Diga o que gostas e não te
direi quem és
por Marina Melz
Eu adoro dança de salão.
Acha estranho? Até meio ridículo? Pois é. É bom que você saiba também que o meu
lugar favorito no mundo é uma roda de samba, que adoro os filmes do Harry
Potter e que, sim, de vez em quando leio esses livros da moda e até curto. Se
você acredita que isso define a minha personalidade, ou de quem quer que seja,
é bom parar de ler esse texto por aqui.
É chocante como as pessoas
têm preconceitos bobos. Você já parou pra pensar quanta coisa boa deixa de
ouvir, fazer ou ler por conta de pensar no que os outros vão achar? Ou então,
se deu conta de que, ao tentar esconder algo que realmente gosta por medo do
que os outros vão pensar, está se assumindo menor por conta disso?
É uma questão de
maturidade discernir o que você gosta ou não sem obstáculos e, mais do que
isso, sem julgar o que é bom para o outro. Não existe arte ruim. Existe a que
te agrade ou não. E isso não faz de você mais inteligente do que ninguém.
Mas, como diria Nelson
Rodrigues, “o inferno são os outros”. Não é difícil encontrar alguém que diga
que seu autor favorito é ele, quando nem sabe quem é Engraçadinha. Ou então
postar no Facebook que “só o Chico Buarque me entende” e não saber citar cinco
músicas dele. Quer ver, então, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu. Todo
mundo age como se tivesse todos os livros da cabeceira, sem nunca ter nem pego
na mão. Mas pega bem. Impressiona. Só não convence.
Não é porque gosta de
Valeska, Calypso, Zezé di Camargo e Luciano ou o que quer que seja, que você é
diferente de alguém. Se você está curtindo um pagode enquanto seus amigos estão
discutindo a profundidade das letras de Milton Nascimento, não há motivo para
vergonha. Se você só escuta rock ’n’ roll, isso não te dá o direito de ser
pejorativo com quem adora um arrastapé.
O mundo seria pobre se não
fossem as diferenças. E pobre de quem acredita que só o que lhe agrada é
verdade absoluta. Vive na mentira.
OBS: Vamos aproveitar esse
post para deixar o preconceito de lado e colocar aqui nos comentários um gosto
que você esconde por medo do que os outros vão pensar?
Fonte:
Marina Melz - É jornalista e
trabalha com assessoria de imprensa. É meio Bridget Jones e meio Woody Allen.
Não tem preconceitos com músicas, filmes e qualquer coisa que seja. Acha que
toda história (boa ou não) merece ser contada.
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