Publicando
um livro de forma independente!
Publicar livros de
forma independente talvez, seja a melhor alternativa para autores iniciantes e,
também, para autores que estão no mercado, mas não possuem “expressividade
comercial”. A grande vantagem do autor independente é o total controle de gastos e, principalmente, das vendas. O autor se torno o gestor e o empresário de sua publicação.
Mas antes de publicar um
livro e escolher a forma de publicação, o autor tem que ter claro o que ele
pretende com esse livro, quais são seus objetivos e metas, pois, sejam quais
forem, despendera recursos financeiros ou, se não, outros recursos como tempo e
dedicação. Não adianta escrever um primeiro livro ignorando esses fatores e
achar que vai deixar Dan Brown ou Jostein Gaarder no chinelo,
sinto muito desapontá-los, mas isso não vai acontecer. Antes de se tornar um autor
que publica na mídia impressa, o escritor tem que ser realista e estar consciente
das possibilidades positivas e negativas.
Quando
o autor publica sempre é por dois motivos, no máximo três: Ele publica para
realizar um sonho; ele publica para realizar um investimento ou, numa terceira
hipótese e mais provável, ele publica reunindo os dois motivos, sonho e
investimento. Pretende fazer com que o sonho seja capaz de render-lhe outros novos
sonhos.
Se
objetivo do autor é realizar um sonho e tornar palpável, numa edição bonita e
encadernada em capa dura, com o título em alto relevo, àquela coleção de
rascunhos e cadernos de trezentos e sessenta páginas que ele escreveu durante
toda a juventude ou toda uma vida, sonhando ver impressos em papel especial,
com algumas gravuras coloridas, é melhor estar ciente que uma publicação assim
custa muito caro e como eu disse num outro artigo, “sonhos custam sempre mais do que aquilo que dispomos para realizá-lo”,
por isso são chamados sonhos. Sempre exigem adereços, detalhes e minúcias. Publicações assim são para serem presenteadas
a parentes e amigos, para servir como registro de uma vida. A menos que o
conteúdo seja estupendo e faça inveja a Shakespeare, a obra não terá viabilidade
comercial. Se conseguir vender alguns exemplares, será para amigos caridosos.
Se o
objetivo do autor é que esse livro seja um investimento que trará retorno, aí
ele tem que estar “antenado” e a primeira coisa é desenvolver a autocrítica. Ele
deve ser capaz de reler o livro como se não fosse o dono das palavras e no
final da leitura se perguntar: “Eu compraria esse livro?”. Se ficar na dúvida,
envie para alguns amigos que gostem de ler e podem avaliar de forma sincera
emitindo suas reais opiniões. Dependendo das respostas, siga em frente. Se a
resposta for positiva, veja o que tem disponível para custeá-lo. Se o que tiver
lhe permite comprar, apenas alguns litros de álcool, empreste um mimeógrafo em
algum museu e siga em frente, acredite no seu trabalho! Se a resposta for
negativa, pense duas vezes antes de investir.
Se o
objetivo é realizar um sonho e fazer com que ele lhe proporcione a realização
de novos sonhos, o mimeógrafo, embora útil, não suprirá as expectativas que
possui (ninguém quer sonhos panfletados), mas o caminho é o mesmo de quem está investindo,
também há se ter o exercício de autocrítica e uma análise muito maior de todas
as possibilidades. Há que se cuidar para que seu sonho não se transforme num
pesadelo e o seu investimento, como diria um marroquino, “não seja jogado no
vento”.
Mas
vamos a questão prática da publicação. Para isso, vamos imaginar que o livro é
um investimento “viável” comercialmente, que esse investimento é de um autor
iniciante, que esse recurso investido é limitado e que o gênero literário a ser publicado é a
poesia...enfim, o perfil da imensa maioria dos autores anônimos que se
encontram perdidos entre megas e gigabytes dessa rede virtual. Poderia ser
outro gênero, mas a poesia é algo mais difícil de vender e, se o método
funcionar para poesia, irá funcionar para qualquer outro gênero.
Na
publicação independente muitas questões tem que ser pensadas antes de iniciar o
processo. Não importa de onde o recurso veio, se é fruto de um projeto aprovado
por uma instituição, seja ela pública ou privada, se é fruto de um empréstimo
consignado ou se é de uns “troquinhos” guardados nas Ilhas Cayman ou, ainda, de
um porquinho super rechonchudo que brilhava na estante. O importante é que o
recurso está disponível e a tua missão é fazê-lo render, aplicando em algo que
a única pessoa responsável pelo gasto e pelo lucro é você. Isso para não dizer
que a única pessoa que está acreditando piamente que dará certo, é você.
