Carlos Morais dos Santos
Professor Universitário (Aposentado), áreas de economia e administração da Universidade Nova de Lisboa - Portugal;
Pós graduações em vários países europeus (Espanha, França, Belgica, Suiça, Inglaterra, Alemanha), Brasil, e Japão;
Professor Convidado de várias Universidades de Portugal e Brasil;
Consultor de empresas (nacionais e multinacionais) e Instituições públicas e privadas;
Ex-Diretor e Presidente de várias empresas nacionais e multinacionais;
Republicano, democrata, ex-dirigente partidário e activista cívico e cultural;
Escritor, poeta, fotógrafo, com mais de 15 livros (técnicos e literários) publicados e de centenas de poemas, textos e ensaios publicados em jornais e revistas e na internet;
Exposições de fotografia em Portugal e no Brasil;
Conferencista e ensaísta sobre temas económicos, cívicos, políticos, históricos, literários, filosóficos e culturais, com intervenções em congressos, conferências, debates, em Portugal, Espanha, França, Belgica, Inglaterra e Brasil:
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências;
Membro efetivo da Sociedade de Geografia de Lisboa;o
Membro da Sociedade de Língua Portuguesa;
Membro efetivo do IHG/RN - Instituto Histórico Geográfio do RN-Brasil;
Membro do Café Filosófico do RN-Natal - Brasil;
Participante na SPVA-Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN-Brasil;
Membro Honorário da Confraria Cultural Os Amigos da Boa Mesa, de Brasília, DF-Brasil;
Residente em Portugal-Lisboa (6 meses) e em Natal-RN-Brasil (6 meses);
Sou editor/administrador dos seguintes Blogs:
CESSAR - FOGO
Suspenso o ferro, o fogo, a faca
Suspensa a fome, na face já fraca
Suspensa a febre da força da fúria
Suspensa a fala do fraco e do forte
Suspenso o facto, faltoso, a falácia
Ainda fica a ameaça que oprime e trespassa
Ainda restam os restos resolutos da trapaça
Ainda sobram as ruínas ruídas pelos ratos
Ainda fumegam os fogos funestos forjados
Ainda se ouvem os sopros sofridos que suspiram
Ainda se soltam os silvos da situação sem saída
Ainda se ouvem os choros chorados da chacina
Ainda se sente o silêncio das sepulturas sem sorte
Ainda subsiste a sede do sangue sangrando sem sentido?
Mas o fim das finalidades funestas da força forçada
Mas o respeito respeitado pela rota da Paz
Mas o regresso às raízes da razão rasurada
Mas o retorno às relações regradas pela razão
Mas a concórdia da convivência conveniente
Mas a sorte das soluções sólidas e seguras
Mas a coexistência coesa dos cidadãos cansados
Mas a vida vivida com versos rimados de amor
Mas o sol solidário e o sopro da luz da Santa Cidade
Não surge a sorrir e a brilhar na lua do horizonte comum
Porque são outros os caminhos cavados por caras ambições
Porque parece mais forte a força dos fortes feita de egoísmos
Porque a força dos fracos só tem a força falida da franca razão
Porque é mais fácil usar a força formidável que força pela forca
Porque o materialismo maldoso marcha matando a mãe natureza
Porque o paradigma principal do progresso é ter património patente
Porque a ambição do poder podre é o paradoxo do progresso perverso!
Mas porque o princípio primordial é a primazia da paz e o progresso da vida:
Acreditemos ainda que o Direito dará a sua última palavra
Acreditemos ainda que a Justiça julgará com justa certeza
Acreditemos ainda que a Razão reluzirá como luz legítima
Acreditemos ainda que os homens regressarão à humanidade
Acreditemos ainda na volta da vida vivida com plena harmonia
Acreditemos ainda no valor valorizado em versos de amor solidário
Acreditemos ainda na palavra poética dos poetas e no planeta azul !
INCOMUNIDADE
Quero-me em Comunidade
Porque sou comum
Porque sei que gente comum,
Em Comunidade,
Pode criar coisas fora do comum !
Quero-me Comunitário
Porque quero SER
Porque Serei, se Formos
Solidários,
Ou seremos coisa, bicho, se solitários !
Quero-me em Incomunidade
Porque sou incomum
Porque sou Uno, Vários, Diverso, Discordante
Porque procuro
A palavra exacta, o acto justo, o pensamento distante !
Quero-me em INCOMUNIDADE
Porque sou pensamento e acção
Porque quero incomodar-me na comunidade
Porque quero ser Elo numa Cadeia de União
Porque quero encontrar a Luz e ver a Claridade !
