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Sitó (Antônio Pereira da Silva) [Escultor e Artista Plástico Brasileiro]


Antônio Pereira da Silva (1931-2012) - Sitó, como era carinhosamente chamado -, e sua esposa Alzerina Nascimento (1934), vieram do Ceará, mas se encontraram no serviço da lavoura no Estado de São Paulo. 
Lá se casaram e viveram por uma década. Em Junqueirópolis, em 1956, nasceu o filho Paulo. 
Pelos idos de 1958 resolvem morar em Mato Grosso, fixando-se em Rondonópolis. Até que, em 1974, a família chega finalmente a Cuiabá, onde entram em contato com a vida artística da cidade, principalmente com o movimento de artes plásticas encabeçadas pelo Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT e, depois, pela Fundação Cultural.
   
Sobre Sitó, a crítica de arte Aline Figueiredo escreveu: “Em Sitó, o patriarca de setenta anos, não existe pintura sem gente, tema básico para esse narrador popular da alma do povo brasileiro.” 
Homem simples, Sitó além de pintar também projeta violões, violinos, e outros instrumentos musicais. 
Ele também já trabalhou como ferreiro, lavrador, metalúrgico. 
A pintura, para Sitó, veio como alternativa para ganhar a vida. Fervoroso, ele fez a sua versão pessoal de uma “Ceia mato-grossense”, utilizando o caju, o pequi, e outros elementos da região. 
Vale dizer que o artista trabalha mergulhado no ateliê oficina de luteraria, onde tintas, pincéis e parafusos, telas e violas convivem sem maiores complicações ou ferimentos”, observa Aline Figueiredo

Para Sitó, as telas representam a sua forma de poder contribuir com o mundo. “Gosto de mostrar os políticos, e também a saúde pública e o modo como os homens se tratam uns aos outros”, diz. 


Além de artista plástico de maior representatividade da arte Naif de Mato Grosso e com grande destaque nacional, Sitó, que tinha 81 anos, também era escultor e já ganhou vários prêmios nacionais e locais com as suas obras.



Sitó se destacou com a exposição de duas telas: Festa Cuiabana e São José Águas de Março na Bienal Naifs do Brasil 2012, evento cultural realizado pelo Sesc São Paulo na unidade de Piracicaba.


Participou do X, XIV, XV, XVI, XVI, XVIII e XX Salão Jovem Arte Mato-grossense (Fundação Cultural/ SEC MT, 1988); da II e da V Bienal Naif de Piracicaba (SP, 1994 E 2000). Participa ainda da coletiva “Artistas do Século” e realiza a mostra “O Tempo não pára... arte em família”,ao lado de 
D. Alzerina, sua esposa, e de Paulo Pereira da Silva, seu filho, ambas no Museu de arte e de Cultura Popular da UFMT, em Cuiabá, em 2001.


É fundador e o atual presidente da AMTAP (Associação Mato-grossense dos Artistas Plásticos de Mato Grosso). Participou do Projeto VAH GOGH.

Considera-se marceneiro, pedreiro, pintor, lutier e agricultor que lavrou muita terra no interior de São Paulo. Mas de madeira ele entende. Fez os móveis do laboratório do genro médico.

Vai catando os pedaços de madeira que encontra e fazendo coisas. “Nem o nome eu sei, mas sei se dá para trabalhar.” Conta que sua paixão pela música obrigou-o a fazer instrumentos que pudessem ser tocados em qualquer lugar. Sitó também compõe. “Meu instrumento não é um objeto de carregação. É feito com muito capricho. Toco e sei que o instrumento é meu.”




Figura carismática, trabalha em um mundo maravilhoso no quintal de sua casa. Ali, suas esculturas e instrumentos musicais vão enchendo os olhos de quem se achega. Seu nome é Sitó (Antônio Pereira da Silva).



