Sponsor

AD BANNER

Últimas Postagens

Edu Arruda Neto [Escritor e poeta Brasileiro]

Edu Arruda Neto - Administrador, gestor educacional, escritor, poeta, pai e marido dedicado.

Dois livros publicados, “Ariadne”(editora Consultor) e “Flores na Janela” (editora KCM), e alguns textos perdidos vida afora em coletâneas, jornais  e sites amigos.

Apesar de ter conseguido emplacar alguns trabalhos, Neto garante que não tem ilusão de ficar famoso. "Gosto de escrever, gosto de divulgar poesia, não só a minha mas de todo mundo. Acho que quanto mais gente nós pudermos trazer melhor", enfatiza.

Cuiabano que morou em São Paulo e nos Estados Unidos, o escritor tem poemas publicados em coletâneas estrangeiras .

O escritor ganhou um concurso em 2001, de um site americano e teve a poesia publicada numa coletânea. No ano passado, Borksyte mandou uma poesia dele para um editor na Inglaterra, que gostou e publicou numa outra coletânea.



Ele estudou literatura americana e inglesa nos Estados Unidos entre 95 e 96 e isso ajudou a divulgar alguns trabalhos.

O autor revela que desde pequeno lê e escreve poesia. E sempre sobre esse mesmo tema. Porém, diz que é uma pessoa muito crítica com o que escreve. Nesse ínterim, foi amadurecendo e escrevendo um pouco de prosa também.
Garante que se sente mais à vontade escrevendo poesia, tanto que ela influencia o resto. "A minha prosa é uma prosa poética", observa. Uma paixão despertada por escritores/poetas que admira há muito e que o inspiraram bastante.

No Brasil, gosta muito de um poeta chamado José Guilherme de Araújo Jorge. "Era um poeta dos anos 60 e 70. É um cara do Acre que ficou muito famoso. O que eu escrevo tem muito dele", salienta. Neto gosta também de Vinícius de Moraes, de Carlos Drummond e de outros menos conhecidos como Alphonsus de Guimaraens (pseudônimo do mineiro Afonso de Guimarães) - o livro tem um poema em homenagem a ele. O autor diz que se identifica bastante também com poetas estrangeiros como Robert Frost, Auden, Plath, Yeats e outros.

O fato de escrever um livro basicamente de poesia num país que não tem o hábito de ler esse tipo de texto não o assusta . Ele acha inclusive que faltam autores novos e isso pode ajudar. Segundo o autor, nos últimos 20 anos não apareceram poetas que se tornaram muito conhecidos. Hoje os mais conhecidos publicam três mil exemplares no máximo, em média fazem de mil a 1.500 exemplares. "É bastante complicado, mas não é por isso que a gente vai deixar de publicar", declara. 

Neto tem dois livros publicados o  primeiro "Ariadne" que foi lançado meio que por acaso. Não havia completado 20 anos de idade e se considerava muito novo para isso. Não foi o que achou o acadêmico Arnaldo Niskier, que recebeu uma cópia do livro das mãos de seu pai, gostou e resolveu publicar.





O seu segundo livro,"Flores na Janela" teve o incentivo do professor William Borksyte, do Wagner College, de Staten Island, que fez o prefácio . 

Flores na Janela é uma mostra dos dois, tem uma parte de prosa e outra de poesia. São mais de cem poemas e mais uns 20 textos em prosa sobre o amor.

Desde que voltou dos EUA vem desenvolvendo um blog onde publica seus textos e as pessoas dão opinião. É, na verdade, um grande fórum. Onde se pode discutir, por exemplo, que a poesia não precisa ser algo restritivo. "Vejo muito, o pessoal que está começando tem muita preocupação de seguir a regra, fazer aquela coisa rimadinha. Você está aberto, faz o que quiser. Tem muita gente que tem medo se mostrar por causa disso. E é só mostrando que você vai amadurecendo", opina.






Autor: Edu Arruda Neto

Página(s): 183
Formato: 15,5 x 22,0
Acabamento: Lombada Quadrada
Orelha: Não
Identificador: I
Número: 85-89074-36-6 







Resenha: 

Flores na Janela é um livro com um só assunto: Amor. Este livro não tem a pretensão de ensinar o caminho‚ o segredo ou a fórmula mágica‚ mas pode se constituir em uma boa parada para a reflexão sobre nossos próprios sentimentos.



E quando a paisagem se misturava ao cotidiano,

Fechando os olhos à beleza do indizível, do sol em seus primeiros raios,
Da folha seca caída no chão no inverno, das marolas que não param de
rebentar à praia, mas nem por isso deixam de ser únicas, raras.;
Quando a rotina me acostumava ao que via pela vidraça de meu quarto,
Não atentando nem às gotas de chuva que a embaçavam e escorriam
Em minhas horas de solidão.;
Quando a esperança se dirigia às portas da realidade e me fazia parar de perguntar:
“Para quê?”.;
Quando até a lua se curvava à minha omissão,
Ocultando seu brilho,
Cerrando minha volúpia de outrora.;
Quando as pequenas coisas se tornavam realmente pequenas,
Comuns, tolas até, e não mais
Singulares, misteriosas, desafiadoras...
Colocaste flores na janela de minha vida, menina,
Puseste alma em meu coração.
E isso fez toda a diferença.



Artigo 

Amores Extremos


Paixões nos levam a extremos, mas umas poucas ultrapassam o limite. Tatuam na mente a idéia de que amar requer retribuição proporcional à paixão que se entrega, e não há forma de se encontrar equilíbrio no excesso. Falta de amor-próprio, ciúme, medo, angústia, experiências anteriores traumáticas, descrença ou preconceitos, não importam os motivos. Em verdade muitas vezes não há uma razão plausível. Alguém chega e acende o nosso interruptor de sentimentos desenfreados e nos pegamos cometendo os mesmos erros que criticávamos em todas as pessoas ao redor. 

