Mais loucos e perversos do
que nos imaginamos
Foi com seu mestre, o
psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), que Contardo Calligaris aprendeu
que o transtorno mais grave que uma pessoa pode ter é ser, digamos, “normal”.
Consequentemente, aprendeu também o pupilo que, para ser saudável, o ser humano
necessita ter, ao menos, uma neurosezinha aqui e outra ali. Assuntos como esses
fascinam tanto Contardo que, aos 65 anos, o psicanalista italiano, nascido em
Milão, mas radicado no Brasil desde os anos 1980, assume continuamente o seu
maior gosto: trabalhar. Não é fora do comum, portanto, encontrá-lo em seu
consultório durante 12 horas diárias e saber que, no tempo restante, além de
poucas horas dedicadas ao sono, ele ainda faz exercícios, lê três livros por
semana, produz uma coluna semanal para a Folha de S.Paulo e ainda preserva suas
idas a cinema, teatro e restaurante. Quer mais? De um ano para cá, ele vem se
dividindo entre os roteiros e as gravações da série Psi, que estreia dia 23
deste mês no canal HBO Brasil – e simultaneamente em mais 22 países da América
Latina –, e é baseada em seus livros O conto do amor e A mulher de vermelho e
branco. Em foco estão as aventuras de Carlo Antonini (vivido por Emílio de
Mello), psicólogo, psiquiatra e psicanalista que tem a vida fora do consultório
destrinchada junto com a história de outras personagens que exemplificam
diferentes perfis psicológicos.
Membro da Escola Freudiana
de Paris há quase quatro décadas, Contardo Calligaris não se importa em chocar
seus colegas freudianos e lacanianos ao revelar que gostaria de fazer um ano de
pscioterapia junguiana, assim como também não tem problema algum em encarar a
sociedade ao expressar que a infância é uma idade totalmente idealizada e que
as crianças são seres extremamente cruéis. Completa a descrição dizer que ele é
encrenqueiro, intervencionista, gosta de se meter em brigas – claro que não
como há 30 anos – e de resolver problemas sobre os quais não foi pedida sua
opinião. Enfim, o psicanalista está bem longe de ser a pessoa normal que tanto
abomina. Sorte a nossa! Afinal, Lacan não estava errado em dizer que a vida é
realmente mais interessante quando há uma neurosezinha aqui e outra acolá.
Por muito tempo você teve
oportunidades, mas optou por não adaptar os livros O conto do amor e A mulher
de vermelho e branco para o cinema ou TV. O que, dessa vez, fez com que você
mudasse de ideia?
É uma pergunta
interessante. Primeiro, porque, claro, é uma mudança de ofício, mas, enquanto
romancista, eu sou um contador de histórias. Não sou fascinado por nenhum
experimentalismo. Então, um seriado é uma maneira de contar uma boa história e,
sobretudo, construída ao redor de personagens que têm de ser sólidos, porque
eles têm de durar de alguma forma, pelo menos o personagem principal. Isso, no
fundo, não é muito afastado do trabalho do narrador e do romancista. Tem uma
grande diferença que é de ser um trabalho coletivo; então, é preciso,
realmente, se acostumar a isso, porque o romancista é Deus e todo mundo. Não
tem problema, mas o escritor de cinema, sobretudo do Brasil, é inserido em um
processo muito mais complexo. Agora, ainda por cima do ponto de vista da
televisão brasileira, foi uma coisa relativamente nova. Aliás, na verdade,
absolutamente nova como tipo de seriado brasileiro. Acho que nunca foi feito
algo parecido. Não tem! Então, nasceu essa ideia, e procurei alguém que escrevesse
comigo, porque é uma tarefa hercúlea. O roteiro de uma série de 13 episódios
tem 800 páginas, não menos do que isso, em várias versões e andando em
companhia. Mas, rapidamente, me encontrei com Thiago Dottori, que é o
roteirista com quem, aliás, eu continuo trabalhando a segunda temporada.
