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(JJ)- João Braga Neto - [Poeta Brasileiro]

(JJ)- João Braga Neto é filho de lavradores. Nascido em rancho de pau a pique no sertão de Cianorte - PR, em 1961 e lavrando nos cafezais do estado do Paraná até 1983, licenciou-se em Letras pela FAFIU-Umuarama. Fixou-se no Mato Grosso em 1984 onde, no Amazônia Legal, lecionou por 09 anos.
Foi vereador, 1988-1992. Emancipou o Município de Nova M aringá e foi o primeiro Prefeito a governar este mesmo município no mandato 1993-1996.
Decepcionado com o mundo da política, se isolou como caminhoneiro por uma década e, quando deixou as estrada atuou como jornalista no semanário O Estadão Matogrossense, cobrindo o Médio Norte do Estado.
Agora volta à área pública como Coordenador Educacional do Município que ele criou.
Perspicaz, extrovertido e apaixonado pela poesia, brinca com as palavras e mistura ao mesmo tempo o estilo romântico triste, o crítico social e o humor satírico; numa linguagem acessível a todos os níveis.
Em “Caminhos da Alma” João Braga Neto leva o leitor a percorrer todos os caminhos que ele, em meio século de vida, percorreu na mata, na política e nas estradas, mostrando ao leitor, através dos seus olhos, o que viu de melhor e pior no ser humano.

Sabiá


Você; que cantava na minha janela;
que nem era minha, era d’ela!
Na aurora, atrás do muro,
com a graça e felicidade dos puros;
como eu pensava que fosse ela!
Te ouvindo eu acordava e também cantava.
Em outro mundo, eu assim vivia;
o d’ela!

E eu que o deixava, se viajava; por companhia,
te ouvindo a imaginava quando eu rezava;
pura, dormindo.
Mas desprezando seu cantar puro, ali no muro ,
outro ela escutava nas madrugadas se divertindo,
num jogo espúrio!

E o meu amor
que foi abrigo como os seus galhos, um dia;
era pra ela, como o teu cantar, gratuito e puro.
E o meu cantar, não tão belo como o seu,
mas de alegria,:...Ela traía!

Não eras o meu Sabiá, era o d’ela.
Nem era a minha janela, era a d’ela.
De outro era a cama e d’ele era ela!

É Sabiá; ... você não cantou quando fui embora;
e era uma aurora.
E por muito tempo eu quis saber, se foi respeito,
pela minha dor
ou se pra ele também cantava,
quando eu não estava,
Fostes traidor ?

Acabou meu mundo, Sabiá;
desde então não canto.
Sabia que um dia você viria;
Para ver meu pranto ,
Como veio agora!

Hoje é minha aurora!
Minha cama!
Minha janela!
Também as lágrimas e a solidão,
ainda falta ela !

Às vezes penso se você é aquele Sabiá;
ou se é um outro
e aquele é d’ela ...

Só sei que entre aquele;
esse ou outro,
um dia ela volta.
como você voltou;
porque eu sou d’ela!

Volte Sabiá, lá na janela;
na aurora ou no escuro,
em cima do muro, cante;
conte pra ela!

Alma gêmea

O inferno verdadeiro
é vida que deu errado
existe dentro da mente
da gente
enquanto existe passado.

Como um circulo vicioso
doloroso
e impossível de escapar
sugando pessoas boas,
à toa
sem saber se perdoar.

Você que foi realidade
hoje saudade
alma gêmea amputada
e separada
percorre agora o caminho;
e eu sozinho
para ficar do seu lado,
busco o passado
condenado
ao fogo eterno porque,
se for para ir sozinho
ao paraíso,
meu juízo
pede o inferno com você!


Direito de sonhar

Quando tu fostes embora
terrível hora
esquecestes de tirar
minha memória
única forma
de nunca mais eu lembrar
que já tive um coração
-que nem faz falta-
e era pra você morar!

Até podia
tirar a minha visão
naquele dia
hoje toldada
em olhos cheios de mágoa
-sem serventia-
porque não pode te olhar!

E eu pergunto desde então
nas longas noites de insônia
e que são muitas;
julgastes justo
você tirar,
pro resto da minha vida
-infelizmente comprida-
meu direito de sonhar?


Mais forte que o tempo

Se disserem que te faço
a cada dia um poema
não te importes
não ligue
mesmo que você não leia
creia
eu preciso extravasar.

Perdi você na cama e mesa
e com surpresa
em dia claro ou noite alta,
fez mais falta
perder-te pra conversar.

Se te dizem
que depois de anos ainda choro
te imploro
não te importes
não ligue
procure entender com calma.

Que o meu peito sem você ficou vazio
um leito seco de rio
rio de tristeza
e ao conter a dor e as lágrimas
represou sofrimento
só que têm horas
certos momentos
de jogar águas pra fora
e então chora
quando rompe-se a represa.

Você me disse
que o tempo curava tudo
mas não me iludo
e mesmo que não te importes
não sabe o quanto lamento
o "tudo" ser bem mais forte
que manteve aberto o corte
e foi por certo
muito mais forte que o tempo!!!!!

(JJ)- João Braga Neto
Todos os direitos autorais reservados ao autor.

3 comentários

João Braga Neto disse...

Ô meu patrao seu trabalho esta magnifico e é uma honra estar nessa sua pagina!

Marilândia Marques Rollo disse...

RARAS PÉROLAS POÉTICAS AQUI SE ENCONTRAM.
PARABÉNS AO DAUFEN, AO JJ E A ESSA PLÊIADE DE MARAVILHOSOS POETAS.
BEIJOS.
Marilândia

mochiaro disse...

JJ

Daufen um dia escrevi sobre o amigo e era para você numa época em que a presença se fazia necessária.
No JJ encontrei um amigo vivenciado pela estradas da vida.
Sinto prazer em fazer parte desse grupo nessa Revista de puro valor literário e aprender com que nos sabe ensinar.
um abraço