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Enderson Rafael nasceu em
Florianópolis, SC, em 1980, e desde muito cedo teve duas paixões: primeiro
foram os aviões, depois veio a escrita. Aos treze anos, mudou-se com a família
para Teresópolis, Região Serrana Fluminense, onde anos depois viria a escrever
seu primeiro livro.
Formou-se em Comunicação
Social pela ESPM-Rio no final de 2003, quando voltou para Santa Catarina para
trabalhar como redator publicitário. Um ano depois, no entanto, a paixão pela
aviação falou mais alto e Enderson resolveu tornar-se comissário de voo. A nova
profissão, que começou a exercer em 2005, levou o autor a morar em São Paulo e
devolveu-lhe o tempo e a matéria prima para dedicar-se de novo à escrita. Já no
ano seguinte, lançou com o apoio da faculdade onde estudou, o livro que
escrevera durante o curso justamente sobre propaganda e marketing.
Nos anos que se seguiram,
escreveu mais dois livros, e em 2010, lançou seu primeiro romance, escrito mais
de uma década antes. Ajudou a fundar e participa, com Fernanda França, Leila
Rego, Patrícia Barboza e Tammy Luciano, do projeto Novas Letras, que já teve
dezenas de eventos em várias cidades do país, feiras e bienais, no que Enderson
Rafael acredita ser o grande trunfo dos autores nacionais na disputa com os
estrangeiros por um lugar nos corações e prateleiras dos leitores. Hoje,
Enderson divide-se entre as profissões de comissário, piloto e de escritor. É
casado e vive em Guarulhos, São Paulo.
Enderson Rafael es un joven autor brasileño cuya más notable
característica es el interés por los escenarios y la manera con que sus
personajes se desarollan en ellos. Dentre sus tres libros publicados, dos novelas
se destacan. “Todas as estrelas do céu” (“Todas las estrellas del cielo”, Novas
Ideias, 2010) ha lanzado Rafael al gusto de los jóvenes lectores de Brasil al
tratar de un amor imposible. Además de estar en su segunda edición, ha ganado
el premio Códex de Ouro, en Rio de Janeiro, como mejor novela del año. Su
segunda novela “Três Céus” (“Tres Cielos”, Gutenberg, 2012) estrenó en la
Bienal del Libro de São Paulo, en agosto, y trata de un universo que Enderson
Rafael – que es piloto, tripulante de cabina y trabaja como jefe de equipo de
Boeing 737 cuando no está escribiendo – conoce bien: los desafíos emocionales y
profesionales de tres tripulantes de una gran aerolinea en Sudamerica. Una vez
más una obra de ficción, pero con mucho realismo y emoción que promete ser un
gran éxito no solo en Brasil, pero en todos los mercados que alcanze. Si usted
quiere ver a Enderson Rafael y sus libros en su país, por favor escribe a
contato@endersonrafael.com.br
Suas Obras
Propaganda e Marketing para vestibulandos,
calouros, curiosos e simpatizantes
Propaganda
e Marketing para vestibulandos, calouros, curioso e simpatizantes: Você sabe o que é um aspecto
tangível? Um briefing? Um portfolio (ou seria portifólio)?
Sabe como conquistar uma garota de
Ipanema?
Em“Propaganda e Marketing Para Vestibulandos, Calouros, Curiosos e
Simpatizantes”, o autor não vai decidir seu futuro, nem mesmo
vai te ajudar a passar no vestibular, mas vai ensinar muito sobre o que é o
mundo daPropaganda e do Marketing.
Depois de ler este livro, é possível que você decida que quer ser publicitário,
ou mesmo que decida que não quer sê-lo, mas sem dúvida terá feito um passeio
delicioso pelas memórias do autor desde o vestibular até as agências de
Propaganda, passando por chopes, relacionamentos e histórias de dentro do curso
de Publicidade mais importante do Rio de Janeiro.