Se o
recurso vier de um projeto, muito provavelmente terá que prestar contas, então deve
aprender a fazer prestações de contas ou precisará do serviço de terceiros para
fazer isso. Se for de um empréstimo
consignado, já está devendo o livro todo antes de ir para as “prensas”, então,
é bom ter certeza de que, pelo menos, conseguirá recuperar o recurso investido.
Se for das Ilhas Cayman, cuidado com a receita...!Risos. Se for do porquinho rechonchudo, um pouco
melhor, afinal não terá tanta pressão para obter resultado.
Mas
apesar da importância, o recurso financeiro representa apenas a metade do se que
precisa para conseguir êxitos numa publicação assim. A outra metade é trabalho,
pesquisa, conhecimento e contatos.
Para
não ficar confuso esse artigo vamos dividi-lo em quatro tópicos:
1-
A elaboração e diagramação do miolo livro;
2- A elaboração da capa do livro;
3- A pesquisa de gráficas e editoras para a impressão;
4- A divulgação e venda do livro.
A ordem
dos tópicos, embora tenha sido ordenada propositadamente nessa sequência para
que leitor tenha uma compreensão linear e coesa do processo de edição, é aconselhável,
depois que se entenda todo o processo de editoração e fazer primeiramente a
pesquisa de gráficas e editoras para a impressão. Algumas editoras seguem
alguns padrões de layout de livros e tipos de fontes e, essas, são informações
que serão usadas durante a formatação do livro.
Vamos,
então, as questões mais técnicas da publicação.
1- A elaboração e diagramação do miolo do livro
Se está
publicando é porque o material tem conteúdo que vale a pena ser publicado e o autor
não quer colocar esse conteúdo de qualquer forma no papel. Sabe que, além de
estar realizando um sonho (sonhos são bonitos), também estará realizando um
investimento e todo comprador gosta de produtos atrativos e que chamem a
atenção e com um livro de um de um autor iniciante, não é diferente, pelo contrário, precisa-se inda mais de evidência. A qualidade
estética, na venda, é fundamental, pois ela é o primeiro elemento que chamará à
atenção para o livro. O comprador ainda não conhece o conteúdo.
Para
conseguir um bom resultado e ter uma noção de como vai ficar o “material”, é
bom pesquisar e visitar livrarias. Para quem é amante de livros, livrarias, com
aquele “punhado” de livros novinhos, reluzindo nas prateleiras, é um paraíso, ele
fica sem saber qual pegar primeiro. Mas controle sua ansiedade e folheie
aqueles que, esteticamente, chamaram a atenção. Quase todos têm informações
sobre a edição no rodapé da última página, dados como tipo de papel e a gramatura
utilizada.
Depois
de ter criado a imagem virtual do livro
na imaginação e saber, exatamente, o resultado final que quer, é hora de por a
mão na massa, transformar todos aqueles rascunhos, amarelados e rabiscados numa
obra apresentável. Em um livro o mais importante para avaliar um autor, é o miolo, não poderia ser
diferente. Desde a digitação do conteúdo, até a conversão do arquivo em PDF, há
uma sequência de ações que exigem atenção. Se o autor está publicando de forma
independente, é ele o único responsável pela configuração final do livro, por
aquilo que será apresentado depois de impresso. No miolo do livro, o autor verá
além da digitação, a correção ortográfica, os elementos que irão compor o
livro, alguns anexos e a diagramação do layout.
Depois
de digitado é o momento de fazer a correção ortográfica. Um detalhe inaceitável
em um livro são erros ortográficos. Erro de digitação é uma coisa e se percebe
que foi erro de digitação, embora fique feio, passa sem que isso denigra a imagem do
autor. Utilizar uma gramática simples mas correta, também não denigre em nada,
a obra continuará bonita, mas escrever errado e editar o livro com esses erros
é imperdoável. É como criar um ambiente de alta cozinha francesa e servir
abóbora madura, cozida sem tempero.
Quando
o livro possui termos regionalistas, culturais, expressões idiomáticas, os dizeres
comuns do falar cotidiano, tudo bem, mas é preciso sapiência para fazer isso, é
preciso saber que está fazendo aquilo de forma correta. Guimarães Rosa não é
Guimarães Rosa gratuitamente e seu vocabulário não era de um jagunço sertanejo.
Não há nada mais ridículo do que perceber que está se forçando o vocabulário ou
o regionalismo. Para perceber isso basta ir numa festa junina qualquer e
observar alguns diálogos... são terríveis!
