Divergem as opiniões: asseveram uns, que a TV, mormente as novelas transmitidas pelos canais de televisão, têm influência nefasta na sociedade; refutam, ao invés, outros, afirmando que séries e novelas, são simples e inocentes reflexos ou espelho da sociedade.
Quem terá razão?
Creio que são os primeiros, visto o público ser facilmente sugestionável, e tende sempre a copiar, atitudes e comportamentos, que fazedores de opinião e novelistas, pretendem inculcar nas mentes.
Já no passado era assim.
Romancistas e folhetinistas de gazeta exerciam forte influência no trem de vida da população.
D. Francisco Manuel de Melo – clássico da literatura portuguesa, – demonstrou, de modo inequívoco, no seu livro de Guia, o que acabo de assegurar.
A interessante tese de doutoramento, que a Doutora Raquel Carriço, investigadora brasileira, apresentou na Universidade Nova de Lisboa, vem revelar que muitos jovens – e não só, - observam cuidadosamente as novelas, mormente as de produção nacional, no intuito de aprenderem como se devem vestir e comportar-se em determinados meios.
Concluímos, assim, que a TV, o cinema, e a imprensa, influenciam a população, levando-a a tomar atitudes que reprovavam e valores que sempre defenderam.
O que se disse não é novidade: a moda sempre foi ditada pela elite, que altera o vestuário de harmonia com gostos e interesses, em geral encobertos.
Tive professor de Economia, que declarou, numa aula, que importante industrial têxtil, acordara com estilistas, a troco de certa quantia, que as saias descessem até aos joelhos, a fim de aumentar a produção de suas fábricas.
E asseverava: as saias, durante anos, subiam ou desciam, consoante os acordos, e as mulheres cumpriam religiosamente a “tendência”, para estarem na moda.
Isso confirma que nada é mais influenciável que a opinião pública. Esta copia meneios e atitudes de figuras públicas, personagens de filmes e novelas televisivas.
Quem segue as” novelas “, além da história – em regra imoral e com guião intencional, – observa atentamente o vestuário, linguagem, comportamentos, sensibilidade das personagens, e modos de estar na vida, e aplica, o que viu, na vida quotidiana.
Daqui se ajuíza a enorme responsabilidade dos que têm a seu cargo escrever guiões, e os que a realizam.
A degradação moral e cívica da sociedade, que está a destruir o nosso País, deve-se, em parte, à novela televisiva.
Comportamentos de violência, desregramento sexual, perversões, não aparecem por acaso. São frutos de exemplos de imoralidades e atitudes repugnantes que constantemente atingem as camadas jovens.
Não seria necessário Raquel Carriço ter-nos dito, na sua tese, o efeito da novela, no comportamento da sociedade, porque é intuitivo: maus livros, filmes violentos, novelas promíscuas, só podem levar à destruição da família, e aos desvarios em que vive a sociedade.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ
Página na Internet:http://solpaz.blogs.sapo.pt/
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