Ana Paula Renata Peixoto Fernandes [Poeta e Professora Brasileira]
Foto: Cláudio Vilela |
Com horas, minutos , segundos
Vem chegando lentamente,
Com seus raios reluzentes
E luzes mais que calmamente
O Amanhecer de nossas vidas
E de repente, nos torna
Mais vivos e mais contentes.
Este é o começo do dia
Como começo sempre um novo ver
Sentimos no rosto , no corpo, na alma
Vemos tudo o que já foi visto
Alguma coisa que não mais se verá.
Nem sempre olhamos o dia
Nascer entre nós em segundos
Nem sempre sentimos a brisa
Tão face a face docemente
No corre corre dos dias
Este é o começo do dia
Do céu, da luz, da terra, dos homens
O que acontecerá,
Não sabemos...
Mas alguma coisa não mais se verá
Pois cada dia é único
É apenas uma pétala a mais
Em cada ser, em cada saber
Onde estão nossos conflitos,
Nossas metas, nossos risos
E uma total voracidade em viver.
E assim vem chegando mais um dia
Num suspiro que é uma brisa paciente de nossas vidas
Transparente dia assim chega
Pra nos enobrecer de bênçãos
Esse sublime, singelo raio de esperança
E misterioso, AMANHECER.
Revelação
Na noite a sombra atormentada
De diversas tardias esperanças
Abuso da meiguice ou inocência
Diante de fatos inesperados,
Segue sempre a mesmice calada
De pessoas que se calam perante
Suas próprias vontades , desejos
De algo que nunca ocorre.
Em meio várias vigílias
Seguem as almas intranquilas
Revelam suas mórbidas vontades
Sabendo que não serão suas sinas.
Ter em sua essência uma luz,
Que as direcionem ao bem
Incertas de que não só vagueiem
Por caminhos tortuosos
Em meros esvanecer de solidão.
Pronta a semear imensidão
De tudo aquilo que te inquieta
Seguem almas encobertas,
De mais puro ardor e invasão.
A noite se faz companheira
As vontades além de verdadeiras
Sem medo de total escuridão.
Vais almas perambular entre as noites
Tirar total reluzir
Os dias passam dentre acordes,
De pálpebras que se levantam na escuridão.
Noites errantes , sombrias...
Diante da tal Solidão.
Vão saindo cabeças sangrentas,
Falam sozinhos, conversam,
O clamor de seres dos dias,
Que as noites se tornam doentes.
Por um gesto, um afago, uma lembrança...
Não se importam com a luz do Sol.
Solidão os bastam,
E mais nada.
No dia, veremos quem passa, quem chega.
Na noite, será fatigante a inércia
Por desertos doloridos em nossos corpos
A Solidão nos avassala , nos causa controvérsia
Perante o sentido de nossos abertos olhos
A escuridão chega com sua tristeza
Ao findar de um dia de esplendor
E assim, teremos ou não uma expressão de vitória,
Não importando que fales da luz matinal.
Mesmo que a noite seja ilusória
Solidão sempre será ou não, um mal.
Sobrevivência
Embora tormentos da nobre existência
Salvo alegrias e paz do silêncio
No findar de seus enganos, esperança nutre...
Imensa liberdade que o mundo traduz.
A tristeza como uma lápide
Transmite às criaturas amadurecimento
Com o passar de dias, anos, décadas
Sobreviventes de nós mesmos a que
Algum dia julgamos ser nessa da alma.
Desmancha-se saber, ciência e amor
Arrebata-se gestos, esforços, renúncias.
No decorrer de transparentes dias ou noites intranqüilas,
Em lágrimas que se acumulam na inesquecível vida.
na contemplação de um mundo em movimento
A que um dia ninguém sonhou ter.
Hei de sermos sobreviventes,
E há um dia breve poderemos pertencer.
Ficarei só.E o mesmo serei.
E assim estarei ao longo dos dias, dos meses, dos anos.
Não por abandono, vazio, deserto
Mas pela natureza de estar sozinho
E por pensamentos em busca da Paz.
Por palavras que recusam o diálogo
Ou talvez, até por nobre dom.
Ser solidão e alcançar o silêncio,
Que em mim mesmo procuro.
Serei solidão ou quem sabe felicidade,
A qualquer momento ou lugar
Oprimida com a chave da alma
Dispersa no ar, na multidão, no mar
Calada na solidão de ser só
E na qual não se pode brincar.
Lembrarei cidades, lugares e rostos
Serei solidão e retribuirei com o vazio
De atos utópicos e paixões ilusórias
Se me esqueceres ou lembrares
Ou ainda assim, qualquer sentimento: desprezo ou amizade
Serei solidão, um eco entre os ares.
Mas o ritmo do tempo me remeterá à noção
Do que é amar, pensar, viver
E ainda assim recordação
Do que será "ser solidão".
Numa atmosfera única
Que não existirá mais num momento
Segundos já se tornam passado
Os dias e noites já não são mais o "agora"
Futuro quem saberá, como saberemos
Somos agora como nós mesmos
Difícil saber que alma vemos, qual existe
No intuito do amor em obscuras direções
E onde está em nós a essência, o firme
Seguindo o pulsar de nossos corações
E quando sairmos agora do mundo
Como um plano de nossa história
Nossos atos e metas estarão nos esperando
E baterão palmas por nossa glória
Enfim o tempo é muito raro
Fatos nunca serão como antes
Pode ser que estejam muito próximos
Mas não temos o endereço
Do "agora" instante.
Por onde a noite passou
E assim ficarem tortuosas
Daquela grande companheira
De quem se fez sempre poderosa
E sua Revelação se apagou.
Todos os direitos autorais reservados ao autor
3 comentários
Ana Paula... parabéns! Belos poemas, gostei muito!
Sucesso, é o que eu lhe desejo!
O seu blog é excelente. Gostei muito dos poemas, revelam muito sobre uma fase de sua vida. Cuide-se e, assim que puder, continue ensinando, os estudantes precisam dessa sua luz, do contrário, não se chamariam "alunos". ABS Isnard.
Parabéns querida Amiga Ana Paula pelo susseso!!!Seus poemas e sua dedicação pela literatura demostra todo seu sentimento.Lindos poemas siga sempre de cabeça erguida e jamais desista de seus sonhos! Abraços Marcília Lobo
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