite que a arte entrou definitivamente em minha vida, eu tive um
sonho! muito forte tão real que posso sentir até hoje, eu voava entre as cores,
deslizava entre elas!!!! entendi que foi a resposta de Deus!!! Acordei 3h da
manhã e desenhei esse sonho e não parei mais de pintar até hoje.
Qual foi sua formação artística?
Tenho uma formação gráfica por meio de vários cursos de
Corel Draw e Web Master, vetores e bitmaps isso que sempre estudei, mas nas
artes plásticas me considero autodidata.
Que artistas influenciam em sua obra?
Sinceramente quando resolvi me dedicar a arte não
queria sofrer influencias, não queria absorver a energia de outros artista, mas
sei que hoje é quase impossível criar uma identidade que não tenha semelhança
a algo que já exista, então passei a
estudar e acredito em ser influenciado por vários artistas não só pela arte mas
pela relação deles com seu trabalho e comportamento, aqui em Mato Grosso,
Clovis Irigaray, João Sebastião Barros entre outros.No Brasil, Tarsila do
Amaral e Alfredo Volpi entre outros.Mundialmente Miró, Picasso, Gaudi entre
outros.
Como você descreve seu trabalho?
Acredito que a minha arte é uma linha do tempo, com
resquícios desda infância, experiências encardidas na nossas alma, absorvo o
calor sufocante, o que vemos por traz do mormaço do chão quente? a luz cegante
deixa tudo colorido, as transporto! os vitrais das igrejas, o vestido florido
da vó Olga, os fios de algodão da vó Joana, o fazer e a toada da viola do vô
Hortêncio. Abstrato, figurativo termos e argumentações aprofundadas não é o
mais importante na minha visão, minha arte é o que sinto, tem que fluir naturalmente,respeito
muito os estudiosos reconheço a importância deles em todo contexto da arte, mas
preciso criar sem formatação.
É possível viver de arte no Brasil?
É possível, mas requer muito mais que talento, é uma
equação difícil de ser resolvida na maioria apenas sobrevivemos.
Qual o panorama da arte contemporânea em Cuiabá?
Acho que estamos em uma crescente, há artistas
fantásticos com talentos incontestáveis e muito expressivos, sempre achei que a
arte independe de onde nasça, mas agora na era digital o artista é do mundo não
ha mais fronteiras.
O que é necessário para ser um ícone nas artes
plásticas?
Não tenho essa pretensão, minha busca é por levar minha
arte ao alcance do maior número possível de pessoas, e quando elas estiverem
diante de um trabalho meu digam "essa é do Adriano Figueiredo
Ferreira" e se resultado for me tornar um ícone melhor.
Como você poderá ser conhecido em âmbito nacional?
Me dedicando e respeitando cada um que acredita e
investe em meu trabalho com verdade e amor.
O material nacional para pintura já é de qualidade
suficiente?
Infelizmente não, caros e de baixa qualidade e ainda
sofremos com empresas que não se importam com as nossas opiniões e vejo
profissionais trabalhando com produtos escolares.
O que é preciso para um artista ser representado por
uma galeria?
Talvez seja um processo natural se você tem um trabalho
expressivo, e que venha de encontro ao contexto e os anseios que buscam.
Quais são seus planos para o futuro?
Levar luz e alegria, sensações boas mostrar minha cores
para o mundo todo.
Com os agradecimentos a Ivana Schäfer.
Marcio Fonseca,
1943. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Responsável pelos blogs
art&arte marciofo,ocacadordeobjetos.blogspot.com e imagemsemanal
juntamente com Brenda. Professor Adjunto Fac Med UFRJ e médico inativo;
Estudou pintura e história da Arte com Katie van Sherpenberg e Arte
contemporânea com Nelson Leirner http://arteseanp.blogspot.com.br/
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