Exposição de gravura de Bartomoleu Cid dos Santos
Uma exposição de gravuras de Bartolomeu Cid dos Santos é inaugurada no sábado na Galeria 111, no Porto, e ficará aberta ao público até 13 de abril. Cinco anos passados sobre a morte de Bartolomeu, a Galeria 111 decidiu prestar-lhe um tributo apresentando "os núcleos mais significativos da sua obra em gravura, mostrando os temas da sua paixão e do seu empenho político". Amigo de José Saramago, Bartolomeu Cid dos Santos fez uma série de gravuras sobre a obra do escritor para a edição especial da revista Colóquio/Letras (151/152,) publicada em 1999, meses depois da atribuição do Prémio Nobel da Literatura.
A capa do livro "O Conto da Ilha Desconhecida", de José Saramago, publicado pela Editorial Caminho, é ilustrada por uma gravura feita especialmente por Bartolomeu Cid dos Santos, reproduzida acima.
Na exposição do Porto, chamada "Revisitar a obra gravada", os visitantes poderão ver "imagens de Lisboa, Tavira e Sintra, de palácios barrocos decadentes, mas também da opressão politica de Salazar, das guerras coloniais, da atitude dúbia da igreja (série dos bispos), do mito da Atlântida, de mapas, de barcos, de viagens, de naufrágios, de sereias e medusas, de cais, de praias, de paisagens silenciosas, de naturezas mortas, de retratos de mulheres, dos poetas Cesário Verde, Fernando Pessoa e os seus heterónimos, de Jorge Luís Borges com o seu Aleph e os seus labirintos, de acontecimentos históricos como o Tratado de Tordesilhas, o 25 de Abril e recentemente a ofensiva americana no Iraque", como anuncia a galeria fundada por Manuel Brito.
Da obra deste excecional gravador, que viveu largos anos em Londres, os galeristas destacam "A Viagem de Inverno, um texto de Heinrich Heine que Schubert musicou e Bartolomeu ilustrou numa série extraordinária de 25 gravuras e as Assinaturas do Invisível". Chamam também a atenção para a obra elaborada a partir de um convite do CERN de Genebra: "uma série de gravuras e seis trabalhos tridimensionais que são o testemunho da sua vida - homenagem a Álvaro de Campos, a Jorge Luís Borges, ao cineasta Andrei Tarkovsky, num mundo de memórias, despojos, labirintos e uma pedra transparente que é ferro, vinda do CERN".
Bartolomeu Cid dos Santos, nascido em 1935, estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL) de 1950 a 1956. Foi então para Londres, onde estudou na Slade School com Anthony Gross, tornando-se em 1961 professor no departamento de gravura. Foi depois professor na Universidade de Londres e membro da Royal Society of Painter Printmakers. Nos últimos anos de vida, já jubilado, criou um atelier de gravura em Tavira para continuar a trabalhar e a ensinar
Fonte:
Revista Biografia
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