Jeton Kelmendi - [Poeta Albanês]
Primeiras Palavras
Jeton Kelmendi é um autor que, escrevendo uma poesia tridimensional, entrelaça o futuro e o presente e comunica isso de uma maneira original e também tradicional. Os críticos literários valorizam seu verso pela clareza, poder e execução artística de suas mensagens.
A linguagem de Kelmendi é individual e naturalmente fala ao leitor, em uma forma agradável e atrativa, devido a, talvez, seus conceitos figurativos complexos e tocantes. A essência de sua poesia é a narrativa vertical e o cerne do assunto selecionado, no qual ele brinca no tempo e espaço.
O poeta albanês Jeton Kelmendi nasceu em Peja em 1978. Ele cursou o ensino fundamental e médio em sua cidade natal, e seguiu os estudos na Universidade de Pristina.
É correspondente de muitas mídias albanesas e colabora com muitas outras no estrangeiro. Kelmendi é um nome bastante familiar para os leitores da poesia kosovar desde 2000. Também é renomado como jornalista de cobertura de assuntos políticos e culturais.
A poesia de Kelmendi é traduzida em muitos idiomas e está inclusa em muitas antologias. Ele é membro de muitos clubes internacionais de poetas e contribuiu com muitas revistas culturais, especialmente em Inglês.
O pensamento essencialmente poético de Kelmendi está na sutileza da expressão e no cuidado com a palavra. Os temas predominantes em suas criações são o amor e as duras realidades das situações políticas, bastante frequentemente permeadas por sentimentos de desapontamento pelo estado presente das negociações.
Veterano de guerra do UCK (Exército de Libertação Kosovar), Kelmendi atualmente mora em Bruxelas, e é membro da Associação de Jornalistas Profissionais da Europa.
Obras
Em albanês:
*O século das promessas, 1999 (poesia)
*Por trás do silêncio, 2002 (poesia)
*Se é meio-dia, 2004 (poesia)
*Dê-me um pouco de casa, 2005 (poesia)
*Para onde estão indo os que chegam, 2007 (poesia)
*Srta. Palavra 2007 (teatro)
*Você seguiu as pegadas do vento 2008 (poesia)
*O tempo quanto tem tempo 2009 (poesia)
Em romeno:
*Quão raras tornaram-se as cartas, 2007 (coletânea de poesia)
Tradução dos poemas para o Português: André Damázio e Rafaella Capelari
1.
Tenho falado um pouco
Diferentemente
Muito triunfantemente
Senhorita
Espero
Que não te ofendas
Pois elas são afinal
Meramente as palavras de um poeta
E sabes que é permissível
Despir os pensamentos vestidos
Totalmente nus
E os desnudos
Vesti-los com os ternos que gosto
Ou
Está tudo bem para ti
Que te diga que te amo
As palavras que todo mundo diz
Para qualquer um
Como um marido para a esposa
Senhorita
Imploro pela diferença
2.
Bem
O pensamento de nada serve sem a palavra
Ou a palavra
Nada significa se a mente não está engajada
Tu és tão querida,
Tu és a Senhorita Palavra
E eu sou o Sr. Pensamento
É assim que eu sempre vi
A mim mesmo contigo
A ti mesma comigo
Ainda
Essa fórmula de amor
Em qualquer lugar
Se afinal sobreviverá
A modernidade
Então Srta. Palavra, és atraente
Quando o Sr. Pensamento
Empresta-te seu charme
3.
