Nélida Piñon lança volume de ensaio onde cita sua relação de amizade com Clarice Lispector [Carlos Herculano Lopes]
Nascida em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, há 76 anos, Nélida Piñon estreou na literatura em 1961, com o romance 'Guia-mapa' de Gabriel Arcanjo, primeiro passo na carreira literária que a levaria a se tornar uma das escritoras mais respeitadas do país. Na sequência vieram outros livros, como 'Madeira feita de cruz', de 1963; 'O fundador', de 1969; e 'Vozes do deserto', que lhe valeu o Prêmio Jabuti de 2005.
Às vezes costumavam ir juntas visitar uma cartomante chamada Nadir, na qual Clarice acreditava muito. Nélida lembra que a amiga, mesmo sendo de família judaica, gostava de ler o Novo testamento e se interessava pelo catolicismo, tendo inclusive revelado a uma amiga, Olga Borelli, que gostaria de ser enterrada como cristã.
Nélida não se furta também em dizer, com uma sinceridade tocante, que a memória é frágil e que às vezes consulta fontes, no afã de defender seus haveres. “Confundo a coroa de louros com a de espinhos. E quem será dono de mim? Eu ou minha memória, que funciona como um legado paralelo ao meu ser. Uma matéria que mal domino e com a qual não conto quando mais a necessito”, confessa.
AUTOR Nélida Piñon
EDITORA Record
QUANTO R$ 39,90 (208 págs.)
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