O que as pessoas que já
conhecem o personagem Carlo Antonini vão encontrar de diferente em Psi?
Várias coisas. Primeiro,
os amores e os amigos são completamente diferentes, porque ele não mora mais em
Nova York, voltou para São Paulo. Mas, no fundo, espero que eles encontrem
certa permanência que é ele: essa figura um pouco bizarra, um cara que é psiquiatra,
psicólogo, psicanalista – geralmente existem casos famosos, mas são poucos. Na
maioria das vezes, alguém é ou psiquiatra e psicanalista, ou psicólogo e
psicanalista, mas as três coisas são mais raras juntas. E um cara que tem um
espírito, pelo menos aventureiro, tanto na sua prática quanto com poucas
obediências de qualquer tipo, inclusive, de alguma forma, morais. Não por isso
ele seria um devasso – não é nada disso, ao contrário. Mas digo “morais” no
sentido em que acha que as escolhas morais são questões próprias, singulares de
cada um. E um fascínio com essa profissão. Fascínio no bom sentido, não no
sentido de ficar boquiaberto – é um pouco burro –, mas um interesse muito
grande pela diferença extrema que, na verdade, é sempre muito menos extrema do
que parece. É muito mais próxima, muito mais parecida com a gente. E essa
relação com a diversidade da vida acontece na clínica, mas acontece também na
sua vida cotidiana, na sua vida amorosa, por exemplo. É um cara que se
aventura, faz escolhas amorosas que podem parecer um pouco bizarras.
E você também acompanhou
as gravações?
Totalmente. Mas, em certos
momentos, foi complicado... Na segunda temporada, acho que vou ter que levar
isso mais a sério porque, fisicamente, a massa de trabalho foi superior, muito
superior, ao que eu vagamente imaginava, como número de horas. As noturnas
acabam às 4h30, 5h da manhã. Mas, tudo bem, digamos que, às 2h, eu desistisse,
mas às 7h30 estava no consultório.
Não podia abandonar nem o
consultório e nem as gravações...
Claro, mas, na segunda
temporada, certamente vou, durante a produção propriamente dita, suspender os
atendimentos. Não tenha dúvida! Porque, se não, caso eu não suspenda, não tem
como. Tem isso. E tem antes e tem depois. Porque você não para de escrever ao
longo, sempre tem o “vamos mudar essa cena, vamos fazer aquilo, se muda aquilo
tem que mudar o outro e companhia”. Participei muito ativamente de todo o
processo de edição. E aí você realmente aprende! E olha que tenho um passado
ligado ao cinema, digo, eu fui tudo, até figurante. Fui figurante muito cedo,
de Barbarella [filme dirigido por Roger Vadim, em 1968] e de alguns outros
horrores cujo título nem me lembro. Já fui gladiador romano, já fui várias
coisas quando morava em Roma.
Essa curiosidade do Carlo
por situações diferentes, de sair atrás de um problema e tentar resolvê-lo,
também existe em você?
Sim. Ou, então, quando não
tem um problema, criá-lo (risos). Que também é outra maneira de ter que sair
atrás de um problema. Sim, sou intervencionista, sou encrenqueiro, sou do tipo
que, se tem uma briga, me meto. Sou briguento. Paguei a metade da minha
faculdade com uma bolsa pelo boxe. Fui campeão suíço universitário. Só para
dizer que sou encrenqueiro.
Nada como uma boa confusão
então...
Gosto de uma pequena
confusão, sim. Muito menos agora do que há uns 25, 30 ou 40 anos. Mas ainda
entro em alguma confusão. Compro briga, sim. Peito!
E você, assim como ele,
também tem repulsa pelo que é normal?
