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Luiz Henrique [Publicitário, Poeta e Artista Plástico Brasileiro]

Luiz Henrique ( Luiz carioca)- Nasceu no Rio de Janeiro em 1979, mais conhecido como Luiz carioca.

Um poeta delinqüente de versos rápidos e afiados, urbano e realista.

Criado na zona norte do rio, aprendi a me  equilibrar entre o bom humor e a dura realidade. Sou desbocado quando preciso e preciso quando escrevo. Não acredito em leis    em verdades absolutas, nem em receitas de felicidade, mas acredito na literatura. Por isso eu escrevo.

Dentre outras atividade, mantém o blog Brechó do carioca e escreve crônicas para o Portal do Cambuí. Acredita que a arte vai salvar o mundo e hoje encontrou na colagem uma nova maneira de se expressar.




Arte Literária: Vídeos, poesias e textos de Luiz Henrique (Luiz Carioca)

Vídeo: Primeiro trabalho de Luiz Henrique.

Crixto (Poema do vídeo)

ganharam a senha do Cristo

pixaram sua cara, de pedra
um tapa na cara de uma sociedade
que não mostra sua outra face, fascista

por mais que se tape os olhos

a pixação surge na cara dura, do Cristo
é o caos assumido, pixado
assinado embaixo

águas passadas

o Cristo já está de cara lavada
seus valores continuam de pé
mesmo que nos custe caro
a cara à tapa

nas costas do Cristo

o pecado come solto
a arte como crime
o crime come a arte, manha
tudo na vida
é uma questão de ganhar a senha

(Luiz Carioca - 2011)





aprender a amar

amar é aprender
amar não é prender
prender é perder
perder a quem  se ama


Pobre

pobre infeliz
queria encontrar a felicidade
no trabalho

pobre diabo
acreditava que deus
estava vendo tudo

pobre alma
pensava tanto na morte
que se esqueceu da vida

pobre coitado
se tornou um homem
sem pai nem mãe

pobre filho da puta
não conheceu o seu pai

pobre menino rico
seu irmão é um filho da puta






O Rio continua indo

Havia quase seis anos que eu não visitava a minha cidade natal, o Rio de Janeiro. Na minha última visita, confesso que voltei um pouco desanimado. Senti que o Rio estava muito diferente e aquele lugar não era mais a minha casa.

Vi um trânsito parado, tumultuado. Vi pessoas mal-humoradas e com pressa. Não encontrava mais conhecidos na rua, não cumprimentava mais ninguém. Voltei cabisbaixo. Eu me sentia como uma criança que saiu de casa e esqueceu o caminho de volta.

Foi então que um amigo me ofereceu hospedagem no Rio. De início, as lembranças da última visita ainda me seguiam, não dei muita bola para o convite. Após diversas mudanças na minha vida, percebi que precisava viajar, arejar a cabeça. Entre os destinos mais acessíveis estava o Rio de Janeiro, um dos mais desejados também. Criei coragem e uni o útil ao agradável. Fiz a mala com a minha família e fui pro Rio.

Chegando lá, fiz questão de mostrar para os meus filhos onde eu nasci e fui criado. Confesso que havia muito de uma curiosidade minha de saber como as coisas estavam lá. Fiquei bobo. Bobo mesmo, de uma felicidade boba. Vi que o lugar onde nasci e fui criado está muito mais bonito, está seguro, está melhor, enfim, convidativo.

Nos dias seguintes, fiquei de guia turístico dos meus filhos. Pai e carioca coruja, ficava feliz de ver o Rio bonito e meus filhos se divertindo no Parque Lage, Palácio do Catete, Copacabana e no Pão de Açúcar. Apresentei a eles tudo que consegui. Paulista filha de carioca, minha esposa é uma antiga conhecida do Rio, em Ipanema, ela era a nossa guia. Foram três dias maravilhosos.

Não sei o que fizeram no Rio. Se foi a Copa, as Olimpíadas ou as duas coisas juntas. Não sei se o sistema está escondendo as suas falhas. Não sei o que será do Rio depois de 2016, se ele está no caminho certo. Só sei que o Rio continua indo, não sei para onde, mas me parece que está mudando para melhor.

A Zona Norte, onde cresci está bonita e valorizada. A Zona Sul, onde ficam as praias, está ainda melhor. Os parques e praças do Rio estão lindos, conservados, cheios de pessoas passeando. O carioca voltou para a rua, está cumprimentando os outros novamente.

Como meu carro tem placa de Campinas, encontrava ajuda e solidariedade em cada esquina. Meu GPS era a camaradagem do carioca. Mesmo morando fora do Rio, hoje eu reencontrei o caminho de casa. Nessa última visita ficou claro para mim que o carioca resgatou sua auto-estima, está de cabeça erguida, afinal, tem muita coisa para se ver, porque o Rio continua lindo.


