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EU SOU O MENSAGEIRO, DE MARKUS ZUSAK [Isabela lapa e Kellen Pavão]

EU SOU O MENSAGEIRO, DE MARKUS ZUSAK


Neste livro, Markus Zusak, escritor do best-seller A menina que roubava livros, apresenta ED KENNEDY, um personagem de 19 anos, taxista e sem grandes perspectivas na vida, que passa o tempo livre jogando cartas com os amigos e cuidando do seu cachorro, o Porteiro.

Um dia, Ed se torna refém de um assaltante em um banco e consegue, em um momento oportuno, render o bandido e entregá-lo à polícia. Tempos depois do ocorrido ele começa a receber mensagens estranhas em sua caixa de correio, o que faz com que a vida dele mude completamente. 


As referidas mensagens, que vem sempre em cartas de baralho, permitem que o personagem vivencie situações que antes eram inimagináveis. Por meio delas ele se vê obrigado a percorrer a cidade para ajudar as pessoas e permitir que elas se alegrem e se livrem dos seus problemas pessoais.


Em meio a tantas cartas e tantas pessoas diferentes Ed se questiona: "quem está por trás disso tudo"? Mas enquanto a resposta não vem, ele segue ajudando e se tornando uma pessoa cada vez melhor. 


Nossas impressões:

A história é narrada em primeira pessoa e como o personagem tem 19 anos e leva uma vida medíocre no subúrbio, a linguagem é completamente informal e repleta de gírias e expressões comuns ao dia-a-dia. Assim, no início da leitura, pensei em desistir.

Acho que eu esperava uma narrativa no estilo "A menina que roubava livros" e fiquei um pouco decepcionada. Na verdade, posso dizer que não existe nenhuma relação entre este livro e o mencionado best-seller, portanto, quem busca encontrar algo similar definitivamente não encontrará. 

Mas em razão dos inúmeros comentários positivos acerca do livro, decidi continuar. Aos poucos me acostumei com a linguagem e passei, inclusive, a me divertir com ela. Penso que isso se deu pelo fato de que o narrador, Ed, é encantador e nos sensibiliza com o seu bom coração. 

Um ponto positivo desta narrativa é que ela apresenta um humor leve, irônico e sutil ao mesmo tempo em que proporciona reflexões interessantes sobre as pessoas e os relacionamentos. Em frases simples e diálogos pequenos, Zusak consegue deixar uma grande mensagem ao leitor. 

Em alguns momentos a história é lenta, o que me parece ser uma característica do escritor, que gosta de mostrar pequenos detalhes do cotidiano do personagem, como percebemos em A menina que roubava livros. Aqui, essa descrição detalhada do personagem e do seu cotidiano, por mais que pareça desnecessária, ao meu ver é essencial para que o leitor perceba a mudança comportamental de um indivíduo. 

O livro é uma jornada rumo ao auto-conhecimento e é  ideal para quem busca uma leitura leve e sem compromissos, mas que ao mesmo tempo permite refletir sobre o papel do indivíduo na sociedade e na construção de um mundo melhor. 

Cabe frisar que algumas das tarefas passadas ao personagem são óbvias demais e outras, absurdamente complexas, em que ele descobre "do nada" o que fazer. Porém, mesmo em meio a essas falhas, existem passagens maravilhosas e que nos tocam profundamente. 


No que se refere ao final, o livro deixa um pouco a desejar. A finalização é rápida, pouco explicativa e até sem nexo. Mas a última frase é especial e carregada de significados. Ed conclui que ele não é o mensageiro, ele é A MESAGEM. 

Apesar de alguns pontos negativos, a leitura no geral é agradável , rápida e passa uma mensagem bem interessante! 


Isabela Lapa e Kellen Pavão – Administradoras do blog Universo dos Leitores, que fala de livros e de tudo que estiver relacionado a estes pequenos pedaços de papel que nos transferem do mundo real para o universo dos sonhos, das palavras e da felicidade!

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