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“DESECLIPSAR-SE”, UM POEMA DE LASANA LUKATA

Eclipse solar por Jongsun Lee/Unsplash
deseclipsar-se
                 à Thalía Santos

no estreito jardim com rosto de igreja,
na tarde viçosa, brisa viscosa de outono,
a deseclipsar-se esta flor de primavera;
quantas eras! no fundo da grande taça de fel,
o finalzinho mel, ergue-se o olfato enardecido;
a garça engole o peixe, volta às estrelas, alturas perdidas,
recusa-se a d
                      e
                         s
                           c
                              e
                                r
à insalubridade deste mundo.
e numa entrada triunfal em seu coração,
ouvir dizer seus lábios, LASANA nas alturas!
e a crispar-se o antigo limoeiro,
trajando femínea poda,
quem pode dizer que acabou?
entanto sentenciam à morte a poesia,
e de repente, Thalía, começa a florescer,
oferecer a insenescência das palavras;
a lâmina em que o fio da criatividade não está dentro,
mas no lado convexo da curva,
e ao poeta resta a proeza de um verso.
agora, onde uiva um sino me recordo de você.
beijo no rosto mirando sua boca.





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Lasana Lukata é poeta por usucapião, nascido, criado e sofrido em São João de Meriti, o Formigueiro das Américas, tendo publicado recentemente os livros: A Madrasta de Pedra e A garça finge sua brancura, editora Autografia. A garça é sua professora de esgrima e ele mesmo diz: "meus olhos são dois cavalos rebeldes, que de repente disparam pra longe e regressam com as patas sujas de versos".
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