A TERRA GRITA
A Terra grita de dor, dolorida
Com feridas abertas nas florestas
e rios agonizando exangues, sem vida
e os ares envenenados com agressões infestas
A Terra grita de dor, sofrida
vendo seus filhos morrendo, em extinção
de milhões de espécies já sem lembrança de vida
e os homens matando e matando-se sem paixão
A Terra grita de dor, muito sentida
com os senhores da guerra sem humanidade
que regem tudo pela ganância desmedida
sufocando a Liberdade, a igualdade, a fraternidade
A Terra grita de dor, já mal ouvida
por tanta indiferença, egoismo e demência
em que a verdade, a razão e o direito à vida
são desprezados cruelmente e sem decência
A Terra grita de dor, ressentida
por não se ter construído a Cidade Ideal
por se ter escarnecido Thomas More e a utopia perdida
e glorificado a razão da força e o poder brutal
A Terra grita de dor, remexida
e chora os seus filhos assassinados
em tantas guerras sujas de crueldade consentida
em nome das mentiras e dos valores atraiçoados
A Terra grita de dor, já doente e enfraquecida
arfando esmagada pelo peso das legiões
que se apressam pelos caminhos de terra exaurida
para saquearem o ouro negro das velhas civilizações
E as poderosas bombas que mataram inocentes
em Hiroshima, Nagasaky e em Saigão
são agora “mais cirúrgicas e decentes”
são”mais livres, democráticas e solução”...
são festejadas pelos Golias e pelos dementes
contra os David transviados sem remissão
e mesmo contra um mundo de descontentes
fala mais alto o ribombar do canhão
E os corações dos homens justos combatentes
pela paz, pela concórdia e pela razão
perdem a esperança e desfalecem já frementes
na utopia humanista de uma nova civilização
em que os Templos e as Obras eminentes
glorificassem a justiça, a fraternidade a união
numa Nova Cidadania mais premente
que com amor universal fosse a Globalização
Carlos Morais dos Santos
In Sossego Intranquilo, Hugin, 2003.
AMAR
Amar, amor, o que é ?
Será o fogo do querer
Constantemente ateado ?
Será a paixão pelo Ser
Por nós imaginado ?
Será a ternura do estar
Sempre a dar e a receber ?
Será uma forma de cultivar
Raízes sempre a crescer ?
Será um jeito de olhar,
Um modo de entender ?
Uma ânsia de procurar
A descoberta do sentir
O corpo e a alma a pulsar
Em emoções sempre a abrir ?
Será toda uma construção
Da cabeça e do coração
Em constante renovação,
Em permanente fusão
Disto tudo em comunhão,
Com contrastes de contradição ?
Uma auto excitação,
Um desejo de união,
Uma utopia com ambição
De alcançar a perfeição ?
Amar, amor, o que é ?
Amar, amor, pode ser:
Eu ter-te sem te ter,
Eu sentir-te sem tu estares,
Eu ver-te sem te ver,
Eu ouvir-te sem falares !
Amor, o que é amar ?
Será isto tudo a fervilhar ?
DEMOCRACIA E LIBERDADE
Diz-se que a democracia
É o regime da Liberdade !
É sempre assim, será verdade ?
Diz-se que quem governa
São do povo representantes.
É o povo quem mais ordena !
Diz-se que sempre o povo
Tem na mão a sua arma,
Invensível, que não desarma:
É o voto da mudança
É o acto da correcção
Do rumo da governação
Que se sensura em liberdade !
É sempre assim, será verdade ?
Diz-se que em democracia
Direitos Humanos são para valer.
Liberdade, Igualdade, Solidariedade
São o norte da política,
São bandeira para erguer
E os desfavorecidos da sorte
Têm toda a proteção
Do nascimento até à morte !
Habitação, saúde e educação,
São Direitos de Constituição.
A razão a justiça e a verdade
São uma Lei de Igualdade !
É sempre assim, Será verdade ?
Há quase três séculos que se construiu
Esse Templo da Utopia
Da Cidade que seria a Ideal !
E será que ao tempo resistiu
Esse farol que a todos guia
Para um um Mundo Fraternal ?
Dizem que a democracia
é o triumfo da Verdade !
É sempre assim, será verdade ?
É que eu ando preocupado
A observar o que nos rodeia
E estou a ficar revoltado
Com tanta coisa que se falseia !
Vejo muita contradição
Em tudo o que está errado.
Vejo “um manicómio em acção
Muito mal frequentado” !
Vivemos nas democracias
uma tal competição
Que até simples alegrias
São motivo de paixão !
Vejo nestas democracias
Tantas formas de exclusão,
Que lembram algumas tiranias
Da República de Platão,
Que avisavam que as demagogias
Eram um perigo uma traição
E nisso tinham razão !
Mas expulsavam minorias
De poetas, de artistas, em perseguição
Temendo que dar asas às fantasias
Fazem pensamentos em ebulição !
E hoje em dia, como estão as democracias ?
Estão já plenas de bondade ?
É sempre assim, será verdade ?
É o povo quem mais ordena ?
Ou a tirania de quem governa ?
Os eleitos para servirem o bem comum
Corrompem-se sem pudor algum !
Enriquecem com desonestidades
E atropelam as liberdades !
Manipulam as opiniões
Para enganarem corações
Com promessas nunca cumpridas
Sobre justas aspirações
Adiadas ou esquecidas !
Decidem contra a Justiça,
o Direito e a Razão
e com todo o despudor
servem-se da governação !
Mas, então a democracia
Não é o regime da Liberdade ?