Não
estou dizendo com isso que o autor é obrigado a escrever corretamente, mesmo
porque existem autores com ideias, enredos e roteiros magníficos, que não
conseguem transpor para o papel na forma ortográfica correta. O que estou
dizendo é que é necessário, sempre, fazer a correção ortográfica e, isso, qualquer
um que saiba as normas da Língua Portuguesa pode fazer. Existem profissionais
que trabalham somente com isso, cobram, mas fazem. Se você tem certa segurança
com relação às normas e ortografia da complexa Língua Portuguesa e acredita que
não precisa pagar um profissional, tudo bem, mas envie seu livro para três ou
quatro amigos de confiança, que possuem algum conhecimento da Língua, para que
leiam e apontem os possíveis erros. Irá se sentir mais seguro e confiante. Para
alegrar os amigos, cite-os nos agradecimentos ou pague em cerveja...rs.
Nesse
parágrafo, vamos focar na diagramação do miolo do livro. Diagramar um livro para mandar para edição, nada
mais é do que definir o layout da página de um arquivo word (margens,
orientação, tamanho, colunas) e distribuir o conteúdo do livro definindo
espaçamentos, cores, tipo e tamanho de fontes, cabeçalhos, rodapés e paginação.
Claro, nesse arquivo, além do conteúdo do livro, fará parte do corpo, outros
elementos como: índice, prefácio, agradecimento, dedicatória, página onde ficam
o ISBN e catalogação, biografia e a folha de rosto (não necessariamente nessa
ordem). Se o autor quiser incluir mais algum elemento, o livro é dele, fica a
vontade, mas cuidado com exageros, além de deixar feio, aumenta o custo. Existem
profissionais que fazem a diagramação, mas cá para nós, autores iniciantes e
desprovidos de contas bancárias polpudas, trabalhar num arquivo word é
facílimo, é simples, faça um cursinho de duas horas que você aprenderá. Se não
conseguir, peça para um amigo, para o filho adolescente, para qualquer um que
saiba e esteja disposto a organizar para você. Se não conseguir deve pagar um
profissional.
Terminado
a diagramação salve o arquivo, converta em formato PDF e guarde os dois para
enviar para gráfica ou editora onde irá imprimir.
A diagramação
para um arquivo a ser impresso ou para um arquivo que irá ser publicado on
line, obedece ao mesmo processo e utiliza-se as mesmas ferramentas. Um detalhe,
que embora não seja uma regra, mas deve ser observado sempre é a de nunca
deixar páginas em branco. Na leitura digital, em sites que alugam e-books, a
presença de uma página em branco pode confundir o leitor menos atento e levá-lo
a pensar que chegou ao final da obra ou que houve problemas na visualização da
página. Esses sites, geralmente, pedem que, se não for possível o texto, que
seja colocado um logotipo ou uma imagem.
De
qualquer forma, ficam duas dicas: Aprenda a trabalhar com Word, você vai
agilizar e baratear o teu trabalho e estará pronto para diagramar a tua
sequência de best-sellers que surgirão pela frente. A segunda dica é pesquisar.
Abra algum livro que está na sua estante e veja quais os elementos que ele
possui, observe como foi feito, o seu não vai ser muito diferente.
2 -Elaboração da capa do livro.
A capa
de um livro é um detalhe muito importante. É difícil resistir a uma capa bonita
e bem elaborada. Se estiver ao seu alcance, com certeza alguém acabará pegando e
folheando o livro. Capas feias e mal elaboradas, sem valor estético, escondem o
livro. Mesmo que o conteúdo revele o segredo de quem veio primeiro, “se o ovo
ou a galinha”, ele ficará quietinho e intocável na prateleira e, com certeza,
esse não é o objetivo de um livro. É preciso lembrar-se que o nosso contato primeiro e direto com o livro, é o olhar... Se ele se faz invisível, vamos ver o
quê?
O
primeiro item a se observar numa capa é qual imagem vai usar. Nunca use uma
imagem sem ter o direito autoral dela ou a permissão do autor para que você a
use. Mesmo porque você não gostaria que alguém publicasse um texto seu e não
lhe desse os créditos ou que lhe desse os créditos, mas não te comunicasse.
Imagina uma situação em que você sendo um corintiano fanático, tivesse um texto
seu numa antologia que fizesse apologia a torcida palmeirense, sem a sua
autorização e ainda com seu nome lá. Se você não se suicidar os seus amigos
corintianos te matarão... risos. Então, muito cuidado em escolher uma imagem,
não é porque ela está no Google que não tem dono, se está lá é porque alguém
fez. Se você ignorar isso, pode sofrer um processo e pagar uma bela indenização
por utilizar material de outro sem a devida autorização. Se tiver uma imagem que
gostou, busque o autor, peça! A imensa maioria ficaria feliz em ter um trabalho
publicado como capa de livro. Não se esqueça de pedir essa autorização por
escrito e devidamente assinada (mesmo que seja de um amigo), inclusive lhe permitindo
a fazer modificações.