“Propaganda e Marketing para
vestibulandos, calouros, curiosos e simpatizantes” foi publicado em 2006 pela
Editora Novas Ideias com o apoio da ESPM-Rio, uma das mais respeitadas escolas
de Propaganda e Marketing da América Latina. Enderson Rafael gosta de definí-lo
como “o livro que eu queria ter lido antes de entrar na faculdade”, e muito do
que ele aprendeu, aplicou aos seus clientes quando ainda era redator, e aplica até
hoje à sua carreira, está neste simpático livro, recheado de informalidade e
conteúdo acadêmico.
Todas as Estrelas do Céu
Podem dois irmãos
adotivos se apaixonarem um pelo outro?
Caroline e Leandro são
dois adolescentes de uma bem resolvida família de classe média, ele adotado,
ela filha biológica do casal Marco e Lúcia. Diante dos conflitos da
adolescência, do colégio, do vestibular, ambos se vêem diante de mais um
dilema: um amor impossível e todas as consequências da busca pela felicidade ao
lado da pessoa amada. O desafio dos dois em entenderem o que passa consigo
mesmo, em enfrentar os pais, a sociedade e sua própia consciência é exposta
neste romance honesto, ágil e de final surpreendente.
“Todas
as estrelas do céu” foi publicado pela Editora Novas Ideias em 2010. Já está em
sua 2a edição, e em 2011, após ser indicado em três categorias, recebeu o
prêmio Codex de Ouro, promovido pelo Ponto do Autor, no Rio de Janeiro, de
melhor romance do ano. Em 2013 o livro foi lançado em ebook e está à venda na Amazon.
Três Céus
Um romance nas alturas!
O jovem comissário de voo Lucas
Luchesi está de mal com a empresa e em busca do amor da sua vida. Já Patrícia
Milano é a típica garota do interior que vê sua chance de ganhar o mundo
tornando-se aeromoça na cidade grande. As preocupações do comandante Fernando
Villas são bem outras: salvar seu casamento. Levando suas vidas a novecentos
quilômetros por hora e doze mil metros do chão, estes três personagens se
descobrirão numa rotina que só os aviões podem proporcionar, sem saber que seus
destinos convergem para um encontro de tirar o fôlego!
“Três Céus” é um romance
diferente, que tem como protagonistas tripulantes de uma grande companhia
aérea, e a trama reflete o cotidiano de vários comissários e pilotos
atravessando o continente enquanto tentam resolver suas vidas. Embora seja uma
ficção, é extremamente fiel ao ambiente dos bastidores da aviação, e traz muito
do que o autor aprendeu em mais de 5 mil horas de voo tripulando Boeing 737 e
767.
Mil Mares
De quantos encontros e desencontros
o Atlântico Sul já foi testemunha?
“Mil Mares” conta a história de
alguns deles, através das experiências de alguns jovens cujas vidas convergem
para um memorável verão na simpática praia de Cachoeira do Bom Jesus, em
Florianópolis, a bela capital de Santa Catarina. Eduardo é um universitário que
volta do Rio de Janeiro mais uma vez para passar as férias na sua cidade natal.
Ao chegar lá, seu futuro se altera para sempre ao se encantar por Luciana, uma
entre as centenas de milhares de argentinos que lotam os balneários
catarinenses todo verão. Rogério e Rodrigo são dois amigos de Eduardo que o
ajudam na conquista do amor da bela garota, que terá o apoio das carismáticas
amigas Natalia, apaixonada pelo ex-namorado que deixou em La Plata e sua irmã
María Laura, que traz consigo as tristezas de uma terrível tragédia pessoal.