 

MARIA CÍCERA

Cícera:
no latim, a que planta sementes
no Brasil, sem-terra
sem chances de escapar
teve seus sonhos atropelados
no quilômetro 58
da sua vida

burgueses de passagem
passaram no colo
do coronelado
de couro melado
de sangue
de todo tipo
de toda cor, sangue
que virou moda
costurando nossa boca

burgueses de passagem
com todo seu peso
passaram por cima de Cícera
do corpo
da alma
mas não das sementes
que ela levava nas mãos


VIDA EM TRÂNSITO

Corria
tudo bem
corria calmo
cada passo tranqüilo
corria
conforme
o sinal abria

de repente
a contra mão
contra mim
contra tudo

retorno
retomo
o fôlego
em meio à fumaça
correndo risco
corria arisco
onde buzinas e bueiros proclamam a demência
num caos
anunciado
por um verde
que não brota
nem floresce

corro
morro
como
motor
no trânsito
congelado pela frieza das máquinas que já não fazem
mais versos
morto-
vivo

tirando
fino
do destino
vivi
correndo
feito bala perdida
pedindo colo


A NOTA

Cheguei em casa e ele já veio correndo me receber. Papai, papai. Jogou uma bola pra mim. Brinquei com ele e fomos levando a bola até o quarto. Chegando lá, tirei uma nota do bolso para guardar na carteira. Ele olhou e a quis. Ele queria a nota de qualquer jeito. Talvez porque eu a peguei com tanta apreensão. Essa nota teria que pagar meu almoço e o pão do café da manhã até o final da semana. Ele pediu a nota, e como já estava com um pouco de sono, fez manha. Chorou. Peguei-o no colo, disfarcei e o distrai brincando com ele. Eram apenas táticas paternas para acalmar o choro, mas me senti como se estivesse escondendo algo dele. Me flagrei com vergonha de admitir que aquela era a minha última nota do mês. Pensei comigo, até quando vai ser assim? Essa vida de cão correndo atrás do próprio rabo. Até quando vou agüentar isso? E quando eu não puder mais pegar ele no colo?


PEIXE

Peixe. Foi o que ele falou quando acordou no meio da noite. Estava sonolento. Olhei pro berço, ele se virou pro lado e continuou dormindo. No início achei se tratar de um pesadelo, mas ele estava sorridente. Era um sonho com certeza. Afinal ele é criança. Crianças são feitas de sonhos. Fiquei imaginando se ele teria sonhado com peixes reais igual aos que se vê num aquário ou se era um peixe de desenho animado. Se pudesse escolher, eu sonharia com um desenho animado, eu gostaria mais. Todos dizem que ele é a minha cara. Fico olhando pra ele dormindo. As mãos tão pequeninas, o cabelo tão fino e a pele tão lisinha. Não lembro de mim assim. É triste como embrutecemos com o tempo.




Obra de Luiz Henrique (Luiz Carioca)

LIVRO: "Meu amor vai bem, meu mundo vai mal", o escritor mescla poemas românticos com outros que abordam questões sociais. "O livro é dividido entre poemas românticos, líricos e poemas críticos, ácidos. A ironia está presente na maioria delas", afirma o autor.

Foram dois anos de trabalho e inspiração até chegar neste momento da publicação do livro. "Em 2006 fiz duas oficinas literárias com o jornalista e dramaturgo João Silveiro Trevisan e o psicanalista Cid Pimentel, foi nesse período que surgiu a idéia do livro", explica Carioca. A internet foi escolhida também pela falta de apoio financeiro para a publicação. "Como acredito muito na minha poesia, na arte e principalmente na economia da colaboração, resolvi lançar meu livro para download gratuito." 

Segundo o autor, o fato de não estar publicado como livro impresso não prejudica a leitura. "Como as poesias são curtas e não há necessidade de lê-las em ordem o livro se encaixa bem no formato digital", diz. O livro está disponível gratuitamente no blog do autor, o Brechó do Carioca (Brechocarioca). A capa do livro é de autoria do designer Junior Valler, da produtora de idéias Gabiru Albino, que reúne diversos profissionais de artes e comunicação para incentivar a publicação de novos trabalhos. 

"A internet é a democratização, embora não seja uma mídia de massa e me deixe distante do grande público, acho que é uma via que torna projetos assim viáveis", conclui Carioca.

Além deste livro, Luiz HP. Nascimento prepara outros três títulos, um deles para crianças, que serão publicados em breve. Para o livro infantil, o autor afirma que irá tentar apoio financeiro para a publicação, mas os outros devem permanecer no formato digital.








LIVRO: PREOKUPAÇÃO, esse é o nome do meu próximo livro de poesias. A capa é uma colagem minha feita à mão, em cima da foto do @juniorvaller tirada no Largo do Carmo em Campinas. A estátua é do Bento Quirino.

 













Artes Plásticas (Colagem):Alguns Trabalhos de Luiz Henrique ( Luiz Carioca)

O trabalho de colagem  de Luiz Henrique é feito a mão, utilizando tesoura, cola e estilete.
 
Capitalismo: uma história de amor





















Fonte:

Luiz Henrique
Todos os direitos autorais reservados ao autor.

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