Também. Aprendi isso com o
meu mestre, [Jacques] Lacan. Eu segui, durante muitos anos, as apresentações de
pacientes que ele fazia a cada sexta-feira, ao meio-dia, no [Centre
Hospitalier] Sainte-Anne, em Paris. Uma apresentação de paciente, você sabe o
que é? Um paciente que foi internado, o residente que se ocupa desse paciente
tem questões, então, ele é apresentado. Lacan apresentava-o para um público
limitado, de pessoas convidadas, autorizadas, digamos que eram umas 70 pessoas,
mais ou menos. Fiz isso no Hospital Raul Soares, na Clínica Pinel, em Porto Alegre,
em Rosário. Existe cada vez menos, e é uma pena, porque é um instrumento
pedagógico incrível. E também porque não existem mais hospitais psiquiátricos
no sentido tradicional. Cada vez menos existem. Então, uma vez, Lacan disse
sobre um paciente: “Qual é o problema dele?”. O residente falou: “Não consigo
diagnosticá-lo”. E Lacan disse: “Ele é absolutamente normal”. Todo mundo deu
uma risadinha, e Lacan acrescentou, o que deixou uma espécie de frio entre nós:
“De todos os diagnósticos, a normalidade é o diagnóstico mais grave, porque ela
é sem esperança”.
Então, a “normalidade” é
um transtorno como outro qualquer...
Certamente. Não... Na
verdade, é mais grave.
E o que é ser “normal”?
Pois é... Será que as
pessoas querem ser normais? Normais ou não julgadas? Eu acho que o neurótico
médio – que somos todos nós – sonha, idealiza o louco. Ele acha que o louco é
“o cara”. E sonha em ser perverso. Ou seja, em ser alguém que realmente não
teria todos os impedimentos que a neurose nos coloca, ou seja, os registros de
culpa, as inibições. O que é uma pessoa normal? Uma pessoa realmente normal é
uma que tem um registro de experiência miserável, extremamente pobre. Pode ser
que seja relativamente pouco sofrido, mas é também dramaticamente
desinteressante. Às vezes, quem pode ser normal são pessoas que têm ou tiveram
uma insuficiência cultural-afetiva muito grande. Então, não conseguem... Não é
elaborar a experiência no sentido de falar as suas experiências, mas sabe
aquela coisa que você atravessa a vida, vê as coisas e isso não lhe evoca nada?
Tudo acontece como está acontecendo e isso não me evoca nenhuma lembrança.
Normal é quem não tem nada disso. É quem tem uma experiência miserável, no
sentido de pobre. Um registro de experiência extremamente pobre.
Não tem interesse também?
É a mesma coisa. Interesse
muito limitado. Por exemplo, o sexo parece ser fisiológico. Ausência de
fantasias sexuais. O sexo é: “23h30 a gente apaga a luz, está na cama, transa”.
Está previsto.
E essa normalidade é
atribuída ao quê?
De certo ponto de vista,
aquilo pode ser considerado um tipo de saúde mental. Porque você, sem dúvida,
tem um nível de tormento individual, de angústia, muito menor do que o
neurótico médio. Mas, geralmente, aquele tipo de normalidade é construída de
maneira extremamente sólida e eficiente em cima de um vulcão adormecido.
Pensando dessa maneira,
uma neurose é sempre interessante.
Somos todos neuróticos, em
tese. Graças a Deus, realmente normais são muito poucos. Somos todos
neuróticos. Mais loucos do que nos imaginamos – loucos, digo psicóticos –, e em
certo número, somos todos, enquanto neuróticos, capazes de ser perversos de vez
em quando. O problema mais interessante não é o de viver tranquilo, é o de ter
uma vida interessante. Isso que é importante. Inclusive, a que uma psicanálise
se propõe? Se propõe a tornar a vida de alguém mais interessante. Não garanto
que os meus pacientes venham, sei lá, a sofrer menos ou a ter uma vida mais
tranquila. Aliás, o que eu espero é que tenham uma vida mais interessante.
Existe algo como uma cura
ou alta, do ponto de vista da psicanálise, para os pacientes?
