Jornalista Shirley M. Cavalcante (SMC) entrevista
escritor Fernando Figueirinhas
Fernando
Figueirinhas é formado em Administrador de Empresas. Escritor,
Poeta e Diretor (realizador). Nasceu no Porto, Portugal, em 1952, e veio para o
Brasil em 1976, onde se fixou.
Interessado em questões perenes de cunho
filosófico, que tratam da problemática humana em vários de seus aspectos, como
o homem perante o mundo e si mesmo, vale-se da ética, da estética e de
princípios fundamentados nos valores universais em favor de um mundo mais justo
e digno.
Realiza vários documentários sobre arte e
outros assuntos polêmicos, cuja complexidade e profundidade devidamente
orientadas, defendem com muita intensidade a tese-proposta da questão colocada.
Dirigiu e produziu: A Ponta do Iceberg, A Outra Dimensão, Esquecidos na Noite,
A Tríada da Cognição, Manlio Moretto, Egas Francisco, Gente sem Nome, Evasão e
Sonho, Razão de Ser, Pedras que Falam, e Aldo Cardarelli, entre outros.
Preocupado com as grandes questões que o mundo
contemporâneo propõe, idealiza o Projeto Cultural Abertura, dedicando-se à
administração do projeto, a escrever e à direção e produção de documentários
filmados, e também, à produção e manutenção dos websites que mantém na
Internet.
Ultimamente, atento à realidade do atual
momento, vem-se dedicando à escrita ininterrupta de vários textos, poemas e
pensamentos, chegando a escrever quinze textos por dia.
Publicou, entre outros, os
seguintes livros: Manlio Moretto, Palavras de Imagens, A Urgência da Mudança,
Palavras Nascem e Pintores Inéditos.
“Não
nasci para ser escritor, ou cineasta, muito menos para ser poeta – tudo
aconteceu sem que eu me apercebesse, como resultado do mundo que encontrei.”
Boa Leitura!
SMC - Escritor Fernando Figueirinhas para nós é uma
honra ter você conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-nos quando começou
seu gosto pela escrita? Em que momento decidiu publicar seu primeiro livro?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Obrigado,
Shirley, por esta oportunidade. O meu gosto pela leitura começou muito cedo,
ainda na infância. Meu pai, avô e bisavô eram livreiros e editores,
proprietários da Liv. Ed. Figueirinhas. Meu bisavô, António Figueirinhas, formado
em Teologia, jornalista, fundador da citada livraria-editora e dos jornais: O Lafões, O Porto, O Meu Jornal, e
colaborador de outros tantos. Foi também um importante pedagogo e incentivador
da educação em Portugal no final do Séc. XIX e início do Séc. XX, tendo
trabalhado até sua morte, em 1945, aos 80 anos de idade, e fundado vários
colégios, dos quais o mais importante foi o Colégio Viriato, em Oliveira de Frades, e, posteriormente, transferido para
Viseu; além de proeminente escritor de livros didáticos. Em casa de meus pais e
avós havia uma grande biblioteca, aliás, em vários lugares diferentes daquela
casa, cujo forro das paredes era revestido por prateleiras repletas de livros. Portanto,
acto contínuo, desde cedo comecei a escrever, mas apenas mantinha
correspondência com alguns poucos amigos de meu pai, sobretudo, colecionadores
de selos e postais; e mais tarde, com namoradas, cujas centenas de cartas ainda
conservo – não só as recebidas como também algumas cópias das enviadas, às
quais, por amizade, creio, me atribuem um hipotético dom para a escrita. O meu primeiro livro publicado surgiu
inesperadamente, quando percebi que tinha em mãos o maior acervo de Paisagens
Brasileiras realizadas em croquis de campo, ao longo de 50 anos, pelo
engenheiro e paisagista Manlio Moretto – era um patrimônio muito rico e vasto
que merecia ser publicado.
SMC - O que mais lhe inspira a escrever?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - O que mais me inspira a escrever é a
constatação do caos em que o mundo vive; a falta de oportunidades de trabalho e
as péssimas condições de vida – chegando aos limites da sobrevivência, ou nem
isso, da pobreza extrema, digo - de milhões de pessoas no mundo; por um lado, e,
por outro, a desmotivação da quase totalidade das pessoas pela reflexão sobre os
motivos que levam a esta apatia generalizada e permanente caos, cuja resultante
encontra no niilismo sua razão. E, ainda, a falta duma educação orientada para
uma consciência reflexiva, e, consequentemente, desvinculada de compromisso
individual e colectivo. Quanto à poesia, é o encanto com o achado ao acaso, às
vezes, em apenas uma palavra. O poema
sai rápido, não mais que uns 15 minutos, e por vezes chegam a 12 por dia. A poesia também foi um achado muito
interessante e meramente casual na minha vida, que em muito facilitou a
abordagem de temas profundos e intensos, sem, todavia, exigir rigor científico,
suscitando o interesse por parte do leitor. Fazem apenas dois anos a que me
dedico à poesia, com um total de mil e quatrocentos poemas até este momento.
SMC - Fernando, conte-nos, você quem escreve os
textos dos documentários que você produz? Como funciona a produção dos vídeos?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Sim,
sou eu quem escreve os roteiros e textos dos documentários que produzo. Não
nasci para ser escritor, ou cineasta, muito menos para ser poeta – tudo
aconteceu sem que eu me apercebesse, como resultado do mundo que encontrei.