Tendo a
imagem em mãos o autor irá fazer as alterações que quiser. Se não tiver
alterações, mesmo assim irá incrementar detalhes, elementos... irá trabalhar
com ela. Se não conseguiu os direitos autorais da imagem ou nenhuma lhe agradou,
use sua criatividade, crie uma. Tire uma fotografia de algo que acredita ser
uma bela capa e use, ela é sua. Você também pode utilizar um programa gráfico qualquer
para fazê-la, depende de tua capacidade criativa. Existem, ainda, as imagens de
domínio público que o autor pode utilizar, mas essas já são muito manjadas
e você quer um trabalho único que faça o diferencial.
Vários
softwares lhe permitirão elaborar uma bela capa. São programas que lhe
propiciam trabalhar com imagens: recortar, mudar tonalidades, inserir textos,
sobrepor outras imagens, mudar padrões de cor, enfim...sua mente e seu bom
gosto é seu guia quando se está a utilizar uma ferramenta assim. Os mais
conhecidos e que eu mais gosto são o Photoshop, o Corel Draw e o Corel Paint Shop Pro, pois
oferecem inúmeras possibilidades.
Porém, o
arquivo com a capa a ser mandado para gráfica ou editora, possui a extensão
.cdr, ou seja, a capa tem que ser montada num programa denominado Corel Draw. O
Corel Draw é o que chamam de “aplicativo
intuitivo para desenho vetorial bidimensional, criado para atender necessidades
de profissionais do setor gráfico”. Eu sei, a descrição é um pouco confusa, para
quem não trabalha com isso. Mas o bicho não é tão feio quanto a propaganda. Não
vou me ater aqui a muitos detalhes técnicos desse programa, sugiro apenas que os
autores que se enquadram no perfil desse artigo, que busquem aprender a
trabalhar com essas ferramentas, elas não são complicadas e permitirão que
elaborem uma infinidade de outros trabalhos.
Se o
autor é capaz de elaborar sua própria capa, não deve esquecer que ela é
composta de quatro elementos principais: capa; quarta capa; lombada e orelhas. Tudo
isso é organizado no Corel. As imagens podem ser elaboradas num outro programa gráfico e
exportado (colado) no Corel. A lombada é definida de acordo com a gramatura
(espessura) do papel. No site da Suzano Papel existe um aplicativo livre que
você pode utilizar para defini-la. É só dizer o tipo de papel que vai ser
utilizado no miolo do livro, a espessura (normalmente quando você diz o tipo de
papel, automaticamente o aplicativo já lhe fornece a espessura), que o
aplicativo lhe dará a altura da lombada em milímetros.
Outro
detalhe importante da capa, além da imagem, é o título do livro. Algumas
editoras exigem e isso serve, também, como dica para o autor independente, “os
títulos devem ser capazes de ser lidos a 4 metros de distância”, isso
significa que as fontes sempre terão que ter um tamanho grande e que o fundo (a
imagem) deve sempre contrastar com a cor da fonte utilizada.
Existe outro
detalhe técnico que o autor irá entender quando estiver elaborando a capa, é relativo ao padrão de cores. Existem dois padrões básicos de cores: o
padrão RGB e o padrão CYMK. Toda imagem que é feita para ser utilizada em meios
virtuais como sites, blogs, celulares... etc, são salvas em padrão RGB. Toda
imagem que é feita para ser impressa, tem que ser salva em padrão CYMK, então
não importa se a capa é uma fotografia ou possuir apenas uma cor, ela tem que
ser salva como imagem padrão CMYK... mas isso você só assimila trabalhando no
programa.
A diagramação
de uma capa para ser publicada em formato on line, obedece ao mesmo processo e são
utilizadas as mesmas ferramentas para elaborá-la. Porém, elementos da capa como
lombada e orelhas, em alguns sites, são ausentes. Outro detalhe que nunca pode ser esquecido, é o padrão de cor.
Se a capa é exclusiva para publicação on – line, o padrão de cor a ser salvo é
em RGB.
Se o
autor achar que não tem segurança para elaborar sua própria capa, contrate um
profissional, existem inúmeros que realizam trabalhos ótimos, os preços também
variam, depende da assinatura... da grife...risos.
3 - A pesquisa de gráficas e
editoras para a impressão
Quando se
está financiando a publicação do próprio livro, o autor está ciente de que todo
gasto financeiro, exige uma parcela do recurso que se tem disponível e tudo tem
que ser muito bem contabilizado, principalmente quando o recurso disponível é
oriundo de algum projeto em que a prestação de contas é obrigatória.
