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SAÚDO MAIS UM NOME QUE CHEGA PARA BRILHAR



Saúdo mais um nome que chega para brilhar
Por Aquiles Rique Reis

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Faz tempo que minha amiga e produtora de filmes Glaucia Camargos me entregou o álbum físico Chão de Nuvens, o primeiro disco autoral/instrumental de seu filho Paulo Francisco Paes. Lançado em 2013, o trabalho teve a participação de Leo Gandelman e Paulo Sergio Santos.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1982, arranjador, compositor de canções e trilhas sonoras para cinema, teatro e tevê, Paulo Francisco iniciou seus estudos musicais aos onze anos, na UFRJ. Depois, em Madri, estudou piano durante cinco anos com a professora russa Galina Egiazarova, da Arcadi Volodos. Daí vem sua formação erudita.

Mas eis que recebi o EP digital Estar ao Redor, o primeiro disco de canções de Paulo Francisco. Para gravá-lo, pela primeira vez deu-se a cantar duas de suas composições. E convidou duas ótimas cantoras para dividirem o canto com ele: Luísa Lacerda (que gravou quatro das oito músicas do disco) e Ilessi (que gravou duas). No álbum se sobressai a verve popular do moço.

Seus arranjos têm a simplicidade de quem saca que menos deve e pode ser mais. As instrumentações são enxutas, aptas a privilegiarem as harmonias bem constituídas, assim como a emoldurar as melodias com bom-gosto. Fica nítido o bem-estar que as cantoras demonstram ao cantar, sentindo-se amparadas pela cama musical oferecida pelo arranjador.

A tampa abre com Paulo cantando e tocando no piano sua composição “Fora do Tempo”. A interpretação é digna de iniciar com essa canção delicada.

A seguir, “Chão de Sol” (PF e Gustavo Vilela) traz o violão de Pedro Franco acompanhando o cantar de Ilessi.

E vem “Baião de Nós” (PF e Gustavo Vilela). Paulo deu uma crescida no arranjo, acrescentando o clarinete de Batista Jr. e o cello de Hugo Pilger ao violão de Pedro Franco, o que resultou num bom amparo para a voz de Luísa Lacerda.

“Estar ao Redor” (PF e Gustavo Vilela) tem arranjo igualmente pujante, com Paulo cantando acompanhado do violão de Pedro Franco, do cello de Hugo Pilger e do violino de Priscila Rato. Mais um momento inspirado.

“Catarse” (PF) tem a voz segura e poderosa de Ilessi, apoiada pelo violão de Pedro Franco.

Já em “Dias Assim” (PF), Luísa Lacerda tem a possibilidade de arrasar ainda mais, cantando só com Paulo Francisco ao piano.

A penúltima música, “Flor de Outono” (PF e Gustavo Vilela), permite a Luísa Lacerda reafirmar seu talento. A acompanhá-la, Pedro Franco (violão), Hugo Pilger (cello) e Rômulo Barbosa (flauta).

Fechando a tampa com chave de ouro, “Longe” (PF e Gustavo Vilela). Novo show de bola de Luísa Lacerda, agora acompanhada apenas pelo violão de Eduardo Sodré.

Ao final da audição, resta a certeza de que Paulo Francisco Paes é um músico que, por lhe acrescentar diversidade e encanto, certamente brilhará na música brasileira.





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Aquiles Rique Reis
. Nossos protetores nunca desistem de nós. Músico, integrante do grupo MPB4*, dublador e crítico de música.

*MPB4 é um grupo vocal e instrumental brasileiro formado em Niterói, Rio de Janeiro, em 1965. A primeira formação contou com Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria. Em 2004, Ruy Faria saiu do quarteto, sendo assim substituído por Dalmo Medeiros, ex-integrante do grupo Céu da Boca, convidado para ficar em seu lugar.

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