Venha
Façamos as pazes
Porque o silêncio
Assiste ansiosamente
Ao que acontecerá conosco
De qualquer maneira
Srta. Palavra
Quero dar-te um beijo
Apenas um
E não sei como virão
Um segundo ou terceiro
Deixe a liberdade viver livre
Deixe a palavra,
A mente
Falar o que quer
que desejem
Agora quero
O primeiro beijo
Paris, Julho de 2006
A Palavra Evitou o Silêncio
Eu costumava ficar em silêncio
Ontem
Para poder falar um pouco
Inspirei o hálito da tristeza
Sempre me dirigi
A regiões remotas
De encontro a seus olhos
A ti
Para falar-te silenciosamente
Para dizer-te
Sobre ti
E eu
Eu me esforcei
Para dizer-te
Que és
O pão das linhas
A água das palavras
Eu para ti
A canção mais cantada
Sempre
Eu quis ficar em silêncio
Falar pouco
Tornar-me sombra
Para prevenir a luz do sol
Eu quis
Superar
Todos os contratempos da humanidade
E eu percebi
Como poderia
Encontrar-me
Mais perto de ti
Mais cedo ou mais tarde
Ontem
Eu tentei
Desfrutar ao máximo
Sob a Sombra da Memória
Eu te diria algo esquecido
Algo que não possa ser lembrado
nem mesmo amanhã
O esquecimento torna-se cada vez mais velho
Quando o silêncio viaja
Anseio por ti
Junto ao carvalho seco pelo sol
Enfileirado junto ao verso
Pendurado à ponta de meus anseios
Onde alguém geralmente espera pela amada
Eu me sento para descansar
Até que acabe o outono e as luzes se acendam
Eu tentei
Dizer-te exceto aquilo
Seus ritos
Afinal
É um novo começo
E não há como prosseguir em silêncio
Nenhum caminho me leva a ti
Mais cedo que hoje
Minha estrela almejada
E quão mais alto vou
Mais baixo me leva a neblina
Oh, se eu tivesse experimentado amor sincero
Nada temeria
E não é má ideia sonhar
Considere mesmo essa pessoa
Um pelotão de esforços
Um pensamento profético
Rodopiando
Levam-me a ti
Não importa que estejas envolta em teu mundo
Abra espaço para mim
Na poesia
Depois da vinda
E o bardo respondeu
Conhecemos o destino
Das canções épicas
Através do crânio
Da palavra
Entramos
Juntos no velho bairro
Com uma maçaneta
Da palavra
E suspendemo-la dele
Nostalgia do meu eu partido
Daqui para o além
Será meu dia
Porque para fora do mundo vou
Paris, 2007
Assim que nos conhecermos
Eu, um poeta
Tu, uma bela moça
Ainda assim, não nos conectamos
Que foi?
Minha crônica
Desfaz teu sonho
Ou estás em um de teus humores
Fale-me do fogo sem fumaça
Em um momento
Teu café está esperando por nós
E minha linha trêmula
Compreende
Iremos para cima e abaixo no mundo
Podemos fazer mais
Do que podes imaginar, juntos
Então, isso é algo dado
Fim de setembro de 2006, Paris
Elipses
Agora emerge
E então desaparece
Aproxima-se
De um lado
E para longe
Do outro
Brilha cintilantemente
Silencia-se
E sua boca loquaz
Cria um mundo interno
Com o qual vês ao invés
Ela tem um gosto por línguas
De alguma maneira
Desvia-se
E ainda o fita
Entra no mundo
E perturba tua paz
É algo
Algo grande
WoluWe, Bruxelas 2006
Por uma segunda-feira
Dois sons
De uma manhã antecipada
Em um cômodo
E
Os pensamentos que vão além
Do evento
Se o olhar cativo da moça
Chama-te
Poderias
Ficar quieto
Três pontos elípticos
As primeiras horas da segunda-feira
E não podes preencher a distância
Até ela
E se apenas o texto
Escrito pelas mãos da srta. Palavra
Acordassem-te
Um passo mais perto
Sentirias
Como poderíamos
Ficar acordados
Não estávamos juntos?
Ao Invés da Palavra
Até quando? Em sombra
O corpo do teu silêncio
Vieste no despertar do vento
Rainha de ninguém
Até quando essas planícies
Estarão cheias de nada
O destino nos quis unir
No entanto tudo foi para direções opostas
Até quando esconderemo-nos de nós mesmos
O desconhecido
Um pensamento piscou
Ao invés da palavra
Audergham, 9 de Março de 2007
Ao copo de Yen
Bebe homem
Teu copo
O vinho tinto dela
Yen
Bebe prontamente
Até o fim
Não deixe
A gota
Da linha
Para ser escrita na solidão
Ainda assim
Sóbrio
Tu és um homem inteiro
Outono de 2006, Paris
Jeton Kelmendi
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Um comentário
Retribuindo a visita...e aproveitando para me atualizar com as informações do blog. abraço
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