Há um
leque muito grande de opções para impressão de livros. Existem desde as
gráficas de fundo de quintal á editoras moderníssimas. Antes de optar onde
imprimir seu material, o autor precisa verificar, além do custo da impressão, outras
informações sobre a empresa e os serviços que oferece:
- A qualidade final do
trabalho;
- A idoneidade da
empresa;
- Ter referências
quanto ao prazo de entrega do material solicitado;
- Pesquisar quais serviços
que ela oferece. Serviços como registro, catalogação e a forma de entrega do
material (a entrega do material a princípio não parece tão relevante, mas
imprimir mil livros, por exemplo, que pesam 300 gramas cada um, são mais de 300
quilos para serem enviados via correio ou transportadora, isso não é barato!);
- Ver se oferecem
brindes como marcadores de páginas, convites para lançamento ou outros.
As
gráficas, principalmente as pequenas, não oferecem serviços de registro e catalogação
da obra. Embora o valor de registro seja irrisório, ele tem que ser conseguido
junto a Biblioteca Nacional e demora um determinado tempo para conseguir, sem
falar que a Biblioteca Nacional é no RJ e nem todas as capitais possui um
“escritório” catalogado junto a Biblioteca para fazer esse serviço. Parece-me,
mas não afirmo com certeza, que há um link no site da Biblioteca Nacional que permite o autor fazer esse registro via on
line. Mas, registro de obras e direitos autorais, é um tema que merece um artigo
específico.
Uma das
melhores opções para autores com produção independente são as editoras
prestadoras de serviço. Em geral, além da boa qualidade do trabalho de
impressão, elas oferecem todos os serviços, inclusive os serviços de editoração
(diagramação, elaboração de capa, correção ortográfica...etc.), claro, cobram
um preço por esses serviços. Aquelas que não oferecem, sempre indicam
profissionais na área que são capazes de fazer e o autor faz a negociação de
valores com o próprio profissional. Mas o mais interessante é que elas aceitam
os arquivos já prontos (se o autor conseguir editorar seu livro, diminuirá
o custo final), prestam os serviços que autor não conseguiu fazer e, no “pacote”,
calculam, aumentam, diminuem de acordo com os serviços que foram prestados. Outra
coisa interessante é que, sendo a publicação independente, é o autor que está
pagando por todos os serviços e o livro não precisará levar selo algum e, nessa
condição, é possível negociar com a editora a presença do selo dela na capa,
conseguindo com isso algum desconto.
Mas o
fundamental para escolher onde imprimir é o valor da impressão por unidade e,
acreditem, varia muito de editora para editora e de Estado para Estado.
Na
minha experiência com alguns orçamentos, já observei diferenças que
ultrapassavam 100% do valor total. Fiz o processo de editoração do livro de um
amigo e quando fui imprimir a quantidade que ele desejava, numa editoras prestadora
de serviços, o valor orçado ultrapassava a treze mil reais e, pesquisando, encontrei outra editora prestadora de serviços num outro Estado, que possuía a
mesma qualidade de impressão e imprimiu o mesmíssimo material por um valor que
não ultrapassou a seis mil reais. Vale a pena pesquisar, buscar valores
menores. Aquilo que o autor economiza na impressão, mesmo que seja 5% ou 10%, pode
repassar ao valor final de venda dos livros e esse valor, para o consumidor,
faz a diferença.
O fator
que mais influi diretamente no valor de impressão de um livro, é quantidade
impressa. Se o autor imprimir 100 livros, o valor unitário passeará na casa dos
R$14,00 a R$17,00 reais. Se o autor imprimir 300 livros, esse valor unitário,
ficará entre os R$11,00 e R$13,00 reais, se imprimir 500 unidades, o valor
unitário, ficará entre R$8,00 e R$9,00 reais, agora se o autor imprimir mil
unidades, esse valor unitário ficará entre R$4,00 e R$6,00. Para impressões acima
dessas quantidades, quanto maior for o número de exemplares, os valores
diminuirão. Esses valores diferem tanto porque o trabalho de imprimir 100
livros é praticamente o mesmo para imprimir 1000 livros, pois o processo todo já está
pronto, é só clicar na impressora.
Dependendo
do público que o autor tem e da sua capacidade de venda, de repente, é muito
mais viável apertar um pouco mais o orçamento e imprimir numa única vez uma quantidade
um pouco maior de unidades, em vez de ter que imprimir duas vezes quantidades
mínimas. Como disse anteriormente, imprimir um número grande de exemplares, depende da capacidade de venda
do autor e agir com empolgação não é uma boa estratégia.