Para equilibrar a mistura do forte Castelhano dos argentinos com o peculiar
jeito de falar do litoral Sul do Brasil, aparece Carolina, irmã mais nova de
Rogério que domina o idioma do país vizinho com habilidade invejável, e se
deixa enfeitiçar por Ramiro, irmão caçula de Luciana. Estas e outras histórias
e seus desfechos por vezes surpreendentes, têm como pano de fundo um inesperado
Brasil que se divide entre falar Espanhol e Português dos Açores, cheio de
belezas naturais e contado nesta comédia romântica que não ignora as
imperfeições da vida, mas sabe que ela pode ser bravia e melancólica ou serena
e feliz, assumindo a face de “Mil Mares”.
“Mil Mares” é o segundo roteiro
de longa-metragem para cinema do autor, e é uma ode aos verões
florianopolitanos do início dos anos 2000. Conta uma singela história de amor
que acontece no ocaso da adolescência dos protagonistas. “Mil Mares” ainda está
em busca de uma produtora.
Bate Papo Novas Letras,
Saraiva do Pátio Brasil, Brasília, outubro/2010
Como derrubar um avião de 200 milhões de
dólares?
O que derrubou o Asiana
214 afinal? Como um jato moderno de passageiros, um dos aviões mais seguros e
confiáveis do mundo, sem nenhuma morte registrada até então, se espatifa no
começo da pista de um dos aeroportos mais importantes da costa oeste dos
Estados Unidos?
O relatório final de um
acidente destas proporções pode levar meses para sair, mas neste caso algo
contribui muito para a velocidade da investigação: o acidente aconteceu em um
aeródromo, numa área sem grandes obstáculos, e o incêndio que ocorreu após a
queda foi bem menor do que poderia ter sido, preservando muitos dados,
inclusive as caixas pretas, que foram encontradas rapidamente e já estão sendo
decodificadas pelo NTSB (National Transportation Safety Board), um dos orgãos
de investigação mais importantes do mundo. Temos imediatamente também, o aúdio
do controle de tráfego, indicando que não havia qualquer declaração prévia de
emergência. Na chamada “paper trail”, descobrimos os relatórios de clima do
momento do acidente, indicando que era um dia perfeito pra voar, e portanto o
clima não deve ter contribuído. Ventos de 6 a 7 nós com poucas nuvens num dia
ensolarado.
O primeiro sinal de algo
que pode ter contribuído vem dos NOTAMs, notoficações codificadas sobre
peculiaridades temporárias de um aeródromo e que são leitura obrigatória dos
pilotos antes dos voos, além de muitas vezes constarem mesmo no ATIS (serviço
de informação da área do aeródromo), consultado antes de cada pouso. Eles nos
dizem que entre junho e agosto, o sistema de pouso por instrumentos da pista
28L, para a qual se aproximou o Boeing 777-200ER da Asiana, estava fora de
serviço. O segundo NOTAM dá conta de que o PAPIS, um sistema de luzes ao lado
da pista que fornece indicações visuais da rampa ideal de descida também estava
fora de serviço.
Por que isso é relevante?
Pois tripulações de Boeing 777 acostumadas a fazer voos transcontinentais
geralmente voam usando o piloto automático até bem próximo do solo, o que é
impossível sem o ILS estar funcionando. Logo, a aproximação feita manualmente
deve ter começado bem antes do que o usual para estes pilotos. A segunda
questão é importante porque, sem PAPIS, o piloto tem que julgar completamente
por si a rampa ideal na aproximação final, sem nenhum auxílio externo. Nesse
caso, portanto, os pilotos tinham que pousar sem auxílios visuais nem eletrônicos
da rampa ideal de descida. Não seria algo relevante num aeroclube, pra quem voa
Cessnas e Senecas todo dia. Mesmo pra jatos leves da aviação executiva, que
fazem vários pousos em pistas mal equipadas. Para tripulações de longo curso,
porém, que pousam pouco por voo e sempre com estes auxílios, bom, aí já pode
sim fazer diferença.
Pelas transcrições da FDR
(Flight Data Recorder) e da VCR (Voice Data Recorder), também conhecidas como
“caixas pretas”, já sabemos que os motores funcionavam perfeitamente, então uma
falha mecânica, pelo menos dos motores, não parece ser o caso.