Existe, mas é uma
transformação. Porque na medicina, em tese, curar significa trazer você ou
levar você a uma espécie de volta à situação anterior. Quer dizer, você está
com gripe, você quer ficar como antes da gripe. No campo “psi”, isso não
existe. Você tem uma depressão, você não vai poder voltar ao que era antes da
depressão. Pode se tornar outra coisa, que não é nem a depressão que você tem
agora, nem o que você era antes. O processo é transformador. Então, “curar” é
sempre um pouco problemático. E, além do mais, a apreciação é subjetiva,
porque, afinal, é o paciente quem vai dizer que está melhor ou que está
suficientemente bem para poder, por exemplo, parar um tratamento. A apreciação
é dele. Posso verificar que você não tem mais febre, que você não tem mais um
tumor. Tudo bem: não tem mais, não está lá. É muito diferente.
Quem faz análise
geralmente fala que todo mundo tem que fazer. E quem não faz, fala que não é
assim. Como é, na verdade?
Acho que não é verdade que
todo mundo tem que fazer. Acho que é um equilíbrio complicado, uma alquimia
complexa. Não sei nem se a gente pode dizer que todo mundo pode fazer. “Poder”,
do ponto de vista de ter, sei lá, isso a grande maioria pode, tem a
possibilidade de fazer uma análise, mas é preciso uma predisposição subjetiva.
É um equilíbrio curioso, porque é tempo, é uma complexidade na vida. Não é
necessariamente penoso. Pode ser extremamente interessante; e deveria ser. Teve
uma época em que estava na moda pensar que uma análise deveria ser
necessariamente um processo penoso e angustiante. Que, aliás, se você não se
angustiasse, isso demonstraria que você não estava tocando nas questões
importantes. Pode ser um processo divertido – divertido, além de interessante,
no sentido de que um paciente e um analista podem tranquilamente rir em uma
série de circunstâncias. E não é raro que seja um processo em que o cara espera
o dia da sua sessão ansiosamente.
Você faz análise?
Neste momento, não. Minha
última análise foi nos Estados Unidos. Faz bastante tempo que não me reanaliso.
Deveria acontecer daqui a pouco, aliás.
Como funciona com você?
São situações assim, na
verdade, na minha idade – não sei se tem muito a ver com idade, mas, enfim –
houve pessoas com as quais eu fiquei a fim de fazer uma fatia de análise.
Porque eu queria ver, queria ouvir uma coisa diferente do que já tinha ouvido.
Pessoas que justamente não eram da minha formação. Hoje, provavelmente – coisa
que vai chocar a maioria dos meus colegas –, acho que eu faria um ano de
psicoterapia junguiana, me interessaria.
Eles ficariam chocados de
que forma?
Ah, porque a maioria dos
meus colegas freudianos – lacanianos nem se fala – não iria entender; é como se
eu dissesse que vou me confessar com alguém de outra denominação. Tipo: “Vou
parar de ir à missa. Agora vou à mesquita no domingo”. Ou, então, começo a
frequentar a sinagoga no sábado. Em regra, é bem assim.
Você acredita ser mais
flexível do que eles?
Não, não. Não é que
acredito, eu sei que sou muito mais flexível. Mas eles não chamam isso de
flexível, porque parece uma coisa positiva. Acho que eles consideram que tem
uma dívida específica com a disciplina. Acho que eu tenho uma dívida com a
psicanálise. Com o desejo, sem dúvida, de Freud muito mais do que com a
doutrina de Freud. Me interessa tudo o que saiu do desejo de Freud, inclusive
Jung, por exemplo. E mesmo coisas que não saíram do desejo de Freud, porque tem
um monte de psicoterapeutas. Fiz psicoterapias rogerianas (método de Carl
Ransom Rogers, 1902-1987) e companhia, que não são propriamente pós-freudianas,
e achei superinteressante.
Uma, das muitas questões
discutidas na série, é que ninguém gosta de ser mudado...
