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Praça Cívica_Natal-RN |
Ônibus Seco...
Tinha eu acabado de chegar à cidade... meio deslumbrada com a beleza das largas ruas, arborizada, e casas com carinho aparente no cuidado. Sentei-me na praça a esperar o transporte que levaria ao meu destino.
Sempre fui observadora, visual e auditiva, ali algo escutei que me fez despertar atenção. Brincando na praça, também a esperar o transporte, uma mãe e sua criança... bonita a interação entre eles... um ônibus aproximava-se e a criança falou: Mãe é o ônibus de três? Ao que a mãe respondeu: Não Junior, o de três vem seco. Minha cabeça girou 360°... nada entendi. Continuei observando, agora com mais cuidado e atenção. A praça imensa, com alguns casarios ainda antigos e um ar bom de respirar. Que luminosidade aconchegante tem a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Mas, o eixo da minha visão naquele instante eram eles, o Junior e sua mãe. Precisava entender o que falavam e não era por ser intrometida, e sim por querer aprender o linguajar do lugar. Brasil... há conter tantos “Brasis”... que tão pouco se conhece. E fiquei ali quietinha, feito “menina bem comportada”... e não tardou muito a mãe novamente falou: Vem Junior... e tirando uma cédula da bolsa disse: vai na cigarreira comprar as bilocas que pediu... a gente vai ficar na parada de casa. O menino pegou a cédula... sob a minha observação mais uma vez... foi até a banca de revistas, percebi que era a “cigarreira” que a mãe falara... um tempinho depois voltou com as mãos cheias de bolinhas de vidro.... coloridas. E a mãe: gostou das bilocas? Com um sorriso o Junior balançou a cabeça, afirmativamente. Sorri de forma disfarçada. Junior, naturalmente já brincava com as bilocas no jardim da praça. Eu olhava tudo a minha volta... e olhava o Junior já de forma especial. Uma linda criança que começa e me mostrar os encantamentos de uma gente e de uma cidade totalmente nova... para mim. Novidade calma que me fazia bem. Meu pensamento foi interrompido pela voz dela... a mãe Junior que assim falou: Lá vem o ônibus seco de três... e a criança recolheu as bolinhas de vidro, foi para junto da mãe... e dirigiram-se para o ônibus que acabava de parar. Adentraram no transporte que logo deu partida. Eu... ainda fiquei sentada a esperar o que a mim servia de condução. Boa aluna... fui rever minha aula. Olhei o relógio... passava pouco das 15h00m então percebi que era o ônibus do horário das três, e que não vinha muito cheio. As “bilocas”... eu as conhecia como bolinhas de gude. O coração bateu forte... e a vontade de ficar na cidade falou. Tinha muito que aprender... antes mesmo que respondesse ao pensamento na afirmativa ou dúvida... meu ônibus chegou quase vazio... caminhei para ele... e o pensamento falou: Teu ônibus também veio... “seco”!
Donna Boris, nascida aos trinta dias do mês quatro, taurina, mas não teimosa, no estado da Bahia, sob o céu de sua capital, Salvador. Soteropolitana. Administradora de empresas de formação, Poetisa de nascimento... “Aos nove anos comecei a versar e não mais parei... quarenta e dois anos (incompletos) já somam. Diversificando para contos, crônicas, literatura infantil e letras musicais. Por amor a literatura.., deixei de exercer minha profissão e me dedico integralmente a escrever. Dois filhos maravilhosos e um casal de netos... presentes divinos. Eis um pouco do que sou... o mais... a minha poesia explica. Link do blog: http://poetisadonnaboris.blogspot.com.br/
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