Existem duas funções a
bordo de um cockpit de jato comercial: o PF e o PM. O Piloto Flying é quem está
com os comandos da aeronave, pilotando-a. O Pilot Monitoring é quem está
monitorando o pouso. Isso independe do cargo (Comandante ou Co-piloto). Sabemos
que o PF do voo tinha 10mil horas de experiência, e voara muitas vezes entre
Seul e San Francisco entre 1999 e 2004. Porém, parece que era a primeira vez
que ele voltava a pousar em San Francisco em muito tempo, e o que é de longe
mais relevante: naquele tipo de avião, ele tinha apenas 43 horas e este seria
seu primeiro pouso. Logo, tudo leva a crer que ele estava em instrução, e que
estava há pelo menos algumas semanas sem voar, pelo menos fora do simulador. E
aí, entramos no caudaloso terreno dos fatores humanos: talvez estivesse ansioso
e portanto, não tivesse descansado bem num voo de mais de 12 horas desde a
Coreia do Sul. Era seu primeiro pouso em semanas, e o primeiro naquele tipo de
avião, e justo numa pista sem referências eletrônicas nem visuais de rampa, o
que em última instância, pode ter contribuído também para que o PM,
provavelmente seu instrutor, tenha demorado a perceber que estavam baixos e
lentos – a velocidade que deveriam manter era de 137 nós. E segue a sequência
de acontecimentos:
- sete segundos antes do
impacto, o PM pede para que o PF aumente a velocidade.
- quatro segundos antes do
impacto, o alarme de stall começa a tocar (stick shaker)
- um segundo e meio antes
do impacto é comandada a arremetida, mas a cauda acaba se chocando contra a
barreira de pedras que separa a Baía de San Francisco da pista e o avião perde
totalmente o controle.
O vídeo que alguém
incrívelmente registrou do pouso, mesmo que de longe, confirma tudo que já se
mostrara provável. E por enquanto, tudo leva a crer que tivemos um caso de erro
humano, no que é conhecido em aviação como “aproximação desestabilizada”, e é
um dos principais fatores de acidentes atualmente.
O antídoto que as
companhias aéreas criaram para prevenir este tipo de erro – que era ainda mais
comum no passado – é o conceito de “safety window”. Ou seja, “janela de
segurança”. Pousos são um dos momentos mais críticos do voo, pois tudo que um
avião precisa para lidar com um imprevisto é velocidade e altura. E num pouso,
além de baixa, a aeronave está lenta. Ou seja, apenas um pouco acima do solo e
da velocidade que a mantém voando. Por isso, as janelas de segurança prevêem
que se certos parâmetros não são cumpridos nos segundos finais do voo
(geralmente abaixo de 500 pés, o que equivale aos último 40 segundos de voo
aproximadamente), uma arremetida deve ser iniciada imediatamente. Um exemplo é
o de velocidade vertical: numa aproximação final, geralmente a aeronave está
com uma razão para baixo de cerca de 700 pés por minuto. A janela de segurança
diz que, se em algum momento esta razão ultrapassar 1000 pés por minuto, a
arremetida deve ser iniciada, ou seja, os pilotos devem acelerar o avião e
inciar o procedimento de aproximação perdida, ganhando altitude e velocidade e
se preparando com calma para outra aproximação. Vários fatores podem levar a
uma aproximação desestabilizada, de clima adverso a falhas mecânicas, de fadiga
dos pilotos a inexperiência, de problemas nos instrumentos a excesso de
confiança dos pilotos, e é por isso que existe o conceito de “safety window”.
Tudo indica que no caso do Asiana 214, ela demorou a ser observada e corrigida.
Mas muito mais importante do que apontar os erros da tripulação, é descobrir o
que está por trás deles. O que os fez errar. Isso sim vai tornar a aviação mais
segura, e é nisso que a investigação está focada.
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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