Segundo Sitó, os artistas plásticos estão sem apoio. “Eles estão jururus, com fome e raiva dos políticos”, reclama. O artista queixa-se também do fim de eventos como o Salão Jovem Arte Mato-grossense, o maior prêmio de artes plásticas, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e realizado até 2007, e denuncia que não recebeu os recursos relativos ao seu último projeto seu aprovado na Secretaria Municipal de Cultura.

- Minha mãe dizia “quem bate esquece, mas quem apanha lembra para toda vida” – diz para expressar a mágoa provocada pelo descaso com que as artes plásticas – e a cultura em geral – vêm sendo tratadas em Mato Grosso. “O artista não existe para esses homens, mas se não existe artista para que Secretaria de Cultura?”, questiona.

COPA DO MUNDO

Sitó preocupa-se com o advento da Copa do Mundo de 2014 por dois motivos. Primeiro porque ele corre o risco de ter desapropriado terreno onde mora com a família e mantém seu ateliê desde 1973, quando se mudou de Rondonópolis para a capital. “Essa Copa só veio bagunçar. Já vieram aqui dizer que vamos ter que sair”, revolta-se o artista que pretende lutar por seus direitos.

Outro motivo de preocupação é a situação dos artistas em geral, que não estão conseguindo viver de sua arte. “Quando vierem os turistas para os jogos o que vão visitar?”, pergunta numa referência à tão propalada valorização da arte e da cultura local. “Não há incentivo algum para os artistas produzirem, só papo furado”, acusa. Sitó acrescenta que pintores de renome, que vendiam seus quadros por até R$ 3 mil, não estão conseguindo vendê-los nem por R$ 400. “Muitos estão passando fome, desesperados”, garante.

Ele manda seu recado para os homens do poder: “Tenham dó de artistas como eu. Olhem com mais carinho para a cultura que está em crise. Paguem nossos projetos para que nossos nomes não fiquem sujos. Vamos trabalhar pensando na nossa cultura, que é a mãe da educação e da sabedoria”.

Apesar da revolta, Sitó – que se mudou adulto para Mato Grosso em 1958, criou nove filhos, já lavrou a terra e trabalhou duro como ferreiro – não perde a ternura. “Não me importo com o tempo. Eu me importo com a nossa luta, gosto de cantar, passear e trabalhar com arte”, diz. “Eu já era artista quando criança e fazia esculturas de barro no Ceará. Vim rodando como folha seca e estou enraizado em Cuiabá. Sou uma cultura de Mato Grosso”.(Diário de Cuiabá)



Nesta sexta-feira (21/12/12), em Cuiabá  o  presidente da Associação Mato-grossense dos Artistas Plásticos, Antônio Pereira da Silva, mais conhecido como “Sitó”.  O artista estava em casa quando sofreu um infarto agudo do miocárdio e apesar de ser encaminhado para o Pronto Socorro de Cuiabá, não resistiu .
O artista plástico foi um dos maiores representantes da arte Naif de Mato Grosso e com grande destaque nacional.





VIOLÃO DE 12 CORDAS-Montado artesanalmente

                         






Fonte:
Diário de Cuiabá


Sitó (Antônio Pereira da Silva)
Todos os direitos autorais reservados ao autor. 

5 comentários

Unknown disse...

MORRE SITÓ!
MOTIVO DA MINHA MONOGRAFIA NA FACULDADE DE MÚSICA DA UFMT.
QUE VÁ CONTINUAR SEU INESGOTÁVEL TALENTO NO SIDERAL COM MUITO AMOR/PAZ E LUZ. BEIJOS,AMIGO!

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=DNTPgpRmbkg

Alex S. disse...

VOVÔ SITÓ! meu avô querido q vai deixar muita saudade pra mim e todos os outros netos e parentes...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Grande pintor/escultor primitivista,tive o privilégio de conhecê-lo,e inclusive tenho uma obra a mim, doada por ele,a fila do INPS, tenho também uma tela doada pelo seu filho Paulo, O palhaço triste. Grandes ser humanos,que infelizmente já fizeram a grande travessia, e deixaram grandes obras e uma imensa saudade. Que Deus os tenham em seu reino e sua Glória.