Outro
detalhe que vale a pena ressaltar, é que esses cálculos acima são baseados em
orçamentos que recebi onde a editora se comprometia com todos os serviços,
inclusive, a editoração.
4- A Divulgação e venda do livro.
Vender livros, principalmente, poesia
deveria figurar entre os trabalhos de Hércules, não é nada fácil. Os
próprios poetas quase não compram poesia.
Esta, talvez, seja a tarefa mais difícil para o autor independente, ele é seu próprio
agente, seu próprio empresário, seu relações públicas, seu divulgador cultural
e aquele que empacota, vai ao correio e despacha o livro. Esse livro passa ser
o seu ofício e se não fizer bem esse papel de “marqueteiro”, o livro ficará
empilhado num canto e, depois de alguns meses, frustrado, vai doá-los todos a
alguma instituição e desistir da vida de autor, ou pelo menos, de autor que
publica na mídia impressa.
Para
que isso não aconteça, antes de decidir a quantidade de livros a ser impressa, há
que se ter, também, a autocrítica que eu falei no início desse artigo. É
preciso ter uma noção do quanto vai vender e fazer esses cálculos estimativos
de maneira lúcida e comercial. É muito comum o autor pensar que, por ter dois
perfis do Facebook lotados, mais de mil
contatos via e-mails e algumas centenas de seguidores nos blogs e outras redes
sociais, que ele vai conseguir vender mil livros tranquilamente. Vender mil
livros é tarefa árdua, poucos que fazem esse tipo de publicação conseguem, aliás
em qualquer tipo de publicação. Basta estar ciente que um best –seller é a
venda de 10 mil exemplares de único livro e são muito raros os best-sellers!
Um dos
principais meios para venda de livros utilizados por autor independente, é a
venda por e-mail e segundo pesquisas feitas e divulgadas na mídia, por
institutos sérios, apenas 10% dos e-mails enviados com anúncios, propagandas e
ofertas são abertos. O restante é todo ignorado e deletado sem abrir. Desses
10% que abrem, nem a metade adquire o produto. Quem vende no meio virtual, sabe
do que estou falando. Inclusive há editoras que trabalham exclusivamente com a
venda de livros que não recebem, em seus sites, o número de visitas que a
Revista Biografia recebe. Não é por acaso que empresas que vendem dessa forma,
pagam caro em programas de envio de e-mails que fornecem boletins informando
quanto de seus e-mails foram abertos. Essa ferramenta serve para que elas
possam repensar suas estratégias de marketing.
Por
essas e muitas outras coisas que é importante o autor ter esse senso crítico de
avaliação de sua obra e ser muito criterioso no processo de impressão. O livro
tem que ter qualidade em todos os sentidos, mas não pode se transformar num
objeto de valor inacessível e isso é, realmente, um grande desafio para o autor
que decidiu investir em sua obra.
Para
definir a quantidade de livros a ser impressa faça uma conta rápida das pessoas
que, com certeza, adquirirão o seu livro. Pessoas que comprarão não só pela
qualidade do livro e seu potencial, mas sobretudo pessoas que apostam e acreditam
no seu trabalho. Tenham o cuidado de não fazer igual àqueles políticos que vão
anotando nas cadernetas os votos que acreditam ter, sempre se decepcionam
muito, afinal amigos são amigos, negócios são a parte.
Essas
pessoas que você pensou, grande parte delas irá adquirir, sorte a sua se esse
número for grande, se o seu leque de amigos sinceros e incentivadores é imenso,
pois esse é seu público real. Vender outros exemplares depende só de você e da
campanha de vendas que fizer.
O autor
independente que investe em seu próprio material e acredita nele, precisa ser
antes de tudo um dedicado e não pode ficar escondido esperando que as pessoas
venham até ele implorando para comprar o seu livro, precisa se mostrar e
mostrar sua obra. Também não pode dificultar o acesso ao livro, pelo contrário,
tem que buscar facilitadores e não se deixar levar pelas negativas todas.
Existem
algumas estratégias que autor iniciante e independente não deve ignorar. São
elas:
- Organizar
o lançamento de seu livro;
- Estar
constantemente presente na mídia, virtual e impressa;
- Estar
presente em eventos sociais;
- Ter
uma página pessoal na internet;
- Ver
a possibilidade de disponibilizar seu livro em formato digital (e-book);
- Organizar
uma new Lester com todos os seus contatos;
- Sempre
que possível, manter seus contatos influentes;
- Buscar
críticas sobre o teu trabalho.