Isso. A gente passa a vida
inteira circundado por pessoas que têm o projeto de nos moldar. Na hora, pode
até parecer normal, mas é um saco, né?!
E isso continua. Mas na infância e na adolescência é muito mais, inclusive
depois, até no trabalho. Você se lembra daquele filme bonito, Mestre dos mares?
É uma história de Russell Crowe, que é comandante, e tem esses dois meninos de
13 ou 14 anos que, na verdade, são oficiais a bordo do navio. É um deles que
comanda as baterias de bombardeio do navio. Eles são oficiais da Marinha! Um
deles perde um braço e fica lá sem braço. Sobrevive. O espectador médio hoje vê
aquilo e não entende. Não processa como sendo normal. Você entrava na escola
militar de guerra aos 12, 13 anos, fazia os seus cursos, passava, saía. Valeu.
Um aprendiz saía de casa aos 7 anos, na França da Idade Média. Se eu era
marceneiro, o meu filho se destinava à marcenaria – naquela época, o que se
previa era a reprodução; então, aos 7 anos, o meu filho ia aprender a ser
marceneiro. Mas não podia aprender comigo, porque eram inteligentes, eles
entendiam que não era com os pais que se aprende. Então, eu tinha que mandá-lo
para outro marceneiro dentro da confraria, mas não era na mesma cidade. Era 600
km, 700 km... Eu ia rever meu filho dez anos depois, formado. E ninguém morria.
Você vai dizer isso para uma mãe hoje?
Você diz em relação à
superproteção extrema, não?
Nós somos totalmente
infantólatras e a infantolatria é um dos grandes traços da contemporaneidade. E
dizer que as crianças são capazes de grandes crueldades, isso é uma coisa que
hoje é quase um escândalo. A criança pode ser extremamente agressiva. Não tenho
uma simpatia, a priori, por crianças. Acho que crianças são seres cruéis,
extremamente cruéis, capazes das maiores maldades. Freud dizer em 1905 que as
crianças tinham uma sexualidade era um negócio! Como? As pessoas não viam as
criancinhas se masturbando em casa?
A grande maioria não quer
enxergar isso...
Não quer, absolutamente. A
infância continua sendo uma idade totalmente idealizada. Aliás, continuamos, cada vez mais, tentando criar
uma idade durante a qual as crianças, esses seres, não vão ter preocupações de
nenhum tipo. Bom, claro que isso funciona como pode, mas a nossa idealização da
criança é muito grande, muito forte.
E quem resolve não seguir
por esse caminho recebe muitas críticas...
Sim, claro. Imediatamente.
Mas a gente não pode se queixar tanto assim, no fundo, porque, sobretudo a
partir dos anos 1970, progressivamente, a sociedade ocidental criou uma espécie
de ideologia positiva da diferença. Tanto que a diferença parece ser ou é
apresentada como um valor em si. Por exemplo: é bom que o ambiente de trabalho
seja repleto de diferenças étnicas e o caramba, pessoas de todos os tipos,
porque essa inclusão vai – e agora tem toda uma justificação positiva – ter um
efeito positivo na decision making. Porque, claro, vão participar pessoas que
pensam, sentem e veem o mundo de maneiras tão diferentes. Isso é realmente
muito novo. Se falasse isso em qualquer empresa nos anos 1950 ou 1960, iam
achar que você estava louco. Então, certamente a margem de convivência das
diferenças aumentou muito. Hoje não é, pelo menos nas grandes cidades do
Ocidente, impossível ser homossexual, não é impossível conviver com um casal
homossexual. Até os anos 1980, era tipo aquela política Clinton: “Don’t ask,
don’t tell”. Mas você não imaginava chegar ao seu escritório e colocar a
fotografia de um namorado ou namorada do mesmo sexo em cima da mesa em um
porta-retratos. Não, você não ia fazer isso não.
Fonte:
Revista da Cultura
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