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por Marina Melz Artigo publicado no site Entenda os Homens Tem dias que a gente acorda,
coloca os pés pra fora do condomínio, respira fundo e pensa “hoje eu vou ser
feliz”. De repente, a gente ouve passarinhos que nunca tinha ouvido, percebe
que a flor desabrochou e vê um gato serelepe correndo atrás do rabo.
Aí a gente encontra o guarda
de trânsito que está em pé, no sol, há horas. A gente se pergunta como é que um
corpo franzino daqueles consegue seguir essa rotina e ele te olha e sorri. Você
sorri de volta e pensa que a alegria é um combustível muito mais poderoso do
que qualquer combinação entre bomba e musculação.
Ao chegar ao trabalho,
parabeniza o colega que passou no TCC e aquele que conseguiu arrancar um elogio
do cliente mais difícil. E tem coisa mais bonita do que ser feliz pela
felicidade de quem a gente gosta?
Quando olha de novo no
relógio é 18h e 18h é sempre hora de alegria – não pelo desejo de sair
correndo, mas pela sensação de mais um dia de resultados. E aí você para no
trânsito infernal e pensa “estava indo tudo bem”. É nesse momento que no rádio
começa a tocar a sua música favorita e que aquele último e teimoso raio de sol
aparece no horizonte. E aí você vê que o trânsito é a sua única oportunidade de
ficar sozinho com os seus pensamentos o dia todo. Solidão feliz é uma alegria leve
e bonita.
E aí você chega em casa e
respira fundo de novo, porque assim como é alegre encarar o mundo lá fora é de
uma felicidade sem limites perceber que existe um lugar em que ser você não
cabe no corpo e se expande para as paredes, os detalhes, os desenhos, os filmes
e as canecas de gatinhos.
Encontra uma pessoa que te
ama exatamente do jeito que você é – e apesar de tudo o que você é – e percebe
que essa pessoa pode não estar ali amanhã ou depois. E aí você sente a maior
alegria do mundo por ter um minuto para ganhar colo e fazer uma piada infame.
Quando o dia termina e chega
o momento de ir pra cama, você percebe que os lençóis estão com cheiro do sabão
em pó e sorri, mesmo sozinho. Afinal de contas, você foi feliz. E não aconteceu
nada de mais. Porque a felicidade depende mesmo do jeito que a gente vê a vida.
“Felicidade é só questão de
ser” (Marcelo Jeneci – Felicidade)
“A sorrir eu pretendo levar a vida”(Cartola – A sorrir)
“Yeah, well I should probably warn you I’ll be just fine”(Pharell Williams – Happy)
Marina Melz
É jornalista e trabalha com
assessoria de imprensa. É meio Bridget Jones e meio Woody Allen. Não tem
preconceitos com músicas, filmes e qualquer coisa que seja. Acha que toda
história (boa ou não) merece ser contada.
3 músicas e vários motivos para ser feliz [Marina Melz]
Reviewed by Revista Biografia
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dezembro 10, 2014
Rating: 5
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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