O
amor é expansivo; o medo exclusivo
“Siga seu coração” são
palavras de ordem que temos ouvido muito ultimamente, mas a mente pode
confundir um puxão emocional com a intuição que vem do coração. É preciso prática
para discernir a diferença.
Aprendi através de tentativas e erros que a
sedução do romance não é sempre o que o coração quer. O coração muitas vezes
fala-nos em silêncio e o senso comum tende a racionalizar apenas os nossos
desejos e reações. Na mente, os exemplos e julgamentos estão no controle. O
coração, porém, é decididamente diferente, é mais suave, embora o que sugere o
coração, possa envolver medo e insegurança. São como duas estações de rádio
distintas. Quando se entra em sintonia com a estação do coração, a atitude
ajusta e encontra-se respostas para muitas coisas.
É preciso aprender a
equilibrar a natureza emocional e questões não resolvidas praticando qualidades
que exalam do coração, como a compaixão, perdão, gratidão e carinho. Observe
como essa radiação prolongada de cuidado afeta seu corpo, emoções e
pensamentos. O coração é nossa casa emocional, onde afloram as lutas, dúvidas,
mágoas, desejos, anseios, alegrias e prazeres. O amor não é algo mensurável nem
é um recurso limitado. Ele não conhece limites e não pode ser reduzido a uma
definição ou interpretação restritiva. Amor, mais do que tudo, é uma atitude e
uma decisão de buscar a felicidade porque devido a sua natureza expansiva,
temos a capacidade de trazer o espírito de amor para tudo o que fazemos.
É um projeto da natureza que
coloquemos a cabeça em sincronia com a intenção mais profunda do coração. Dizem
que no mundo fascinante do coração, existe um pequeno cérebro em seu próprio
interior. Sim, o coração humano, além das funções conhecidas possui um
coração-cérebro que pode sentir, aprender e lembrar. O coração tem a sua
própria maneira misteriosa de conhecimento, pode falar e influenciar o cérebro
de forma coerente, estabilizando as emoções. Quando o ritmo cardíaco é
compensado, o corpo, incluindo o cérebro, começa a experimentar todos os tipos
de benefícios, entre eles uma maior clareza mental e capacidade intuitiva, incluindo
melhor tomada de decisão.
Contudo, o principal
trabalho emocional do coração é o amor em todas as suas manifestações. O amor
pode abraçar o medo, dar direção à vida. E embora o coração e o cérebro estejam
em constante comunicação, podemos intencionalmente direcioná-los a se comunicar
de forma benéfica, num alinhamento harmonioso com a intuição.
Ouça o que seu coração tem
a dizer, observando os sentimentos e sensações que chegam até você, talvez ele
esteja oferecendo um novo sopro de argumentos, embora nem todos racionais.
Abrir o coração para ouvir, respeitar e confiar é uma experiência poderosa. O
coração é como um rei, enquanto a mente é a conselheira do rei, compara
Alexander Lowen em seu livro Bioenergética. Os conselheiros informam o rei
sobre o estado de seu reino, no entanto, as decisões são tomadas com base no
próprio entendimento intuitivo do rei.
Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente no blog do Romilson toda terça-feira olga@terra.com.br
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário
Postar um comentário