O lançamento
de um livro é a melhor oportunidade para vendê-lo. Implica certo investimento
que, se bem planejado não fica caro. O sucesso da venda irá depender de quantos
convites fez e de quem convidou. Dependerá também da qualidade do livro e do
seu valor. É lá, também, que aqueles amigos que apostam em ti, irão comprar e
você terá a oportunidade de retribuir a gentileza oferecendo-lhes o evento. Uma
querida amiga e autora, numa conversa comigo sobre publicações, disse-me que
imprimiu 200 livros, numa primeira edição e, no lançamento, vendeu 100, ou
seja, 50% por cento. Numa situação assim, o autor recebe de volta, todo o
dinheiro investido e sobra-lhe algum. O restante, os outros 50% são lucros. Não
esqueça de que, quem comprou seu livro é seu maior divulgador, ele te indicará
com conhecimento de quem o leu. Trate-o bem e mantenha, quando possível, os
vínculos de amizade.
Meios
virtuais para apresentar-se e mostrar seu trabalho é fácil. O que existe de
ferramentas gratuitas para isso é incontável, tem que usar e abusar disso.
Participe de quantas redes sociais for possível, interaja com o maior número de
pessoas que puder e não tenha medo ou receio de enviar teu trabalho para mídias
que interessam. Cuide apenas para não se tornar um chato, alguém que tenta
empurrar de goela abaixo o seu trabalho. Se o que apresenta é bom, as pessoas
naturalmente irão buscar. Nunca deixe de responder as pessoas que entram em
contato contigo, demonstre sempre que se interessa por elas. Outro fator
importante é a postura de autor, você tem que ser querido e respeitado por
aquilo que é, não deve deixar se levar por atos impensados, mesquinhos,
discussões tolas. Jamais deixe que coisas assim, seja juízo de teu valor, a
responsabilidade de teu caráter é sua e de mais ninguém. É natural das pessoas
associarem atitudes à caráter, seja responsável consigo mesmo.
A mídia
impressa e televisiva está sempre em busca de novidades, faça de tua obra uma
novidade constante, inclua nas tuas listas de amigos, e-mails de jornais, revistas,
rádio e televisão. Informe sempre o que está realizando, as novidades.
Os jornalistas, redatores de pequenos jornais, principalmente, sempre estão a
busca de novidades, informações e entrevistas.
Os
eventos sociais são portas que se abrem. As pessoas respeitam aqueles que são
capazes de ter sua própria voz. Sempre que puder, que for possível, participe de fóruns de discussões, feiras de
livros, bienais, eventos escolares e leve o seu livro. Sei que a timidez e “clausura”(por
opção) de alguns escritores, não o permitem, mas se você um autor independente
essa é uma ferramenta que você não pode abrir mão. Lembre-se, o seu patrão é
você!
Ter uma
página na internet é essencial. Existe uma infinidade de modelos gratuitos que
não se paga nada. O autor precisa de uma página própria, não importa se é um
site ou um blog, sendo bem feito e bem estruturado é o suficiente. Esse será o
endereço onde irão encontrá-lo. Nessa página, além de tuas publicações, que
devem ter certa constância, deve estar, também, a tua biografia, teu currículo de
autor e as formas de poder entrar em contato contigo, seja por e-mails,
telefone, skype ou links de redes sociais. É nessa página também que estará o
teu livro ou, os teus livros. Organize-a de uma maneira em que o leitor possa conhecer
a sua obra sem que precise dar muitos cliques ou adivinhar onde esteja. Poste a
capa do livro, o resumo, a sinopse, o
prefácio ou algum trecho, algo que instigue o visitante de sua página a
buscá-lo, ou a deixar, pelo menos, um comentário. Essa página e a livraria
virtual onde venderá seus livros. Cadastre-se em sistemas de venda como o
PagSeguro ou Pay Pal e deixe disponível na sua página o link. O comércio
virtual exige agilidade, débitos direto em conta, facilidade para comprar no
cartão de crédito. Facilite a vida de quem quer comprar teu livro. Vender só
por e-mail é cansativo, a maioria das pessoas não tem mais tempo para ir ao
banco, depositar x valor na tua conta, voltar, escanear o comprovante de
depósito e te mandar via e-mail, o tempo que se gasta nesse processo, engole um valor
maior que o do próprio livro e as pessoas acabam desistindo. Por mais que as
transações bancárias, como transferências de conta, sejam possíveis on line, há
um número grande de pessoas não utilizam o banco na internet. Você precisa
ampliar ao máximo as condições para que teu livro chegue ao leitor. A tua
página na internet é teu cartão de visitas, busque sempre divulgá-la, mas
lembre-se de ser elegante sempre!
