Priscila de Loureiro Coelho - [Poeta Brasileira]

Priscila de Loureiro Coelho:

Nasceu em São Paulo, capital, em dezenove de julho de 1951. Filha do jornalista Stélio Machado Loureiro e da professora de Educação física, Dora Macedo Loureiro. Terceira filha, de um grupo de seis. Teve a felicidade de morar com os avôs, o que veio a contribuir para que tivesse uma infância alegre e propícia à criatividade. Desde cedo se interessava pela arte, música e todo meio de expressão da vida.

Estudou nos colégios Stella Maris e Caetano de Campos, sendo estimulada a dar atenção ao pendor pela escrita. Leitora voraz, logo demonstrava interesse por diversos estilos literários.

Mestra em Filosofia, pela PUC-SP, especialista em estudos e pesquisas sobre o comportamento humano, Pedagoga e Bióloga, trazendo em sua formação acadêmica o mesmo cunho da diversidade, por acreditar que é na multiplicidade que se compõe a unidade das coisas. Foi diretora de escola por 25 anos e leciona para graduação e pós-graduação em diversas universidades. Atua como Consultora na área comportamental.

Cronista e autora de artigos publicados em jornais e internet, é membro da Academia de Letras Jacaryense, ocupando a cadeira 31, tendo como patrono seu pai Stélio Machado Loureiro, jornalista e escritor.

Tem como fonte de lazer as plantas e a música, onde se entretém nas horas disponíveis.

Desencontro

Eu venho, tu vai

Tu chegas, eu vou

Assim vai passando

E o tempo matando

A beleza de um encontro

De alguém a espera

Do amor, que não vem...



E o tempo passando

E a vida cansando

Já vai destruindo

A ilusão que se tem

... E o amor nunca vem...



Um dia cansados

Já nem percebemos

Que não mais queremos

O amor esperado...

E a doce ventura

De um amor venerado

Desfaz-se em ternura

Num tempo passado!



Abraço

É laço

que prende

braço com braço

aproxima...

encurta

o espaço

e anima.



Une forte

como aço

entre os dois corpos

nem cabe um traço...

abrigo

amasso

que tira

o cansaço



É arte

que inspira Picasso

Obra prima

nem sei como faço...

Ah! O abraço

tem ginga

e tem compasso.

Inteiro

ou em pedaço

seja lá como ele for

o abraço

é gostoso

pois é toque de amor



Ah! Sabiá...

Sabiá... Bem o reconheço

Como fiel companheiro

Mesmo passando ligeiro...

Meu dia sabe alegrar

Traz-me lembranças... saudade

Conseguindo me animar

Em sua simplicidade

Tem muito pra me contar...



Teu cantar é poesia

É quase uma oração

Louvando sempre Maria

Sabiá, ó sabiá.

Doce e terna companhia...

Alegra meu coração



Seu destino é a liberdade

Que o motiva a cantar

Sem se importar com a lida

Do cotidiano enfadonho,

Pois seu canto é na verdade

Melodia secular

Que encanta e canta a vida

Colorida no meu sonho

Que com você vai sonhar...


Amar... doce sentir

Olhares, sorrisos

Silêncio, suspiro

Um tanto de dengo

E pouco juízo

Muita alegria

E charme também

É doce a folia

De se ter um bem



O riso vem fácil

Sonoro, gostoso

A boca procura

Um beijo fogoso

A luz da estrela

Na boca do céu

Adoça a vida

Com gosto de mel



Então o desejo

Não deixa por menos

Em fácil lampejo

Conquista o sim

O toque é suave

Mas causa emoção

O efeito nem cabe

Num só coração

Um beijo se perde

Em meio à paixão

E o amor explode

Na doce união.


Inquietação do poeta

“Ser ou não ser...” eis a questão!

Talvez não seja nada disso não

Mais me parece uma alienação

De quem é desprovido de ambição



Ser ou não ser... Importa não.

Desde que haja a chama da paixão

É o bastante ter a intenção

Que simplifica cada decisão...



Ser ou não ser... Há condição?!

Mais me parece imposição

Apenas um mero chavão

Que gera angústia e decepção.



Não posso concordar com o refrão

Que insiste numa falsa indagação

Se não agrada... Causa confusão

Como se fosse a própria solução



Ser ou não ser... É convenção!

Um transgredir por opção

Sórdida e mística ilusão

De quem vive a inquietação...



Ser ou não ser... Que perdição

Uma fria e sombria sugestão

Por si só, já indica negação

Causando apenas insatisfação



Como lamento toda essa confusão

Alegoria vaga de emoção

Ser ou não ser... Importa não.

Pois não é essa a questão!


Priscila de Loureiro Coelho
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