Novos romances distópicos trazem grandes corporações como vilãs [GUILHERME GENESTRETI]
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O último volume da série saiu em setembro nos EUA; no Brasil já foram publicados os outros dois, "Oryx e Crake" (Rocco, R$ 46) e. "O Ano do Dilúvio" (Rocco, R$ 59).
O livro de Eggers (ed. Knopf, cerca de R$ 34, na Amazon), que deve ser lançado no Brasil ainda neste ano pela Companhia das Letras, narra a história de uma jovem que vai trabalhar na poderosa companhia O Círculo, que concentra rede social e serviços de busca na internet.
"Privacidade é roubo" é um dos slogans da empresa, que monitora a vida de todos os usuários de sua rede com pequenas câmeras e deixa dados pessoais expostos.
"O medo de perder a privacidade é antigo, já há um grão dele em '1984', de Orwell", diz o escritor Bráulio Tavares, pesquisador de literatura de ficção científica. "Mas ele não poderia imaginar o grau a que chegamos hoje com as redes sociais."
EMPRESA MODERNINHA
Eggers se recusou a comentar o livro, mas concedeu uma breve entrevista ao site de sua editora norte-americana.
"Muitas vezes eu pensava em algo que uma empresa como O Círculo poderia criar [...] e, então, acaba lendo a respeito dessa mesma invenção, ou até algo mais extremo, no dia seguinte", afirmou.
Na ocasião, ele negou fazer referência ao Google ou ao Facebook, apesar de o livro se passar numa corporação moderninha, cheia de jovens, no Vale do Silício.
Comparações com "1984" também não faltaram. A revista "New Yorker" apontou que o SeeChange, programa criado pelo Círculo para vigiar o mundo com minicâmeras, se assemelhava às teletelas monitoradas pela Polícia do Pensamento no livro de Orwell.
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Colaborou RAQUEL COZER
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