Organizar
uma new Lester nada mais é do que uma lista de e-mails onde você reúne todos os
seus contatos e a mantêm atualizada. De
preferência, em cada endereço de e-mail, o respectivo nome do contato. Nunca
esqueça que, se você manda um e-mail e a pessoa responder, você é obrigado a manter
o diálogo, dar satisfação, afinal foi você quem a procurou. Sempre que enviar
vários e-mails em única vez, manda com cópia oculta, não vai expor os e-mails
de teus contatos para todo mundo. Isso além de deselegante, é falta de educação
e coloca os teus contatos a mercê de hackers e spans, seja polido e discreto. Evite
mandar e-mails com a mesma mensagem repetidamente, isso o levará ao descrédito.
É chato e cansativo abrir e-mails sempre com o mesmo conteúdo, seja criativo!
Nunca trate o teu contato, seja ele quem for, de forma robotizada, pois a
resposta, se vier, vem na mesma moeda. O teu destinatário não é apenas um consumidor que
estará fazendo um favor a ele próprio comprando seu livro, pensar assim isso é
muito presunção tua. Essas relações precisam ser mais humanizadas, faça a sua
parte, seja gentil!
Preservar
contatos que possuem influência pode parecer algo interesseiro, mas só será
interesseiro se você quer receber algo e não está disposto a dar nada em troca,
você precisa conquistar e se colocar como influente e manter essa troca, essa
partilha. Precisa se valorizar e mostrar que também ocupa espaços. Não vá se
transformar num sangue suga ou puxa saco, isso é tornar-se ridículo.
Pablo
Picasso disse certa vez que crítico, seja literato ou em qual área for, não tem
história e biografia escrita. De fato a opinião da crítica, as vezes contradiz
o resultado do trabalho junto ao grande público. Mas a crítica seja positiva ou
negativa, ela agrega valor ao teu trabalho e te coloca em evidência, é preciso
sempre estar atento e aprender com isso. Deixe as críticas positivas sempre
visível na tua página, as negativas, se estiver seguro de si e de teu trabalho,
mostre-as também, rebata-as e vá para a
discussão em campo aberto. Como disse anteriormente, as pessoas que são capazes
de ter sua própria voz, são respeitadas. Seja diplomata, elegante e nunca deixe
discussões desse sentido, ultrapassar o campo das ideias.
Disponibilizar
seu livro em formato on line (e-book) é uma das grandes possibilidades de
venda. Por não ter impressão o custo diminui drasticamente, pois não representa nem 10% (dez por cento) do valor, caso fosse impresso. Existem muitos sites gratuitos, como o Slideshare,
por exemplo, que você pode subir o
arquivo PDF de seu livro e disponibilizá-lo no formato eletrônico, o problema é
que esses sites você consegue disponibilizá-los apenas de forma gratuita, e
preciso de um site e-commerce com tecnologia de cobrança para que possa
hospedar o livro. Num outro artigo apresentaremos as possibilidades dessa
ferramenta para autores independentes.
Espero
que essa sequência de artigos tenha contribuído como informação para aqueles
autores que desejam financiar seu próprio trabalho. Aqueles que podem enriquecer
esse artigo com seus comentários, conhecimentos e experiências, sejam bem vindos!
Aqueles que discordarem de alguma informação contida aqui, fique a vontade para
relatar e explicar o porquê.
Desejo
sucesso a todos os autores que batalham nessa árdua tarefa de publicar de forma
independente os seus livros.
Daufen Bach. Poeta, escritor,
antologista, promotor cultural e editor da Revista Biografia. Servidor
Público do Estado de Mato Grosso e um apaixonado pela cultura
Matogrossense. Possui o blog: Omnia Vincit Amor .
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
3 comentários
Interesante artículo, aunque debo confesar que lo leí con cierta dificultad por no conocer el idioma... pero felicito tu hacer.
Excelente artigo Daufen Bach: tem informação, explicação e muita reflexão sobre esta opção de publicar livro de forma independente. Por outro lado, acho bom registrar sobre o processo de triagem (peneira fina nas escolhas de publicações) feito pelas grandes editoras. O mais preocupante que é o fato real de empresas internacionais estarem adquirindo/comprando editoras brasileiras e, para nosso Brasil, estão trazendo "os livros best..." como 50 Tons de Cinza. Fica a deixa para continuar esta prosa boa trazida pelo seu artigo.
Ótimo artigo, apesar de eu estar publicando uma revista independente, mas muita coisa me serviu.
Tenho apenas uma dúvida. Quem vende, tem que pagar imposto. No caso dos autores independentes, como fica a questão do registro em relação aos impostos pelas vendas?
Postar um comentário