Senti que precisava fazer algo a esse respeito, e como não tinha recursos
financeiros nem formação específica, resolvi ir fazendo, intuitivamente. A
produção dos documentários funciona da seguinte maneira: tenho em mente uma
determinada ideia; penso-a, estudo-a, escrevo-a, convido pessoas que
reconhecidamente entendem daquele assunto e de relevada importância cultural; contrato
uma equipe para a produção e assim realizo o documentário. Sempre achei muito importante
e determinante saber-se exactamente o que se quer para se conseguir fazer
alguma coisa. Depois é só encontrar os meios tendo em vista o fim que se
procura.
SMC - Você é idealizador do Projeto Cultural
Abertura. Qual o objetivo do projeto? Quem pode participar? Como a pessoa faz
para ter mais informações sobre o projeto?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - O
Projeto Cultural Abertura (Associação Cultural Abertura) tem como objetivo
principal a promoção da dignidade humana, cujo valor mais alto é o próprio
homem em todas as suas dimensões. A ética e a reflexão conscienciosa sobre os
diferentes aspectos que compõem a esfera das relações humanas são os meios
utilizados para se atingir este objetivo. Todas as pessoas interessadas neste
ideal podem participar e são muito bem-vindas. Para informações mais detalhadas
basta acessar o site do projeto: WWW.projetoabertura.org
SMC - Qual o público que você pretende atingir com
o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Conforme
disse acima, pretendemos atingir todas as pessoas interessadas no ideal do
Projeto Abertura. A mensagem que gostaríamos de deixar é simples e contundente:
há que se libertar do egoísmo e do individualismo que toma conta do mundo, como
resultado da ausência de valores e sentido da vida.
SMC - Fale-nos sobre seu livro “A Urgência da
Mudança”?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - O
livro A Urgência da Mudança, cujo título original era Mudar o Poder, reúne uma
série de textos de fundamental importância no contexto do Projeto Abertura, e
de algumas questões, também muito importantes, para a crise em Portugal.
Trata-se de um livro, creio, bastante equilibrado e eclético nos temas abordados,
intercalados por poemas sobre os clássicos temas do amor, da saudade e do pasmo
encontrado na contemplação da paisagem humana e suas ambiguidades.
SMC - Além de “A Urgência da Mudança”, você publicou, entre outros, os seguintes
livros: “Manlio Moretto”, “Palavras de Imagens”, “Palavras Nascem” e “Pintores
Inéditos”, de forma resumida o que diferencia um livro do outro?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - O livro
Manlio Moretto é uma compilação de algumas obras iconográficas deste pintor, e
textos sobre arte pictórica; Palavras de Imagens é formado por todos os textos
de filmes por mim realizados até àquela altura; Palavras Nascem é constituído
por 65 poemas selecionados; e, Pintores Inéditos ( no prelo) é um resgate de
memória da pintura Neoclássica de alguns dos melhores pintores do Século XX no
Brasil. Além disso, contém um resumo da História da Pintura no Brasil e um
capítulo onde se explana sobre a Arte e o Belo artístico, bem como uma análise
sobre a interpretação dos rumos da
pintura a nível mundial – capítulo este que justificou sua realização.
SMC - Onde podemos comprar os seus livros?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Os
meus livros podem ser comprados em algumas livrarias e pelos links de compra
das respectivas editoras, nomeadamente: Arte & Ciência, Lua de Marfim,
Corpos e Chiado. Também se podem achar através do Google, procurando por
“Fernando Figueirinhas”. Meu email: fernandofigueirinhas@hotmail.com
SMC - Que dica você dar para as pessoas que estão
iniciando carreira como escritor?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Leia;
estude e pense antes de escrever. Procure imprimir sempre, em seus textos, uma
conotação universal e perene, quando possível. Quanto à metodologia de
trabalho, cada um tem a sua; eu prefiro a seguinte, sobretudo em se tratando de
um romance ou poesia: escreva rápido, no embalo do sentimento, e depois corrija
os erros de lógica e outros que eventualmente possa encontrar. Procure não
mexer muito naquilo que escreveu, pois o texto tem de estar pronto logo no esboço.
SMC - Quais as melhorias que você citaria para o
mercado literário no Brasil?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Não
sei responder a essa questão, teria de estudá-la e ser um profissional da área.
Apenas posso falar do ponto de vista da iniciativa editorial; isto é, dos
critérios a serem levados em conta por parte dos editores em relação à obra que
lhes chega às mãos. Quero crer que um bom editor tem de ser fiel a uma
determinada linha editorial e produzir com rigor e requinte todo o projeto
(gráfico e editorial) do livro. Além disso, deve saber estabelecer uma perfeita
correlação entre o valor literário de uma obra, o interesse do assunto e sua
viabilidade comercial – não basta publicar, é preciso divulgar.
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da
entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom
conhecer melhor o Escritor Fernando Figueirinhas, que mensagem você deixa para
nossos leitores?
FERNANDO FIGUEIRINHAS - Nada
mais a acrescentar. Resta-me agradecer-lhe, sobremaneira, a atenção e o
interesse pela minha obra. Desejo-lhe muito sucesso nesta difícil arte de
divulgação e incentivo à cultura. Muito obrigado.
Participe do Projeto
Divulga Escritor
Shirley M. Cavalcante,
é jornalista, radialista, autora do livro: Manual Estratégico de
Comunicação Empresarial/Organizacional, administradora do projeto
Divulga Escritor, graduada em Comunicação Social pela UFPB,
especialista em Gestão empresarial e de pessoas, assessora e consultora
de Comunicação Empresarial, Consultora Editorial, diretora executiva da
SMC Comunicação Humana.
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