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João Nery Pestana- Poeta, Escritor e Crítico Literário, nasceu em Cururupu,litoral do Maranhão,onde viveu até a adolescência, quando já manifestava inclinação para as letras.
É titular da cadeira n. 18 da Academia de Letras de Ribeirão Preto, membro efetivo da Casa do Poeta e do Escritor-RP e da Federação Brasileira de Alternativos Culturais (Febac/SP).
Fundou, com a poetisa Josy Machado, a União dos Escritores Independentes (UEI), da qual é Presidente de Honra.
Participou da coletânea Mil Poetas Brasileiros, do Instituto da Poesia Internacional em Porto Alegre/RS, livro que entrou para o Guiness Book — edição 1995; tem um verbete na Enciclopédia da Literatura Brasileira Contemporânea, edição 2006, publicada pela Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias.
Premiado em concursos literários em todo o País, tem participação em dezenas de antologias nacionais e internacionais.
Obras publicadas: VIAS (1999), REVERSO (2004) e CONTOS EM PALAVRAS CONTADAS (2009).
“REVERSO” - João Nery Pestana O autor com brilhantismo alterna belas poesias com a própria forma do texto, além das belas imagem que também cultuam a fascinante arte contida neste livro. O autor, também ocupa a cadeira de nº 18 na Academia de Letras de Ribeirão Preto, é membro da Casa do Poeta de Ribeirão Preto, Fundador e Presidente de Honra da UEI - União dos Escritores Independentes. A imagem da bela capa é de ShozoMihisma. 120 páginas - 14,5 x 20,5 cm - Setembro/04 - Realização: Phoenix Editora - ISBN: 85-88860-25-2
Quadro "Nossas Palavras" com Prof. Valdevino Soares | Revista UNIBAN #156
Poemas:
nasci numa sexta-feira
o sol já era posto
nenhum mago falou
do meu destino
apenas a parteira:
- vai menino
terás jornada longa
e de companhia um orixá gauche
desses que andam na sombra.
OFÍCIO
talhar a Palavra comOquem escupe o vEnto tramar a Trama vIngar a vida desdiZer o dito reinventAr eis o fazeR do poeta.
RECEITA
torcer
a
palavra
retorcê-la
até deixá-la
vazia
de
si
agora
sim
comece
a
tecer
o
poema
Contos:
UMA NOITE QUASE PERFEITA
O batom vermelho que moldava a borda daquela taça denunciava o glamour de uma noite primorosa. Nos candelabros de prata, ainda exalava o suave perfume das velas esguias que os ornavam. A alva toalha que revestia a mesa, imitava a alvura dos roupões estendidos sobre o tapete escarlate que guardava em sua superfície, marcas de pés, perfazendo os delicados paços de uma suave dança. Suntuosos arranjos de flores, o champanhe e pratarias, em delicada harmonia, complementavam a candura daquele ambiente. Tudo parecia perfeito, não fossem dois corpos imersos na banheira, mudos e quedos, como os cigarros, esquecidos no cinzeiro, sobre a mesa da sala.
SITUACIONALIDADE
A circunstância em que fomos apresentados foi no mínimo inusitada: um esbarrão acidental na saída da biblioteca, seguido pelo pedido mutuo de desculpas e lá estávamos como dois velhos amigos falando dos nossos interesses por Linguística. O tempo, mais verbal que meteorológico, parecia estar a meu favor. Esclarecidas as desinências, o meu prefixal olhar enchia-se de êxtase ante aquela exófora de mulher. Elogiei seus predicados e, nada endofórico, a convidei para sair. A concordância só não foi verbal por causa dos termos que categorizavam o período. Um breve sinal e, extralinguisticamente, concordávamos em grau, gênero e número. Definido o destino, de modo nada subjuntivo, diga-se de passagem, como dois morfemas, sentamos lado a lado. Seus hiperônimos enchiam-me os olhos e um desejo morfológico adjetivava nossos substantivos. Por não saber seu nome recorri à pronominalização, uma saída antonomástica. Ainda discutíamos a justaposição, quando um sujeito vestido de garçom, que mais parecia um agente da passiva, fazendo jus à analogia, observava-nos à distância. Pessoas de todos os tempos também pareciam censurar os nossos modos, porém, nada impediu o plano de expansão daquele encontro consonantal.
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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