O amor de extremos nunca é bom. Asfixia aos poucos, vai matando seu objeto na desenfreada procura por algo que o contrarie, que o coloque na loucura, o que sempre acontece pela visão distorcida que os extremistas têm do sentimento que carregam. É um amor sem metáforas porque o exagero faz parte de seu cotidiano, que ensandece. Há um tênue momento em que acordam em meio ao dilúvio pra perceber o quão arbitrários estão sendo ao julgar o que inexiste, ou que tem formas apenas na mente poluída. Aqueles que acordam têm a chance de cessar, de reavaliar antes do pecado, que, como trair, sempre há um momento em que se pode optar por não cometer o engano, sempre há o momento em que a consciência diz: "Eu posso - e vou - parar por aqui, porque sei que não terei controle sobre o passo adiante".

Nem todos têm amores extremos ao longo da existência, mas aqueles que sobreviveram a um não esquecem das lições, mesmo as aprendidas à força, já que a dor faz-se comum a todos. Um amor de extremos raramente termina bem, e se ambos sobrevivem com sua esperança de antes, a vitória está consumada, não importa se as crenças e todo o resto tenha se esvaído em meio ao processo. Não bastasse a falta de controle, sequer percebemos quando adentramos no redemoinho. Os sinais somem à margem de argumentos e justificativas que inventamos pra nossos próprios atos e pensamentos, e pior, acreditamos nesse mundo de ilusão criado por nosso medo da realidade. Mesmo depois, ao analisar friamente os fragmentos espalhados - como se algum dia eles esfriassem - não percebemos o que, de fato, nos levou àquele instante de prostração final, de reverência a alguém que não deveria estar no controle tampouco num altar, que seres-humanos sempre despencam dos altares que os colocamos. Ao final de tudo fica o alívio pela sobrevivência, por saber que podemos voltar a construir um universo paralelo de esperança que dará um horizonte ao outro, ao real, àquele que nos invade o quarto pela janela aberta com o calor duma manhã sem nuvens.Fica, sempre, o medo de que esse amor dê as caras novamente, ou pior, que um novo amor tão avassalador apareça e rebobine todo o filme em nossa existência.

Amores extremos não são almas-gêmeas porque não completam, destroem. Levam a atos tresloucados mas seus protagonistas não são loucos, apenas desmedidos. Algum tempo após seu ocaso vem a fatídica revisão do comportamento da véspera, e o lucro aparece pelo fato de terem apenas mantido a dignidade. O saldo? Após o tempo varrer a poeira e um pouco de consciência respirar, ficam as lições de amargura, destempero, sonhos caídos e esperanças multiplicadas. A certeza, mesmo que tardia, de que amores extremos não nasceram pra durar. Após termos sobrevivido não há nada mais gostoso e recompensador que um amor calmo, tranqüilo, retribuído e feliz em sua simplicidade. Que esse últimos também arrefecem a alma, também esquentam o coração e os pés descalços sob a colcha nos dias frios de inverno. Mas quem quer saber hoje em dia duma felicidade que perdura num mundo que admira a depressão? Bom, eu quero, e acho que alguns de vocês também.



Conto


Enquanto Cai a Chuva...


Enquanto cai a chuva em tardes como esta, fragmentadas gotículas a descer pela janela, caem por terra também muitas de minhas máscaras. É como se nascesse uma outra pessoa que eu próprio desconhecia, distante dos dogmas que aprendi a crer e respeitar mais pelo fato de há muito existirem do que pelo que realmente representam. Cada gota como essa que escorre agora entre meus dedos leva um pouco de sujeira e pó da minha alma, como que lubrificando-a a tanto que ainda há por fazer. Vão-se as decepções, os desentendimentos, diluídos nessa água que penetra o chão mais duro e depois desaparece.

Surge então o inesperado, a descoberta das pequenas coisas, a beleza das pessoas que a aparência esconde, a magnitude do primeiro raio de sol depois da chuva, a visão dessa pequena flor à minha frente que tanto se aproxima do meu conceito de paraíso...

Novas faces se incorporam à minha observação, e atento ao que nunca considerei, desprezava até.A hora do cântico chegou, e não tardo a escolher aquela música que nunca tive tempo pra escutar com atenção; Olho as pessoas à minha volta, e me assusto com sua simplicidade. Saio em disparada ao gramado e de súbito passo a ter um caminhar bem lento, aproveitando o efeito desse mágica que me envolve nesses instantes.

Cessa então a chuva, mas continuo por instantes absorto em minhas divagações. Eclodem os raios de sol que logo dão vazão à lua, e me pergunto se não são tão bonitos e valiosos como a chuva que passara. Ou talvez a beleza sempre esteve neles, e minha atenção somente os percebia fragmentados em acontecimentos isolados da Natureza. Sim, tudo realmente estivera lá o tempo todo, como aquelas respostas que passamos, às vezes, toda uma existência a procurar. Sou tomado de súbito pela constatação de que nos momentos em que mais preciso dessa chuva ela não vem, quando minha solidão mais se ampara na imagem da lua ela se esconde entre nuvens, quando o trabalho me escurece os olhos à visão das pequenas coisas elas insistem em continuar pequenas à minha percepção. E penso em como tudo seria diferente se todos fizessem dessas gotas de chuva de agora um painel de vida para toda uma existência.




Contato:

eduarrudaneto(Google Talk)
eduarrudaneto(Twitter)
eduneto30(Windows Live Messenger)
http://facebook.com/edu.arrudaneto


Fonte:

Diário de Cuiabá

Edu Arruda Neto
Todos os  direitos autorais reservados ao autor.

Nenhum comentário