Não é a melhor via
Para a Justiça e Solidariedade ?
É sempre assim, será verdade ?
Que dizer das democracias
Que ao povo não dão razão ?
E usam de demagogias
Para “fabricarem” opinião !
E deturpam as democracias
Para justificarem a traição
De em vez da Paz fazerem a guerra
Para alimentarem a louca ambição
Dos poderosos da Terra,
Sem amor e compaixão
Pelo povo de que se servem
Como “carne para canhão”,
Matando civis inocentes
Homens, crianças e
mulheres em gestação,
Semeando o ódio e a raiva
Sem a mínima piedade,
Enriquecendo alguns poucos,
Empobrecendo a humanidade,
E sem legítima justificação
Destroem tanta cidade
Que “os operários em construção”
Ergueram em séculos de idade !
E tudo porque exploram a Terra
Com uma economia de guerra,
Depradando o Planeta – Aldeia
Como famintos lobos em alcateia !
Mas então a democracia
Não é um modelo de Solidariedade ?
Não é a mais humana via
Para o progresso em Liberdade ?
Não é a grande utopia
Para uma melhor Humanidade ?
É sempre assim, será verdade ?
É que tenho a interrogação
Que me angustia o coração:
Se a democracia é ciência
Como explicar tanta demência ?
Se a democracia é amor
Como explicar tanta dôr ?
Se a democracia é civilização
Como explicar tanta exclusão ?
É a democracia o reino da Liberdade,
Da Igualdade e da Solidariedade ?
É sempre assim, será verdade ?
Carlos Morais dos Santos
In Sossego Intranquilo,Hugin,2003
MISTÉRIO DE AMAR
Que mistérios para desvendar
Tens no sortilégio do teu ser,
Que estranhos sons em mim a vibrar
Perturbam todo o meu viver
Que excitante sinfonia
É esta que em mim se agita,
Que ode é esta à melancolia
Que amor-hino que já nem grita
Que amor silêncio tu constróis,
Que amar sofrido e tão calado,
Que gozo é este em que tu dois
Em meu corpo aberto e tão fechado
Meu vinho forte e delirante,
Meu doce-amargo mas excitante,
Meu fruto estranho de sabor,
Adivinhei-te num instante,
Entraste em mim mas tão distante
E embriagaste-me dum novo amor
E agora ébrio do teu olhar,
Entontecido com teu falar,
E delirando com o teu corpo
Eu já não sei o que é amar,
Eu já só sinto o meu pulsar,
Estarei vivo ?...ou estarei morto ?
NOITES FERVENTES
É dessas noites mornas e ferventes
É desses momentos “sem tempo nem tamanho”
É dessas vivências tão eloquentes
Que eu te reinvento e mais te retenho
E nas noites em que te sinto a vibrar
Há um espaço belo em ti entreaberto
Onde meu corpo a ferver, a escaldar,
Se alonga, te procura e, enfim, te penetro
Carlos Morais dos SantosTodos os Direitos Autorais Reservados ao Autor.
3 comentários
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Prezado poeta
Carlos Morais dos Santos
Fazendo parte recentemente da Revista Biografia tive a satisfação de correr em seus escritos e dentre eles o tema Democracia e Liberdade.
Quero agradecer a forma como apresentaste numa narração pura e verdadeira, ao fazer a pergunta: É SEMPRE ASSIM, SERÁ VERDADE?
Em um país como o Brasil fruto de uma descoberta de um de nossos irmãos á décadas e que hoje ocupa uma área respeitosa dentro da América Latina, não esta tendo a felicidade de ser um Grande País, aspirado por todos nós.
Tens melhor, até conhecimento de nosso povo, e pode presenciar o quanto há de diferenciação entre grupos, estados, cidade e população.
O que deveria ser uma junção, vemos entre aspas uma disputa entre o chamado Melhor, mas Bonito etc, tal como se cada Estado fosse outro país fronteiriço em “luta”.
O povo em geral não tem uma cultura por uma falta de programas governamentais sérios na área da educação; na formação de bons profissionais.
O campo de pesquisa sequer atende a necessidade primarias.
Seu texto é de excelente desenvoltura o que nos favorece a analisar em detalhes nas linhas o que muito de experiência o caro poeta tem a nos ofertar.
Sou formado em Engenharia e o que poderia ver hoje em Educação forte na formação de novos engenheiros e até em outras áreas, apoiados por órgãos governamentais, se traduz numa comercialização, ou seja, o Comércio do Ensino e diplomas rodados sem lastro cultural.
O que se vê é um curso superior em término agregando outros cursos em complementação, de custo particular por formandos, não para se ter uma atualização da teoria e sim para uma revisão ou até conhecimento do que deveria ter sido ensinado dentro das salas de aula de forma mais atualizada e real.
Sua pergunta nos é valida e lhe digo:
Democracia? Será que temos
Liberdade... O que será?
Será que nas letras do Hino Nacional Brasileiro esse país irmão
GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA
Ficará...
DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO,
AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO
Obrigado por suas palavras nesse belo texto.
Parabéns!
Atenciosamente
mochiaro
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